sábado, 16 de janeiro de 2021

Linha Chrysler 1974

As atenções da Chrysler do Brasil estiveram voltadas no ano de 1973 ao seu caçula (em idade e em tamanho), o Dodge 1800. É uma história que já contamos aqui várias vezes, mas não canso de repetir: o Doginho nasceu com uma série de doenças infantis, maior parte delas devida ao lançamento prematuro, circunstância que, aliada ao pobre controle de qualidade, irritou muita gente que comprou o carro. Apesar de tudo, era um projeto promissor - apenas de "mal nascido" - e a fábrica do pentastar precisou se mexer rapidamente para resolver as coisas.

No ano de 1974, segundo ano de produção, o Dodge 1800 recebeu mais atenção (sobretudo na manufatura e no controle de qualidade) e um carburador inglês da afamada empresa SU - de Skinner Union (Herbert Skinner e o seu primeiro carburador, modelo Union, daí a sigla SU), melhorias que resultaram na melhor potência, performance, consumo e qualidade geral, conforme podemos ver da avaliação assinada pelo saudoso Expedito Marazzi e ilustrada por Paulo Lorgus para a edição n. 159 da Quatro Rodas:






Marazzi se queixou dos pulos que o Dodge 1800 desempenhava nas freadas mais fortes (cuja responsabilidade atribuiu ao eixo traseiro) e das falhas no acabamento (apesar de melhorado); porém  o inesquecível redator pôde antever que o simpático Doginho era bastante promissor. A Revista Auto Esporte, em sua edição de outubro de 1973 - sem, infelizmente dar crédito ao redator e ao fotógrafo - fez uma rápida avaliação do modelo 1800 e elogiou as melhorias, embora criticasse uma falha no sistema de freios, provavelmente uma falta de atenção na revisão antes do teste:



Com tanta novidade e esforço ao modelo menor, a Chrysler não teve lá muito tempo para pensar em algo mais elaborado para os filhos maiores (bem maiores, aliás). Mas isso não significa que eles não receberam presentes de natal, à exemplo do Charger R/T, esportivo agraciado com ignição eletrônica (coisa que a Simca já usava nos anos 60, mas ainda era um bocado rara) e um novo esquema de faixas, além de novas cores:


Ah, se pudesse eu teria um Charger R/T verde córdoba (código de plaqueta G9) com interior bege, com um possante ar-condicionado sempre ligado e gelado, pronto para fugir do congestionado litoral e encarar as serras de Santa Catarina, com torque de sobra para subir paredes e fazer curvas de um jeito bastante divertido...

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