Se você, assim como eu, é leitor assíduo das edições mais antigas da revista Quatro Rodas, possivelmente já deve ter lido a breve avaliação feita por Emílio Camanzi - e visto as fotos de Georges Tresca e Geraldo Guimarães - do interessante Fúria, até então um promissor protótipo de um novo automóvel esporte, feito pelo hábil Toni Bianco por encomenda da Fábrica Nacional de Veículos, mais conhecida como Fenemê:
A avaliação acima, publicada na edição n. 136 da Quatro Rodas (novembro de 1971), deixava antever que o Fúria seria um esportivo muito promissor, especialmente se a mecânica do FNM 2150 fosse mais bem afinada (e até mesmo eventualmente envenenada). Seria, então, um tremendo concorrente para o Charger R/T, o Opala SS e até mesmo para o Maverick GT (à época ainda em gestação pela Ford do Brasil) e teria feito sucesso.
Teria, não fosse um problema: a Alfa Romeo, empresa italiana responsável pela administração da FNM, não ficou exatamente empolgada com o projeto e não autorizou a continuação do desenvolvimento (talvez por querer concentrar seus esforços no futuro lançamento do Alfa 2300), de modo que o Fúria se resumiu a uma única unidade, felizmente salva do comum destino dos protótipos: virar sucata.
E o que talvez você ainda não tenha lido ainda, é esta reportagem veiculada na edição n. 5 revista Classic Cars (então distribuída como suplemento da revista Auto e Técnica), no já distante ano de 1998:
Apesar do precoce falecimento de Fábio Steinbruch - que assinou o artigo acima e foi o responsável, dentre tantas outros resgates, do Fúria -, o único exemplar ainda está em sua pleníssima forma, tanto que, volta e meia, é visto em diversos encontros automotivos. Fica, aqui, a lembrança do saudoso colecionador em salvar esse capítulo fascinante da nossa história automotiva.