sábado, 5 de junho de 2021

Decifrando os códigos da linha Opala (1968-1992)

Dentre os meus carros prediletos, o Opala tem seu espaço garantido. Nem mesmo o fato de ser um entusiasta precoce da linha Landau e da Chrysler de modo geral, o primeiro veículo de passageiros fabricado no Brasil pela GM (e não apenas montado aqui) é um desses veículos altamente carismáticos que até hoje tem um fã clube maior do que o milhão de unidades vendidas. Também pudera: apesar de não ter sido exatamente um carro perfeito no começo (mercê de problemas no controle de qualidade, males comuns à época), venceu as dificuldades e alcançou o patamar de veículo altamente desejável, mesmo quando já era um modelo bastante veterano.

E em atenção ao enorme número de entusiastas pela linha Opala, resolvi que no mês de junho de 2021 dedicarei este espaço para compartilhar matérias inéditas sobre o Opala e a Caravan, tal como a que apresento hoje: a decodificação da sopa de letrinhas que forma o número do chassis do seu Opala e Caravan.

Conforme antes disse a respeito da linha Chevette, faço essa postagem para ajudar os proprietários e interessados na linha Opala a descobrirem melhor as características da unidade, sem jamais pretender violar direitos autorais da montadora ou incentivar o mau uso de tais dicas.

Não é demais recordar que a adulteração de sinal identificador de veículo automotor é conduta ilícita passível de sanção penal (crime previsto no art. 311 do Decreto-Lei nº 2.848/1940, o Código Penal Brasileiro) e se você tem dúvidas quanto à autenticidade das informações que constam nos documentos ou mesmo no número de série de um automóvel, procure a autoridade policial e/ou o órgão de trânsito do seu Estado. Perante tais autoridades as providências cabíveis serão tomadas.

Após este breve aviso legal sobre as sérias consequências legais pelo mau uso de informações sobre chassis da linha Opala, convido as amigas e os amigos para visualizarem as imagens seguintes, nas quais encontramos explicações interessantes - e oficiais - a respeito dos códigos alfanuméricos que compõem  a sopa de letrinhas gravada em cada carro:

Durante os anos de 1968 (fabricados como modelo 1969) até 1972 (ou até tal ano-modelo), cada versão contava com um código específico, até mesmo mais de um: isso facilita muito na identificação de versões mais valorizadas - à exemplo do Opala SS, sobretudo os primeiros com quatro portas - e evita que um veículo caracterizado como SS (até mesmo sem maldade, pois as confusões nos órgãos de trânsito nas épocas antes do computador eram frequentes) seja vendido como se realmente assim o fosse. 

Com a chegada do ano-modelo 1973 sofreu modificação, tornando-se mais simples, embora não menos completa. Notem que fabricante não se preocupou em identificar a versão Silverstar - isso a gente já percebeu com as séries especiais do Chevette, quase todas não receberam código específico - e falta nesta página as informações a respeito dos códigos dos motores, as quais podem ser vistas abaixo:


Em 1984, o Conselho Nacional de Trânsito - Contran exigiu que todas as fabricantes empregassem novos códigos padronizados para os veículos produzidos em nosso Brasil, de modo que  o VIN (número de identificação veicular, sigla americana) passou a ter pelo menos 13 caracteres, tal como antes. Mas é bom notar que a linha SS foi descontinuada em 1981 (sim, há ao menos notícia de que um Opala SS 1981 foi montado!), em 1984 só a saudade dessa versão esportiva. Apesar de se tratar de fonte oficial da montadora, dá pra notar uma certa imprecisão em algumas informações...



A partir do ano/modelo 1987 a linha recebeu as últimas alterações no código de produção. O interessante é que se revela possível verificar se o seu Opala/Caravan foi construído com motor compatível com o que ele tem atualmente - pois trocar um 250 por um 151 ou vice-versa não era tão incomum antigamente. Não é ilegal a troca de propulsor (respeitadas as normas pertinentes, é claro), mas quem gosta de algo original pode se fiar nessa informação para melhor conhecer a origem do carro.

Deixo vocês com essa legítima sopa de letrinhas altamente divertida e aviso: nas próximas semanas deste mês virá mais coisa interessante sobre Opala, aguardem!

10 comentários:

  1. Boa tarde, obrigado pelo material. Na primeira foto a explicação da sequência do chassis diz que é o 7° produzido. Mas o correto seria 497°. ISSO né

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    1. Interessante o seu questionamento, Filipe. Procurei em outras fontes confiáveis, mas, ao que parece, este manual da Chevrolet - apesar de algumas lacunas - é o único que informa que os primeiros Opala foram montados a partir do número 100490, mesmo.

      Como exemplo, menciono que a Chrysler do Brasil iniciou a produção do Dodge Dart a partir do número 500 (C000500) e isso se deve ao fato de que os consumidores de então poderiam não querer os primeiros modelos fabricados, até para evitar as unidades iniciais, geralmente com defeitos de fabricação ou ajuste deficiente na montagem (algo muito comum naquela época).

      Continuarei a estudar o assunto, mas, ao que parece, o primeiro Opala fabricado em 1968 teve o número de série 100490, mesmo.

      Grato pela visita!

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  2. caro parabens .. . tem algo sobre a decodificação de motores tbm?

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    1. Infelizmente as informações de que disponho sobre motores são muito superficiais (aparentemente o primeiro número diz respeito ao ano de fabricação e os últimos o da série), mas vou aprimorar as pesquisas para uma futura postagem.

      Grato pela visita!

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  3. o chassi do meu opala é 5b87e. e nao esta na lista, tem alguma explicação???

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    1. Interessante, meu caro.

      O 5 significa que ele foi fabricado pela GMB; o 87 é o código da carroçaria cupê e o E o código destinado ao motor de quatro cilindros. Mas desconheço o código B.

      Procurei em outras versões de outros veículos e em nenhuma consta o código B da versão. Sei que a tabela da GMB que publiquei acima não é exatamente precisa (há omissões e inconsistências, como, por exemplo, não menciona a linha 1982 do Monza, pois partiu do modelo 1983); mas não tenho nenhuma explicação.

      Até poderia dizer que esse código "b" se refere a alguma versão para frotistas (até públicos), mas a versão sedã era a mais procurada, então é pouco provável essa hipótese. Um erro na fábrica com o código é menos provável ainda...

      Sugiro que você procure a Chevrolet e os questione, talvez por meio de um concessionário, para obter esta informação. Continuarei as minhas pesquisas e se algo descobrir, direi aqui.

      Grato pela visita!

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  4. Estranhíssimo é constar numa das páginas o inexistente Opala "Sedan 2 portas", pois - como obviamente sabemos - essa versão de carroceria existiu apenas na linha do Opel Rekord C...

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    1. Bem observado!
      Esse manual de identificação, em que pese ter sido editado pela própria Chevrolet, tem várias imprecisões (esquece da carroceria quatro portas do Chevette, o modelo 1982 do Monza e outros detalhes), provavelmente alguém pensou que cupê e sedã de duas portas era a mesma coisa e ficou o engano...
      Grato pela visita!

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  5. Motor do opala 04 cilindros 5j1112n1 o que quer dizer, qual e o ano de fabricação e se e a gasolina ou álcool?

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    1. Infelizmente não disponho destas informações, só as do chassi, mesmo.

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