segunda-feira, 31 de maio de 2021

Um Dart no Penhasco (1969)

No aspecto tecnológico, 1969 foi bastante promissor. O maior acontecimento daquele já distante ano foi a perfeita alunissagem da missão Apolo 11 em 20 de julho: Neil Armstrong e Buzz Aldrin (com o apoio de Michael Collins, na espaçonave) foram os primeiros a pisarem no solo do nosso satélite natural. Apesar de tudo, há quem duvide do feito - há quem defenda não ser a terra redonda, aliás -, mas ninguém duvida ou questiona o fato de que outro lançamento deixou uma capital bastante interessada.

Não se tratava de uma espaçonave ou uma aventura extraterrena; mas, para quem gostava e se interessava por carros vibrantes, modernos e rápidos, o lançamento do Dodge Dart em Florianópolis no imponente Clube Penhasco deixou muita gente com os sonhos e desejos lá nas alturas, conforme podemos ler dessa interessante nota publicada no extinto jornal O Estado, edição n. 16.248, publicada em 17-10-1969:

Imagem extraída da edição digitalizada pela Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina

Àqueles tempos, Florianópolis contava com um pouco menos de 140.000 habitantes (no ano seguinte, o IBGE, ao computar o censo apurou a presença de exatas 143.414 pessoas na capital dos catarinense) e era um lugar um tanto diferente - e o pomposo (e muito caro, certamente) lançamento feito à época pela Meyer Veículos foi uma festa das mais badaladas, contou até com a rainha da antiga Feira da Indústria e Comércio e outros convidados potencialmente habilitados para pagar uma boa soma de cruzeiros novos para adquirir seu Dart. Tanto é que os dois primeiros Dart da capital foram vendidos naquele mesmo dia!

Fico a pensar onde estão estes Dart 1969 modelo 1970. Quase que certamente extintos, certamente já viraram lembranças e histórias pra contar - como certamente também ficou para história aquele interessante lançamento feito no já tão distante ano de 1969...

6 comentários:

  1. Uau, que legal quando o Dodge Dart saiu era realmente um carro muito bonito e avancado, comparado entao aos modelos da Dodge anteriores (Simca Esplanada/Regente/GTX) e aos Aero-Willys era ate covardia comparar, umas duas decadas de avanco estilistico. O texto chega a ser folclorico, chamar o evento de quase uma festa Hippie eh surreal, com escoteiros empurrando o 1926 e todo mundo elegantemente trajado de terno, mas sintetiza bem aqueles anos 60, que foram otimos em termos de aglomeracoes sociais. Felizes os que tinha dinheiro em caixa e poderiam comprar um Dojao novinho, deveriam ter um cheiro de novo ma-ra-vi-lho-so ! Obrigado pelo interessantissimo post, Douglas ! Quando eu tiver uma maquina do tempo quero voltar pra esse dia, nesse local e participar dessa "quase festa Hippie" tambem pra comprar meu Dodge zero !

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Você resumiu a essência da reportagem! Floripa era uma cidade muito menor do que hoje é (não que seja lá uma grande metrópole, mas a população aumentou muito desde então) e o lançamento do Dart era uma dessas ocasiões para se fazer uma enorme festa, um Dodge 26 empurrado por escoteiros (imagine isso hoje!!).

      E se você arranjar uma máquina do tempo, dê-me uma carona, pois quero ir junto voltar nessa festa hippie e animada para comprar um Dart zerinho e me divertir bastante nas pacatas estradas de então!

      Grato pela visita!

      Excluir
  2. Se duvidar, só naqueles morros perto da Prainha já deve ter pelo menos o dobro do que era a população total de Florianópolis na época desse evento.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não sei se chega a tanto, mas a cidade desde então se transformou radicalmente! Ao menos a ponte Hercílio Luz está reaberta, já dá pra sentir um pouco do climão mais antigo.

      Grato pela visita!

      Excluir
    2. Realmente as transformações que Florianópolis passou foram profundas, mesmo considerando um período mais curto. Ainda lembro de quando estavam fazendo o aterro na Costeira quando eu cheguei a Florianópolis em '96.

      Excluir
    3. Nossa, e como!
      Lembro-me de ter ido pela Costeira muitas vezes com meu avô para ir ao Ribeirão da Ilha - e o aterro já começava a surgir para afastar o mar daquela região. Não são poucos os lugares que olho e penso "poxa, antes aquilo era tudo mato...", haha

      Excluir

Este espaço está sempre disponível para a sua contribuição. Fique a vontade e participe, será um prazer ler - e responder - seu comentário!