sábado, 27 de novembro de 2021

A resistência de um Volkswagen Passat Surf 1980

Em 18/11/1980, o Passat Surf cinza granito com número de chassi BT 427050 saiu da Sabrico S. A. para a Editora Abril, pelo preço exato de Cr$ 340.822,25. Dias mais tarde, recebeu as chapas ME-3803/SP e logo ganhou as ruas. E se engana você se pensa que essa foi uma compra comum, pois este Passat foi adquirido com um objetivo muito específico: ser testado por 30.000km e depois ter o seu motor a álcool desmontado para uma avaliação muito minuciosa. 

Naqueles tempos, os propulsores alcoolizados eram uma interessante novidade (coisas do Pró-alcool, do qual você certamente já deve ter lido em algum lugar, inclusive por aqui) e a iniciativa da revista tinha também seu ar de novidade. Apesar de não ter sido o primeiro a ser tão duramente avaliado (este título coube Fiat 147, em edição anterior), o motor Volkswagen era também novidade e dúvidas não faltavam no mercado. Será que efetivamente o combustível vegetal seria um bom negócio, inclusive a longo prazo? Leia o teste e tire as suas conclusões.










Desconheço o paradeiro deste Surf (versão mais simples, com um jeitão mais esportivo), mas dos motores a álcool sabemos bem que depois das dificuldades pioneiras, conquistou ampla maioria no mercado. Hoje, em 2021, nada compensa financeiramente (nem álcool, gasolina, GNV, diesel ou todos juntos); porém, o maior prazo de financiamento, menores tributos e o amadurecimento da tecnologia então pioneira contribuíram decisivamente para a maior disseminação do carro a álcool naquela já distante época de 1980...

4 comentários:

  1. Eu sou a favor do álcool como combustível veicular, inclusive do uso do milho e do sorgo como matérias-primas em alternativa à cana. Apesar de se falar muito que a produtividade em litros por hectare com o álcool de milho é menor, e atribuir a esse aspecto uma suposta ineficiência quanto ao saldo energético comparado ao álcool de cana, vale lembrar que o grão de destilaria usado para a formulação de rações pecuárias proporciona ganho de peso mais rápido ao gado de corte que o grão de milho ao natural, e a um custo menor que o uso de concentrados de proteína à base de soja.

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    1. Se todos os técnicos burocratas tivesse a sua visão, meu caro, teríamos um pais muito melhor...

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    2. Aliás, o grão empregado na destilaria teria um destino nobre e certo, não se tornaria o terrível vinhoto, além de me ser possível antever até mesmo uma diminuição no custo da engorda do animal e, por via reflexa, uma certa baixa no custo da carne, além do combustível.

      Uma decisão estratégica errada cria erros em cadeia; pena que até hoje prevalece a cana na destilaria e a soja em peso na ração animal, quem sabe no futuro isso melhore.

      Grato pela vista e os comentários, sempre muito enriquecedores!

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    3. O problema do vinhoto é a carga salina, embora possa até ser usado como substrato na formulação de alguns fertilizantes e servir como meio de cultura para algumas variedades de algas com alguma utilidade tanto alimentícia quanto energética.

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