Ah, o Alfa 2300... Não tenho muitas lembranças deste interessante automóvel, pois nos anos 1990 já não era tão fácil vê-los nas ruas, à exceção de um cansado 2300 de ano indefinido que passava seus dias em uma calçada da rua da minha casa, parado por anos enquanto aguardava a improvável volta às ruas. O interior dele estava razoável, disso me lembro bem, mas o exterior denunciava o desleixo e a ação do tempo, pois faltavam emblemas, cromados e outros detalhes e sobravam arranhões, focos de corrosão e partes queimadas pelo sol catarinense.
Mas tinha um certo respeito por aquele carro e os raros inteiros que ainda circulavam: oras, era um legítimo (ou diria legítima) Alfa Romeo, idêntica marca ostentada pelo moderníssimo 164, sonho de consumo deste moleque (hoje homem crescido), porque era um carrão e tanto! O interessante 2300 nasceu em 1974, ainda sob os auspícios da Fábrica Nacional de Motores, e se firmou no topo do mercado, concorrendo com o Galaxie 500 (e até mesmo o Ford LTD e o Landau, Dodge Le Baron (e antes do Dodge Gran Sedan), Opala Comodoro (depois Diplomata) e o Maverick LDO.
Não vendeu muito, mercê do preço e da fama, nem sempre justificada, de mecânica problemática, mas era um senhor carro e bastante moderno, sim senhor: com o interessante e moderno motor de quatro cilindros e 2,3 litros de cilindrada, apresenta desempenho compatível com os V8 de cinco litros de cilindrada e o conhecido 250-S da Chevrolet com seis cilindros...
Em 1981 a Fiat, que controlava a produção do 2300 desde 1978, decidiu que o moderno sedã de luxo embarcaria na onda do etanol e passaria a beber álcool hidratado, opção que, muito provavelmente, garantiu a sua produção até 1986, quando saiu das linhas de montagem para entrar pra história. Ah, e por falar em história, que tal conhecer um pouco mais dessa versão alcóolatra do Alfa Romeo 2300, em teste dos nossos grandes amigos da Motor-3 (edição n. 13, de julho de 1981):
Em 1981 a Fiat, que controlava a produção do 2300 desde 1978, decidiu que o moderno sedã de luxo embarcaria na onda do etanol e passaria a beber álcool hidratado, opção que, muito provavelmente, garantiu a sua produção até 1986, quando saiu das linhas de montagem para entrar pra história. Ah, e por falar em história, que tal conhecer um pouco mais dessa versão alcóolatra do Alfa Romeo 2300, em teste dos nossos grandes amigos da Motor-3 (edição n. 13, de julho de 1981):
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Qual revista atual faria uma capa destas, com um Voyage entrando quente em uma curva? |
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Não me lembro de ter visto um 2300 com esta opção de interior, muito interessante por sinal |
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Note o controle do retrovisor externo; naqueles tempos apenas o Del Rey tinha a opção do comando elétrico |
Infelizmente, o Alfa 2300 prata ainda com chapas amarelas que via definhar na minha rua foi vendido para um ferro-velho, destino compartilhado por muitos dos seus companheiros de linha de produção e de mercado. Uma pena, porque é um carro muito interessante e divertido de guiar. E é uma Alfa Romeo nacional!
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