sábado, 9 de janeiro de 2021

Volkswagen SP-2: novidade em dois testes (1972)

Se há um carro que me impressionou na primeira vista, bem, foi o VW SP-2. Só o conhecia por fotos e pela descrição dos amigos, mas, pessoalmente, fui vê-lo em 2009 em uma exposição. Um veículo tremendamente baixo para o meu metro e oitenta e sete de altura, mas, ao me abaixar, vi um interior soberbo para os anos 70, luxo em detalhes e funcionalidade que (desculpem os que gostam) um Puma da época não alcançou.

Tracionado por um engenho boxer de exatos 1.678 cm³ de cilindrada - capaz de render 75hp em 5.000 rotações por minuto e um torque de 13kgfm quando a agulha do contagiros chega à marca de 3.500 rpm - o SP-2 andava muito bem e chamava atenção adoidado, certamente o carro mais vistoso jamais lançado pela Volkswagen nacional. E tal novidade não passou em branco pelas publicações da época, tal como a Quatro Rodas, em avaliação assinada por Mathias Pettrich e com imagens de Fernando Abrunhosa para a edição n. 144:




Interessante notar que a revista avaliou uma unidade cedida pelo famoso concessionário Dacon e a maior crítica foi em relação ao desempenho: apesar de todas as qualidades e o veneno extra preparado pela Volkswagen, a mecânica robusta não apresentava um nível de potência compatível com as expectativas criadas pelas linhas e o acabamento muito especiais. 

Em contraponto, a avaliação da revista Auto Esporte - com avaliação feita por Jean Balder e Heitor Feitosa e ilustrada por Cláudio Larangeira para a edição de agosto de 1972 - classificava o desempenho dinâmico como "suficiente", além de ressaltar as inúmeras qualidades do carro, com ênfase no interessante trabalho da fábrica para ampliar a cilindrada do boxer 1.600:





O número de vendas do SP-2 (e mais ainda o de sua versão mais simples, SP-1) não reflete nem um pouco as inúmeras virtudes do carro e do que ele significou na época. Talvez o tão desejado SP-3 - com motor Passat, divertida traquinagem montada pela Dacon - pudesse melhorar um pouco as coisas no quesito vendagem se acaso fosse produzido em série pela VWB; mesmo assim, o sofisticado esportivo tem lugar cativo na história do automóvel. E cá pra nós, deve ser muito interessante guiar um carro tão baixo, quase colado ao chão, em uma estrada deserta e cheia de curvas numa adorável manhã de primavera...

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