O Dodge 1800, lançado em 1973, foi o primeiro (e único) médio lançado pela Chrysler do Brasil; ele teve o seu desenvolvimento acelerado para chegar antes de outras novidades (leia-se o Passat, um revolucionário Volkswagen com tração dianteira e motor refrigerado por água) e concorrer com outros veículos (como o Corcel, por exemplo).
Mas a prematuridade do lançamento não beneficiou o cupê. Ao contrário: o carro sofreu com uma enorme série de defeitos congênitos, lamentáveis falhas de controle de produção e de qualidade (defeitos como a quebra da transmissão, ventoinha de arrefecimento que furava o radiador, carburação insuficiente, vibração do eixo cardã, falhas no sistema elétrico e uma tendência à ferrugem), nem todas sanadas pela rede autorizada, esta que, comprovam os teses da época, não era exatamente solícita em resolver todos os problemas que o lançamento causava aos compradores.
A imagem do Dodge 1800, então, ficou seriamente comprometida, motivo pela qual a fabricante, já em 1975 (ou melhor dizendo, apenas em 1975), lançou o plano "Garantia Total", que conferia a garantia contra defeitos no veículo pelo prazo de 6 meses ou 12.000km. No ano seguinte, o Dodge 1800 passou a se chamar Polara, sofreu alterações estéticas e, finalmente, melhorou bastante.
Os irritantes defeitos do carro foram sanados aos poucos; o acabamento era elogiável, o controle de qualidade melhorou sensivelmente e vários pontos foram corrigidos (desde o rebaixamento da suspensão traseira, que parecia "muito alta" até a troca, por diversas vezes, do fabricante do carburador), até chegarmos ao modelo da propaganda da semana, o GLS de 1980.
A propaganda foi gentilmente digitalizada pelo usuário do Flicrk 'RiveraNotario", é do ano de 1980. |
Naquele ano, a Volkswagenwerk (Caminhões Volkswagen) já dava as cartas na produção da Chrysler do Brasil (afinal de contas, a empresa alemã já controlava a fábrica desde julho de 1979), mas não descontinuou o Polara assim, de pronto. Sorte nossa, que pudemos ver o Polara GLS, uma versão luxuosa com ares um pouco mais esportivos.
Como se nota no anúncio, o forte do automóvel era o novo painel (importado, produzido pela Veglia-Borletti), equipado com velocímetro, conta-giros, medidores do nível de combustível, da temperatura do líquido que arrefece o motor e da pressão do óleo, além de um voltímetro. Era coisa pra ninguém botar defeito, só o Alfa-Romeo 2300, à época, tinha tão completa instrumentação. A versão GL aproveitava o mesmo painel, mas tinha menos instrumentos (não tinha o tacômetro, voltímetro e manômetro do óleo).
Não se pode ver pela foto, mas os bancos eram revestidos em um padrão xadrez pied-de-poule; da mesma forma, não se vê o novo carburador Weber de duplo estágio (os outros, em 1980, usavam um carburador SU); o que se nota é a faixa lateral inferior em preto (com o logotipo Polara GLS) e as novas calotas plásticas (terríveis de achar nos tempos atuais). A versão GLS durou algo perto de um ano, pois em 1981 a Volkswagen, que não tinha o menor interesse de fabricar um concorrente do Passat, descontinuou o Polara, justamente quando o cupê vivia seus melhores tempos!
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