segunda-feira, 24 de junho de 2019

Catálogo da Semana: Picapes Chevrolet Série 10 (1989)

Um amigo nosso, Bruno Bezerra, comentou dia desses sobre as picapes Chevrolet da Série 10, produzidas a partir de 1985, com a re-estilização da linha. São caminhonetas que se tornaram escassas atualmente, porque a maioria das sobreviventes que vemos na lida são da Série 20 (quase todas com motor a diesel Perkins), o que torna uma A-10 ou C-10 daquela época uma picape difícil de se ver.
 
Pra começar a falar delas, trago aqui para vocês um excelente catálogo da Série 10 de 1989, cortesia do extinto site Caminhão Antigo Brasil, de que tanta saudade temos e torcemos para que logo volte ao ar:


As picapes da Série 10, como podemos ver do prospecto, carregavam no máximo 600kg de carga (com caçamba metálica, claro) e, por conta disto, não poderiam ter motor diesel, graças às normas da época: para ter uma unidade motriz acionada por óleo diesel, só com algumas regras, a começar pela capacidade de carga, que tinha de ser maior do que 1 tonelada. Então, nunca tivemos D-10 a partir de 1985, se ver uma, desconfie.
 
Quanto à proibição, a Chevrolet, lá em 1979, ao lançar a primeira picape com motor a óleo diesel, teve de usar a denominação D-10/1000, significando que o seu novo utilitário carregava 1000kg nas costas (na época, por uma questão de oportunidade, a GM logo tratou de lançar a A-10 e C-10/1000).
 
 
A Série 10 (de 1985-1992) poderia ser comprada, no começo, em três versões: chassi com meia cabina (só vinha com capô e painel, sem portas), cabina e chassi (sem caçamba) e a picape. A Série 10, no entanto, não contava com as opções de caçamba longa e cabina dupla, disponíveis apenas para a Série 20. Nem mesmo a opção de tração nas quatro rodas, que nunca teve fama boa, esteve disponível para a Série 10.
 
E ao contrário do que até eu imaginava, não havia uma hierarquia de acabamento entre as Séries 10 e 20: todas as picapes recebiam as mesmas opções de acabamento e opcionais, sem maiores problemas. Talvez a maior diferença estava na utilização: a Série 10 era destinada ao lazer (e eventualmente à transformação em cabine dupla nas mãos das muitas transformadoras da época), a Série 20 era mais vocacionada ao trabalho (à exemplo da D-20, que tinha um irresistível apelo para a economia, graças ao preço baixo do combustível em relação ao álcool e mais ainda à gasolina).
 
O baixo número de vendas das picapes da Série 10 pode ser consequência do custo-benefício: quem poderia comprar uma Série 10, investia mais uns cobres e levava uma picape que carregava mais carga e poderia contar com motor diesel (com mais alguns cobres ainda, porque a D-20 era cara), um sucesso de vendas e de resistência até hoje.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Propaganda da semana: Dodge Polara (1977)

Volta e meia eu falo aqui do Dodge 1800 (depois denominado Polara), carro que, apesar de ter sofrido bastante com a prematuridade do seu lançamento (falhas que, com certeza, prejudicaram suas vendas), tinha muitas virtudes.
 
No final do segundo semestre de 1975, a Chrysler do Brasil tratou de aprimorar o seu médio para enxotar os fantasmas do passado: melhorou o pós-venda, instituiu uma garantia inédita (a tal "Garantia Total"), rebaixou um pouco a suspensão traseira, melhorou o acabamento interno e tentou melhorar a qualidade da construção. O resultado logo foi colhido: o Polara foi escolhido pelo júri formado pela revista Auto Esporte o "Carro do ano de 1977".
 
A alegria da Chrysler foi tamanha que as concessionárias embarcaram nessa onda de comemoração, como a Meyer Veículos de Florianópolis, como a gente pode ler neste anúncio publicado em uma das edições de abril de 1977 do saudoso jornal O Estado:
 
Quatro anos após o lançamento, o Polara começava a ver dias melhores, embora se tenha de reconhecer que a fábrica demorou mais do que deveria para reagir.
Eu, se pudesse, tiraria um Polara vermelho Veneza (ME9) com interior igualmente escarlate. Era uma combinação e tanto na época, um luxo só...