segunda-feira, 20 de maio de 2019

Propaganda da Semana: Linha Chevrolet 1979


Hoje mesmo eu ouvi, casualmente, mais de uma pessoa a reclamar dos preços dos carros novos. Automóvel, aliás, nunca foi um objeto barato, mas, talvez por uma questão de dificuldades econômicas conjunturais (e gerais) o sonho de tirar um carro novo na revenda parece ser cada dia mais difícil.

E um dos interlocutores que reclamou para mim dos altos preços até fez uma consideração: "além disso, os carros de hoje são meio sem graça, né? Antes era tudo mais luxuoso, aparentemente". Ele fez questão de lembrar de um Opala que o pai dele teve em tempos idos, e qualidade dos materiais usados no acabamento interno surpreendeu o amigo que, à época, era um moleque de dez anos.

Concordei com o meu interlocutor: já não temos mais carros tão interessantes como os de antigamente, até mesmo pela opção de escolher a cor do interior, hoje engolida pelo custo de produção, coisa que a Chevrolet, ao longo dos anos, fez questão de demonstrar, como fez na linha 1979:

Achar um volante vermelho para um Opala nos dias de hoje é um pesadelo... (fonte: blog memoriasoswaldohernendez.com)
É certo que o interior não era rigorosamente monocromático. Detalhes como o pomo da alavanca de câmbio (e as teclas do rádio) de todos os modelos, além da moldura dos instrumento e de algumas partes do painel dos Chevette, não acompanhavam as cores; mesmo assim, o acabamento impressionava pelo detalhamento acima da média.

Note que os cintos de segurança, tapetes e forro de teto eram sempre da cor escolhida, tudo executado com capricho, coisa que hoje não temos. Mesmo que você insista, a Chevrolet não vai te vender um Cruze novinho com interior vermelho.

Até pode ser que seriam poucos os interessados em um interior escarlate (ou mesmo bege). Mas é uma pena que o custo final do produto (que é tão caro) desestimule a oferta de opções de cores. Afinal, se o carro é tão caro, o consumidor ficaria feliz em personalizar um pouco mais o seu possante.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Propaganda da Semana: Chrysler Regente (1969)

Se tem um carro que eu acho interessante é o Chrysler Regente (ou o Esplanada ou mesmo o GTX), tanto que, se pudesse (ah, se eu pudesse...), teria fácil um de cada. E digo isso não apenas por ser fã de carteirinha da Chrysler, pra ser sincero.
É que a linha Esplanada, apesar de não ter sido concebida pela Chrysler do Brasil (e nem mesmo pela matriz americana ou as demais filiais europeias), é para mim das mais interessantes, pois os carros são derivados diretos da linha Simca Chambord, como se pode notar pelo uso do mesmo teto, das mesmas portas e demais itens do monobloco e detalhes funcionais e de acabamento.

Sim, o Esplanada e o Regente nasceram no final de 1966, como novidade para o ano de 1967, sob o signo da Simca (a qual, vale lembrar, teve a totalidade das ações adquiridas pela Chrysler naquela mesma época), tanto que, mal lançado, o Esplanada foi remetido à Detroit para uma série de aperfeiçoamentos mecânicos e estéticos.
No ano de 1968, mais precisamente na metade daquele já distante ano, a linha Esplanada/Regente ganhou uma nova frente com quatro faróis e outros pequenos acertos de estilo e de mecânica, todos mantidos para a linha 1969, como a gente pode ler nesta propaganda, do meu acervo:


O curioso do carro é que, apesar da origem francesa, o motor dele é derivado direto de um motor Ford (a fábrica da Ford em Poissy foi comprada pela Simca em 1954, herdando, com isto, os direitos de fabricação do já um tanto antigo V-8 flathead de 2,4l de cilindrada e 80cv de potência). O propulsor não era exatamente moderno nos anos 1960, tanto que foi aperfeiçoado no Brasil pela Simca até surgir o EmiSul (melhorias que foram revistas pela Chrysler nacional).
Nesta altura você até pode pensar que a linha Esplanada é uma turva mistura de elementos, mas o resultado da múltipla origem do Esplanada é dos mais homogêneos: o carro era bom, mesmo. Sofreu, é claro, com os problemas de qualidade que a Simca tanto lutou ao longo dos anos para eliminar, mas suas qualidades compensavam amplamente.

E lá nos idos de 1969, se você tivesse uns trocos no bolso poderia comprar um Regente, mais simples da linha (embora não dramaticamente empobrecido); um Esplanada, intermediário e até luxuoso, com calotas maiores e interior com materiais um pouco mais nobres; e, ainda, um GTX, esportivo que, apesar de contar com a mesma mecânica dos demais, dispunha de transmissão de quatro marchas com alavanca no assoalho (acolhida por um console) e confortáveis bancos individuais.
Pena que a linha não durou muito: em 1969 veio o Dart, lançamento que ofuscou as atenções da fábrica, que logo tratou de descontinuar a linha Esplanada. Uma pena mesmo, porque sobraram poucos remanescentes da linha Esplanada, infelizmente... 

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Manual do Proprietário: Chevette, Chevy 500 e Marajó (1987)

O pessoal da Chevrolet está de parabéns, porque eles nos presentearam com esta preciosidade: o manual do proprietário para a linha Chevrolet do ano de 1987. É interessante que, ao menos desde 1981, a Marajó tinha o seu próprio manual, situação que, estimo, deve ter perdurado até meados de 1986, até por uma questão de economia: basta um livreto para todos os carros e isso torna menor os custos de elaboração e de impressão.

Ok, isso torna as coisas menos românticas, mas, é a vida. Ainda mais naquele duro ano de 1987, ocasião em que a Chevrolet (e todas as outras fabricantes) tiveram de lançar mão de pequenas mudanças para justificar o aumento de preço (exigido pela inflação) e fugir do congelamento de preços. É, meus amigos, outros tempos...

Mas vamos deixar o papo pra outra hora e partir para o que interessa: o manual, na íntegra, da linha Chevette para o ano de 1987:













































































































Duas coisas precisam ser ditas ao fim desta postagem. A primeira delas é um grande agradecimento à General Motors do Brasil pela gentileza e preocupação de compartilhar estes manuais tão preciosos (e inéditos na internet) com os proprietários e fãs desse interessante modelo; a segunda menção que faço é um pedido: compartilhe o manual, mas não cobre por isso. Lembre-se que a fábrica o disponibilizou gratuitamente, como também faço, e a ideia deste espaço não é ganhar dinheiro com os materiais, mas fazer amigos e espalhar informações corretas e precisas.

E, por fim, mantenho a promessa: logo trarei mais manuais pra gente ler e se divertir, aguardem!