O primeiro movimento da Volkswagen do Brasil no seguimento de veículos pesados foi a compra de todas as ações da Chrysler do Brasil - processo este iniciado em 1979 - e que trouxe todo o aporte de tecnologia de que ela necessitava para ultimar o lançamento de sua linha de caminhões, o que aconteceu no ano de 1981 com a dupla de médios, o 11.130 e o 13.130. A década de 1980 mostrou o acerto da medida e a fábrica, apesar da massiva concorrência da Mercedes-Benz, teve ótimos resultados.
Embalada pelos sucessos e incentivada nos tempos de Autolatina com a participação da Ford, ambas as fábricas - Ford e Volkswagen - decidiram, em conjunto, oferecer uma solução ao mercado de ônibus, do que surgiu, em 1993, as plataformas B1618 e 16.180CO, de cada fabricante, respectivamente. Ainda farei um comparativo entre os chassis quase gêmeos - isso ainda requer alguns estudos, mas me cobrem -, mas, numa visão bastante ampla, ambos eram virtualmente iguais, a começar pela mecânica e as aplicações urbanas e semiurbanas. O que não foi igual foi o número de vendas, muito mais favorável à Volks.
Aqui na região de Florianópolis, por exemplo, ambas as plataformas foram compradas pelas empresas da região; porém, os Volkswagen prevaleceram: no ano de 1994, a empresa Jotur (que ainda atende aos municípios vizinhos de Palhoça e São José, inclusive por meio de linhas que têm destino à capital) comprou 20 chassis 16.180CO de uma só vez - uma compra muito expressiva na região - e providenciou carroçarias da Marcopolo, modelo Torino da quinta geração (o "GV", como é mais conhecido); em 1996 chegaram mais 10 unidades iguais novinhas. Para os parâmetros daqui, um bom lote.
Imagem tomada por João Marcos, pertencente ao acervo de Josué Bernardo, divulgada por Leonardo da Silva no site Ônibus Brasil. |
A unidade acima, de prefixo 146, é da segunda remessa (fabricada em 1996) e rodou até o final de 2013 pela empresa; seu paradeiro atual é desconhecido, mas não ficaria surpreso se estivesse a rodar em alguma outra empresa, ante a robustez do motor MWM aliada à carroçaria da Marcopolo, conjunto muito durável e que alcançava facilmente a marca de um milhão de quilômetros rodados sem maiores dificuldades.
Ficou curioso pra conhecer mais dados sobre esta plataforma da Volkswagen? Então vamos ler este interessante catálogo produzido pela Volkswagen em 1993 e que revela todos os detalhes técnicos de que tanto gostamos. Material este divulgado por primeiro pela Anfavea, cuja inciativa muito agradecemos:
Lembro de ter visto mais desses em Florianópolis e até em Manaus que em Porto Alegre. Pelo menos até 2004 ainda via bastante desses na Transol, principalmente para as linhas volta ao morro Pantanal e Carvoeira. Quanto aos chassis Ford que também vi muitos na Transol, principalmente naquelas linhas em morros da região central, Trindade e Agronômica, lembro de alguns mais curtos que eu cheguei a ver até por volta de 2008 ainda em operação.
ResponderExcluirA Transol usou (e ainda usa) chassis da Volkswagen, além de Ford, os mais curtos eram bem interessantes e rodaram até 2008/2009 pelo que me lembro. Foram substituídos por Marcopolo Viale OF-1417 com sistema de redução na transmissão para superar as íngremes subidas; hoje são Volks mais modernos que fazem esses trajetos.
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