sábado, 6 de março de 2021

Um luxo básico: Opala (1986)

Em 1985 a Chevrolet investiu tempo e recursos para atualizar o estilo do Opala; um ano depois a empolgação parece ter esfriado um pouco, possivelmente porque as atenções estavam mais voltadas à linha Monza e o novo propulsor de dois litros em plena fase de desenvolvimento. Por isso, quem procurou o Opala e a Caravan nos concessionários naquele 1986 não encontrou muitas novidades além das cores e dos novos padrões do tecido dos bancos...

De todo modo, a falta de alterações na linha não era de todo ruim, porquanto a fábrica ainda manteve a interessante (e saudável) tradição de oferecer equipamentos extras que poderiam ser adquiridos separadamente, como a gente pode ver desse interessante catálogo do Opala - o mais simples mesmo - encontrado em minhas andanças no buscador de imagens do Google:

A pintura com efeito metálico era opcional, a que aparece no catálogo é a dourado real

Se você foi o(a) responsável por digitalizar o arquivo, avise-me e darei os créditos!

Por ser o modelo de entrada, o interior do Opala "standard" era de uma simplicidade quase franciscana. Notem que o tecido dos bancos parece ser o mesmo da linha Chevette L, as portas recebiam acabamento bastante simples em courvin, o painel era simplificado e nem sequer contava com o relógio, o volante apresentava um desenho mais simples e outros detalhes suprimidos. Por fora, apenas um discreto friso de matéria plástica adornava a lateral (o que, de certa forma, dava um charme mais discreto do que os largos apliques da linha Diplomata). Tudo simples e na medida para frotistas e órgãos públicos, o público alvo desta versão não muito luxuosa.

Porém, o catálogo indica que você poderia deixar a versão mais interessante: apesar de ser o modelo mais simples da gama, poderia ser equipado com o motor de seis cilindros (inclusive o 250-S), transmissão automática e ar-condicionado, itens normalmente encontrados nas versões mais caras. Sim, poderia ser um Opala básico com motor 2500 e ar-condicionado e mais nada, ou um 250-S automático sem condicionador de ar, tudo na exata medida do interesse e das possibilidades do freguês. 

Além desse interessante mosaico, essas configurações mais simples me agradam muito (gosto desse visual despojado com opcionais de conforto); porém, meu gosto pessoal é diferente da média do mercado: quem tinha dinheiro para equipar um Opala investia em um modelo Comodoro ou até Diplomata, com ganhos óbvios no acabamento e no status. Uma pena, porque os modelos mais simples geralmente são os mais raros - que o diga a dupla Omega e Suprema GL! 

8 comentários:

  1. Também simpatizo com o perfil mais austero das versões básicas dos modelos considerados prestigiosos nas respectivas épocas.

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    1. Até hoje o veículo mais básico me chama mais a atenção: não acho exatamente bonita, mas uma Duster com o parachoque sem pintura e as rodas de aço são interessantes, menos óbvias do que as mais completas. E mais objetivas, digamos assim, sem muito enfeites e cromados.

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    2. No caso das rodas de aço estampado, a maior resiliência às condições de rodagem severas e facilidade de reparos é algo a considerar.

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    3. Pessoalmente, não troco as rodas de aço do meu modesto Uno por outras de liga leve: são simples, robustas e resistentes. Até mais compatíveis com o pavimento rude que temos em nossas estradas.

      Certa feita cai em uma cratera coberta pela água das chuvas com o meu antigo Fiesta, fiquei feliz de conseguir recuperar a roda dianteira direita: se fosse uma de material mais nobre, o prejuízo seria certo...

      Grato pela visita e os comentários!

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    4. Hoje à tarde eu vi um Corsa Wind com rodas de alumínio daquelas de 3 raios que eram oferecidas como acessório que teve um pneu furado, e quando o dono foi trocar o pneu estava lá uma roda estampada daquelas que eram usadas no Kadett e no Monza. Devo confessar que eu ainda acho aquela roda do Kadett mais bonita que a de alumínio que estava naquele Corsa.

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    5. Penso igual: esse modelo de roda de alumínio de três raios do Corsa não me agrada muito, sinceramente a de aço é mais bonita e até mais durável.

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  2. Acho incríveis essas rodas "repolho", que surgiram na linha Opala 1977! Elas têm muita personalidade! Quanto às versões básicas da linha Opala/Caravan, creio que a que é mostrada nesse catálogo seja a da linha 1986, pois esse teria sido o primeiro ano do Opala básico equipado com esse friso fininho, e, na sequência, o ano de 1987 teria sido o primeiro e único da versão L (provavelmente podemos afirmar que o Opala era apenas "standard" de 1969 a 1970 e de 1975 a 1986, era Especial de 1971 a 1974, era L apenas em 1987 e era SL de 1988 a 1992, exceto o coupé 1988, que não foi disponibilizado em versão SL).
    Quanto ao Omega GL, cheguei a ver inclusive alguns poucos exemplares com vidros 100% incolores aqui em São Paulo na década de 1990! Se algum brasileiro possuir um desses (GL original e ainda por cima com vidros incolores) nos dias de hoje, então tem em mãos um dos carros nacionais mais raros que pode-se imaginar. Chamaria mais a atenção que um Omega CD, que - embora luxuoso - está longe de ser uma raridade extrema.

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    1. Caro anônimo, admiro o seu conhecimento sobre a linha Opala e fique sempre a vontade para comentar e enriquecer nossas postagens!

      Ao melhor olhar o catálogo, percebi que ele tem data de 06/1986 e possivelmente o modelo pertencia àquele ano (não tenho aqui a lembrança de quando foram lançados os modelos 1987), vou corrigir a postagem, inclusive para excluir a menção à versão L. Obrigado!

      Quanto à linha GL do Omega e Suprema, aqui em Santa Catarina vi muito poucos: a última Suprema foi uma branca taxi, já bastante surrada, isso há uns dezoito anos atrás. Omega GL já vi alguns - recentemente um foi anunciado na OLX, até bem razoável -, mas com os vidros incolores, esses mesmo nunca vi.

      Grato pela visita e fique sempre à vontade para indicar correções e esclarecer fatos aqui, abraço!

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