sábado, 20 de novembro de 2021

Frente a frente: Passat GTS Pointer, Gol GT e Monza S/R (1986)

Os veículos esportivos, em regra, despertam fascínio. Claro, o Passat GTS, o Gol GT e o Monza S/R não são veículos de grão-turismo em sua acepção mais decantada e literal, pois se tratam de versões de veículos produzidos em larga série; nenhum deles foi projetado para ser um esportivo, apenas receberam aperfeiçoamentos para melhorar a performance e marcar mais o visual.

Porém, o universo automotivo não é racional - penso, cá comigo, que jamais foi - e quem era jovem naqueles anos de 1980 (e 1990) certamente imaginou ter um destes esportivos para andar rápido nas estradas e muito devagar nas ruas movimentadas nos sábados a noite (esportivos, em geral, tendem a aumentar a capacidade de sociabilidade do motorista, acreditem). Naqueles tempos, como hoje, as versões mais quentes custavam uma fábula e poucos (bem poucos) poderiam comprar, sobretudo porque em 1986 as coisas não iam nada bem na economia nacional (novidade!).

Mas para ajudar na difícil escolha de quem tinha esse maravilhoso problema pra resolver, a revista Motor-3, em sua edição n. 75 (setembro de 1986), apresentou um interessante comparativo assinado por Paulo Celso Facin e Roberto Negraes, com imagens do próprio Negraes e enriquecida com comentários de Adhemar Ghiraldelli Júnior (referentes ao estilo), Dede Gomez (a respeito do comportamento dinâmico em pista) e Luiz Octávio Gonçalves (acerca da acústica). Sim, a matéria é uma verdadeira aula de como avaliar veículos automotores:











Depois de tudo o que foi dito e mostrado com muita propriedade pela equipe da saudosa revista, pouco me resta a dizer. Sinceramente, até me sinto constrangido e levemente envergonhado em tentar escrever algo depois de ler a reportagem. Mas, dentre os três, o Passat GTS ganharia a minha garagem.

Apesar de gostar muito do conceito de pocket rocket do Gol GT e ser muito fã do Monza S/R, o conjunto equilibrado do Passat GTS Pointer ganharia o meu coração: projeto maduro, refinado, com acabamento correto, direção precisa e um ar-condicionado muito eficiente como opcional. Até hoje tenho enormes e incuráveis saudades do GTS vermelho 1988 que um tio meu teve por poucos meses, tanto que, se o tempo voltasse, voltaria àquela tarde ensolarada de verão em que vi o flamante Passat GTS pela primeira vez... Paixão ao primeiro olhar, nada racional, como vocês podem imaginar...

Um comentário:

  1. Eu gosto mais da aparência do Monza, mas também acho interessante o Passat. Uma característica que me agrada em modelos mais antigos da Volkswagen com motor longitudinal é ter semi-eixos simétricos, que na prática impedem a ocorrência de torque-steer.

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