quarta-feira, 29 de abril de 2020

Teste da Semana: Landau 1981 (Motor-3)

Ah, o Landau! Outro belíssimo automóvel que teria em minha garagem. Bom, talvez precisasse de uma garagem um pouco maior da que eu tenho de alugar para o meu possante, um bravo Mille Eletronic 1993/1994 vermelho Montecarlo. Mas não ficaria triste, porque o Landau é um daqueles carros que você nem reclama por ter de manobrar nas apertadas e caóticas ruas da minha região.
 
Enquanto o trânsito se avoluma e engarrafa, o motorista deste legítimo clássico fica descansado enquanto frui as delícias de um potente ar-condicionado, as facilidades de um bom câmbio automático e até mesmo as melodias que podem sair do rádio toca-fitas Philco. Tudo isso enquanto você fica refastelado em uma das poltronas mais confortáveis que experimentei nesses anos de vida. Ah, o consumo? É forte, diria puxado, mas nem tudo é perfeito nessa vida... E garanto que o combustível consumido pelo V-8 vai valer a pena, como podemos notar desta avaliação da saudosa (mas saudosa mesmo) revista Motor-3, edição n. 10 (abril/1981), assinado pelo José Luiz Vieira:
 
O Santa Matilde custava caro, mas o Landau não era exatamente uma pechincha. Novidade da época foi a CG-125 movida a álcool, vendeu pouco mas era até interessante.






Depois de ler a reportagem, fico a me perguntar: a Ford tem (ou teve) um automóvel que substituiu o Landau? Se você já viu ou não, deixe um comentário. Mas adianto o meu: nunca vi! Carros como este sedã, meus amgos, nunca mais...

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Catálogo da Semana: Kadett GSi Cabriolet (for export)

Criei-me em um bairro modesto da minha cidade natal, então, na infância, via muito os modelos mais antigos e simples: Corcel, Fusca, Brasília, Variant, Gol, Chevette e outros, muitos outros. Às vezes, bem às vezes, via um Opala Diplomata, um Santana/Quantum GLS, um Monza Classic ou mesmo uma Yamaha RD 350 (sem falar no vizinho que tinha uma lindíssima Yamaha 600XT Tènèrè azul, de segunda mão). Quando em vez via uma BMW da série 3, mas raro mesmo era ver um Kadett GSi conversível.
 
Também pudera! O carro custava uma fortuna, pois o seu processo de fabricação era dos mais interessantes: o assoalho e a frente eram feitos em São Paulo, depois o começo de Kadett viajava até a Itália, onde, aos cuidados do Estúdio Bertone, tinha a montagem finalizada, inclusive os vidros eram de lá. Terminado o serviço, o Kadett, agora mais inteiro voltava a São Paulo para receber a mecânica, os testes finais de acabamento e só aí estaria prontinho para ser recebido com muita festa em alguma das concessionárias Chevrolet do Brasil.
 
Mas o passeio na Europa fazia muito bem ao Kadett: eu via poucos na rua, mas chamava atenção adoidado! Lembro de um branco garboso, com filme espelhado nos vidros (ah, a terrível moda daquela época), motorista sorridente enquanto driblava as ruas de paralelepípedo e lajotas do meu bairro. Um disco voador não chamaria mais a minha atenção naquela tarde de verão...
 
O fato é que o bicho, produzido entre 1991 (já como modelo 1992) até 1994 (os últimos como modelo 1995), fez muito sucesso e divertiu muita gente! Tanto que a fabricante resolveu se lançar à importação do Kadett Conversível, denominando-o de Kadett GSi Cabrio (sim, ele é um cabriolet e não um conversível, notem bem), como nós podemos ver deste caprichado folheto, encontrado em uma busca recente do Google:
 
O visual era idêntico ao nacional, fazia muito sucesso e era moderníssimo

Caso o proprietário das imagens apareça aqui, manifeste-se para que eu confira os devidos créditos
O tempo voou desde a primeira vez que vi um destes, e os GSi sem capota tornaram-se ainda mais escassos. Pena, porque eu adoraria ter um destes para andar rápido em um dia de verão, justamente como fazia o dono do primeiro Kadett cabriolet que lembro de ter visto, lá nos idos de 1994/1995...

domingo, 12 de abril de 2020

Teste: DeLorean DMC-12 (1981)

Hoje é páscoa, um dia que, tradicionalmente, festejamos o renascimento de Cristo, feriado antecedido da semana santa; contudo, em tempos de pandemia, o Covid-19 faz com que ficamos em casa, em isolamento social, nem sempre bem humorados e com ânimo de festejar algo. Mesmo assim, há o que festejar: estamos vivos! E assim continuaremos se nos cuidarmos e amparamos quem está ao nosso lado.
 
Quanto à páscoa, este redator deseja ardentemente que tudo isso passe em breve, mas não apenas ir às ruas e às atividades de antes do caos, isso seria muito pouco. Que ao passar da nuvem pesada da pandemia, nós possamos sair desse isolamento melhor do que entramos: com mais alteridade, compaixão e empatia, deixando pra lá o egoísmo que marca o nosso tempo. Use a páscoa, ao menos um dia dentre os muitos de isolamento, para repensar a vida, a escolher melhor os valores, com calma e serenidade, tudo para que possamos renascer melhores do que somos. Feliz Páscoa, meus amigos e amigas!
 
Feitos meus votos, vou ao tema central deste espaço: automóveis. Hoje falamos de um veículo altamente conhecido, os cinéfilos lembrarão do DeLorean DMC-12, produzido pela DeLorean Motor Company (firma montada por John Zacary DeLorean em 1978), cuja linha de montagem ficava em Dunmurry, bairro de Belfast, capital da Irlanda do Norte. Em 1981, a Motor-3, depois de alguma insistência, conseguiu um convite para conhecer essa nova indústria e esse novo carro: o resultado dessa viagem você pode ler abaixo, em uma das mais fantásticas reportagens da nossa querida Motor-3.
 















 

O epílogo todos conhecem: apesar de ter vendido um número bem razoável de unidades (uma das minhas melhores e mais fiáveis fontes cita 7.400 unidades em 1981 e 1.800 unidades no ano seguinte), na véspera do Natal de 1982 a DMC virou história. E tornou a voltar à história quando o despenteado Doctor Emmett Brown resolveu criar uma interessante máquina do tempo... Não sabe quem é? Sugiro que você assista De volta ao futuro hoje mesmo.