segunda-feira, 30 de setembro de 2019

CBT Javali (protótipo de 1988)

Nascida em 1960, bem na alvorada da indústria automobilística nacional, a Companhia Brasileira de Tratores - CBT dedicou-se, a partir do ano seguinte, à fabricação de uma interessante série de tratores nacionais, com bons números de vendas. Porém, a partir da exata metade da década de 1980, a CBT teve a ideia de diversificar seus produtos, inclusive para produzir seu próprio jipe, o Javali.
 
 
Era um utilitário bem simples, esse tal de Javali. Lançado em 1990 com um motor turbo de três cilindros e 84cv, o utilitário tinha bons dotes no fora de estrada, apesar de carecer de um certo conforto, a começar pela sentida falta da assistência hidráulica na pesada direção. Já manobrei um bicho desses e posso garantir que foi um exercício e tanto! Mas, apesar disso, o Javali tinha excelentes dotes e até poderia ter sido vendido em maior número, não fosse a teimosia da fabricante de produzir tudo (inclusive o motor, mesmo dos tratores da CBT!), decisão que, embora louvável, implicava (e ainda implica)em um certo trabalho na busca das peças de reposição.
 
 
Mas quem tem um desses certamente não se importa com as eventuais dificuldades, porque é um interessante e ágil off road, com preço de aquisição mais fácil do que um Toyota Bandeirante e com custo operacional mais baixo do que a de um Jeep Willys ou Ford com motor a gasolina.
 
 
Aliás, achar um Javali não é tarefa das mais fáceis: o bicho foi lançado no Salão do Automóvel de 1988 e só foi vendido entre os anos de 1990 até 1993, provavelmente não mais do que mil ou duas mil unidades. Uma pena, o jipão merecia mais sucesso.
 
 
Enfim, de saudade não se morre e este blog vive de lembrar das coisas boas da história automotiva, por isso trago a vocês essa matéria veiculada na revista Quatro Rodas Aventura de junho de 1988, na qual a revista travou um primeiro contato com o 4x4:


Não é demais recordar: o Javali foi vendido ao público com motor turbo.
 



O protótipo, como vocês podem notar, apresentava características um pouco diversas das apresentadas veículos de produção (afinal, é um veículo pra desenvolvimento); mesmo assim era possível antever que o jeito despojado do Javali, apesar de seus defeitos e de suas particularidades, não fazia feio perante seus concorrentes mais diretos. Aliás, o dono do Javali que manobrei há uma década atrás ainda tem o jipão e não o vende de jeito nenhum (ainda mais agora, por ter instalado um moderno motor MWM e câmbio capaz de aguentar o torque). Ele deve ter seus motivos...