O Dodge Polara é um dos automóveis dos quais volta e meia falamos por aqui, não só porque foi produzido pela Chrysler do Brasil (eventualmente, uma das nossas favoritas), mas por se tratar de um projeto interessante e até que moderno para o nosso mercado, apesar de ter nascido com um sem-número de falhas e defeitos - todos (ou a quase inteireza deles) resolvidos e até mesmo mitigados entre os anos de fabricação (1973-1981).
A versão GLS foi o último lançamento da linha Polara, veio ao mundo em 1980, já sob a responsabilidade da Volkswagenwerk, um dos desdobramentos do grande conglomerado Volks que nasceu no Brasil com o ambicioso (e bem sucedido) projeto de vender caminhões. Alguns detalhes de acabamento diferenciados distinguem a versão Gran Luxe Super, a começar pelas calotas plásticas integrais e o acabamento interno executado em um xadrez bem elegante; porém, o mais interessante, além do quadro de instrumentos completo, foi a instalação de um carburador com corpo duplo, deixando o já interessante motor de quatro cilindros um pouco mais potente e econômico.
Bom, sabemos que o Polara GLS deixou o mercado com o encerramento da produção dos veículos Chrysler - e por isso esta versão é uma das mais difíceis de se ver nas ruas. O último que vi foi lá em 2012, estacionado numa garagem de um prédio do meu bairro, mas, depois de uns meses, sumiu de lá...
Boa tarde! O Polara GLS foi lançado como 80 e modelo 80 no mês de Junho, ficando em linha exatamente 1 ano até o encerramento da produção da Chrysler do Brasil. Mais fácil achar um GLS 1980 do que 1981.
ResponderExcluirTem toda razão!
ExcluirNão me atentei ao fato de que o GLS foi lançado em 1980 e foi até o final da produção (uma pena, porque merecia ter ficado mais tempo). E nunca vi pessoalmente um GLS 1981, os últimos são um bocado raros.
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Um dos problemas mais cagados do GLS é que, apesar do painel ser dito como "completo e importado" não existem números de marcação, o que deixa o motorista pra adivinhar os números. Quanto de combustível tem? Qual a temperatura da água? Quantos bar de pressão de óleo?
ResponderExcluirNão seria difícil desmontar o painel, pegar uma caneta branca e pintar os números, mas a Chrysler ter deixado isso passar na fábrica... é de amargar as papilas. E veja que eles se colocavam como o fabricante mais "moderno" do Brasil na época.
Quanto as diversas outras peças... as calotas eu sei que são originais da Volkswagen, pois já vi Volks nos USA usando elas, então tem bastante coisa da Volks nesse carro.
Se a intenção era chamar atenção pra linha Polara? A Volks-Chrysler conseguiu, mas dizer que era um produto bem acabado em relação ao Passat, por exemplo, aí era pedir demais. E outra coisa que matava esses carros era a falta das versões Wagon, Pikup e Sedan. Como se o brasileiro odiasse esses tipos de carroceria. Na Argentina e na Grã-Bretanha eles venderam a rodo.
Comentário cirúrgico, caro Sparrow.
ExcluirEssa falta de referência na escala é irritante, não custava muito pra Volkswagenwerk fazer essa alteração (ou pedir para a Veglia fazê-la), mas, sabe como é... É o triste "nivelamento por baixo", como se o entusiasta ou o motorista mais avançado e preocupado com a máquina não existisse, bastando que ele se fie às escalas dos mostradores. Uma pena, mesmo, pois nem o Del Rey sofreu desse mal!
Puxa, não conhecia a origem destas calotas! Pensei que era algo daqui, mas o uso de peças de outros países pela Volks não é raro (lembro de ficar meio decepcionado ao ver um Scirocco com as mesmas rodas de liga do Gol GL 1992).
E do acabamento, bem, nem seria de muito interesse da dona da Chrsyler fazer um Polara melhor do que o Passat; a impressão geral que tenho da Chrsyler do Brasil - da qual gosto muito! - é que havia muita vontade, mas quase nada de dinheiro pra investir em novidades. E o Polara merecia versões diferentes, a começar pela Wagon, anunciada no Salão do Automóvel de 1976 (se não me engano) e jamais vendida ao público. O Doginho merecia mais atenção...
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Eu não dou mais do que uns R$ 3,000 reais por esse tipo de carro. Não me importo muito com os sentimentos dos outros, nem com os assaltos cometidos pelas oficinas. Mecânica é simples, só a funilaria e a elétrica é que comem seu dinheiro.
ExcluirRealmente, a mecânica do Polara não tem grandes surpresas - e nem mesmo a carburação SU é complexa, tem muito material na internet a ajudar a gente a montar, desmontar e ajustar a peça -, problema é essa inflação de preços pelos carros e os custo de alguns serviços. Fora que não é exatamente fácil achar um bom funileiro e bom eletricista (tenho essa sorte), pois tem cada história triste por ai...
ExcluirEntre 1976 e 1995 tive quatro Dodginhos, a saber: Dodge 1800 '75 (o modelo básico), Dodge Polara GL '77, Dodge Polara GL '79 e, finalmente, Dodge Polara GLS '81 (comprado em 1983 e vendido, contra minha vontade, devido à dificuldade em se obter peças, já que era meu carro de uso normal, inclusive em viagens). Eram deliciosos de dirigir, muito robustos (eu rodava muito em estradas de terra esburacadas), espaçosos e muito bem acabados (exceto o GLS, que recebeu da VW um "downgrade", estofamento de qualidade inferior ao dos modelos anteriores, materiais plásticos também inferiores aos do tempo da Chrysler). Fazia muita falta uma quinta marcha, particularmente nas estradas. Também lamento que a versão perua jamais tenha sido lançada, eu teria comprado, com certeza.
ResponderExcluirAqui nós também gostamos muito dos Doginhos, se pudesse teria fácil um destes até hoje, pena que algumas peças (sobretudo as lanternas traseiras) sejam muito raras no mercado de reposição.
ExcluirQuanto ao GLS, a impressão que até então eu tinha é de que a Volks teria caprichado um pouco mais, mas, considerando que o Polara era concorrente do Passat, a VW fez questão de empobrecer o Chrysler para não estimular a concorrência do seu modelo. Uma pena, de todo modo.
E a respeito da versão Perua (que se vendeu na Argentina), nossa, seria uma boa concorrente para a Belina, mas a Chrysler do Brasil não tinha lá muito orçamento para pesquisas e lançamentos, de modo que o projeto, muito infelizmente, jamais saiu do papel.
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