segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Chevette SL 1988 (Parte 1)

Assim que trouxe o Chevette daquela primeira viagem, fiz a lista de procedimentos necessários para aprimorar o Chevy:
 
  • a) trocar urgentemente a junta que veda a boia do tanque de gasolina;
  • b) providenciar uma regulagem muito minuciosa na carburação e na ignição; e,
  • c) trocar o escapamento esportivo pelo original, porque eu gosto de silêncio e sossego na vida.
Bem, se a gente pegar um carro antigo e fazer uma lista de tudo o que quer fazer, poxa, a coisa fica fora de controle (financeiro e mental), pois sempre, SEMPRE vai ter algo para ajustar, arrumar, melhorar, polir, limpar e apertar. Mas é como disse, o legal de ter um veículo antigo, original ou não, é ter essa diversão e esse passatempo, essa volta no tempo e as lembranças que o Chevette 1988 é capaz de me oferecer.
 
Enfim, voltando à lista de tarefas, eu cumpri, em primeiro lugar, o item "a". Não tirei foto na hora de trocar a junta, mas é super fácil. Só você ir até o lado esquerdo da traseira (no caso, é aonde fica o conjunto da boia), soltar os conectores elétricos que ligam a boia até o marcador de combustível e soltar os cinco parafusos sextavados.
 
O conjunto da boia, no meu caso, estava novinho, não precisou de reparo e nem de substituição. Mas a junta... Era uma dessas de cortiça prensada, que, apesar de ser original, não aguenta muito o tranco de vedar a nossa pobre gasolina com a adição de álcool... Por isso eu esqueci da originalidade e providenciei uma junta melhor, feita, aparentemente, de cortiça emborrachada e com uma espécie de "lona" vulcanizada na própria peça, exatamente a que mostro agora:
 
Das juntas que procurei, esta me pareceu ser a melhor, e nem por isso foi a mais cara (foto: Google)
Não foi muito fácil achar a junta, devo dizer. Em várias lojas de auto peças só faltam rir da sua cara quando você chega no balcão e pede uma peça de reposição para um Chevette. É curioso, porque a Chevrolet fez centenas de milhares de Chevette e muitos ainda rodam - e uma junta, que, ao que parece, serve pro Monza, Kadett, Ipanema e Opala, não é uma peça que precisa de altíssima tecnologia pra funcionar...
 
Na quinta loja, ainda bem, foi diferente: não riram de mim e me venderam a tão procurada junta, paguei R$ 9,00 por ela e voltei feliz da vida pra casa. Se você não tem essa sorte, procure no Mercado Livre, lá você acha fácil e ainda te enviam pelos correios.
 
Quanto à peça, ela me pareceu ser bem mais resistente do que a original de cortiça e provavelmente vai durar bastante. Minha namorada, a doce e linda Flora, empolgou-se com o serviço: ela própria soltou o conector, os cinco parafusos, sacou a boia, trocou a junta, remontou tudo e deu o trabalho por terminado. Só conferi o aperto (não precisa ser excessivo, é pra apertar e não empenar os parafusos!) e tá tudo em paz. A gasolina não vaza mais do tanque e aquele perfume maravilhoso de petróleo refinado misturado com álcool anidro já sumiu.  
 
O item "b"eu já providenciei. O Chevette está sob os cuidados de um habilidoso mecânico da região e logo logo o Chevette vai ter o desempenho de antes e vai dar adeus às falhas na carburação e ignição.
 
O item "c" eu também vou providenciar, um amigo do meu primo Carlos trabalha com isso e, tenho certeza, brevemente o Chevette vai roncar macio como quando saiu da fábrica. Mas estas etapas eu conto para vocês à medida em que elas forem acontecendo...
 

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Propaganda da Semana: Kombi 1200 (1966)

Pode até parecer brincadeira, mas um dos carros que tenho mais curiosidade de dirigir é a Kombi. Não pela estabilidade, pelo conforto ou mesmo pelo luxo, mas, para usar um termo na moda, é pela experiência de guiar um utilitário completamente diferente do que temos hoje: motor e câmbio lá na traseira, volante quase reto, painel básico (só o básico do mínimo indispensável) e para-brisas que fica quase rente à testa.
 
Eu já andei em algumas, inclusive uma cabrita, uma Kombi pick-up lotada com muitos itens de uma mudança (quando eu digo lotada é porque a Kombinha estava muito carregada, muito mesmo!), mas que andava com dignidade e muita força. Até o volante ficou mais leve com aquela absurda carga que ocupava quase três ou quatro vezes a altura da picape!
 
Mas não queria usar uma Kombi em aventuras tão radicais: queria mesmo é colocar a perua na estrada, se possível numa viagem longa, como era costume antigamente, tempos em que não tínhamos utilitários tão confortáveis (e seguros) como os de hoje, como na época deste anúncio, gentilmente digitalizado e disponibilizado pelo usuário Michel, do Flickr:
 


Se o anúncio fosse atual, a questão seria: a sua família gosta muito de celular

A simpática Kombi Luxo do anúncio (sei que é luxo em razão da pintura "saia-e-blusa", de dois tons), contava com 15 (quinze) janelas e tantos lugares quantos fossem necessários (essa história de cinto de segurança era coisa de avião de carreira, não de automóvel), tudo isso empurrado por um esforçadíssimo motor 1200 de valentes 36cv de força. Se você reclama de ter de andar por aí com um 1,0 atual, lembre-se dos seus antepassados que lotavam uma perua de 36 cv e saiam por aí, felizes da vida... Era tão fraquinho o valente motor que no ano de 1967  houve a evolução para a cilindrada de 1.500cm³ e passou a potência de 52cv, combinação que fazia a perua chegar aos incríveis 100km/h.
 
As coisas mudaram muito de 1966 até hoje; a própria Kombi, que já saiu de linha, evoluiu consideravelmente e até mesmo ganhou um moderno motor refrigerado a água em seus últimos tempos, bebeu álcool e diesel quando era preciso, além da velha e boa gasolina. Mas a ideia de sair de casa com a família, apesar de parecer não atual, é um programa que merece ser mantido. Ainda mais nestes tempos modernos, em que (nós) jovens ficam grudados na telinha do celular e nos esquecemos de viver o mundo lá fora. Especialmente se for a bordo de uma Kombi 1200.