quarta-feira, 1 de julho de 2020

Alfa Romeo 2300 Ti álcool (1981)

Ah, o Alfa 2300... Não tenho muitas lembranças deste interessante automóvel, pois nos anos 1990 já não era tão fácil vê-los nas ruas, à exceção de um cansado 2300 de ano indefinido que passava seus dias em uma calçada da rua da minha casa, parado por anos enquanto aguardava a improvável volta às ruas. O interior dele estava razoável, disso me lembro bem, mas o exterior denunciava o desleixo e a ação do tempo, pois faltavam emblemas, cromados e outros detalhes e sobravam arranhões, focos de corrosão e partes queimadas pelo sol catarinense.
 
Mas tinha um certo respeito por aquele carro e os raros inteiros que ainda circulavam: oras, era um legítimo (ou diria legítima) Alfa Romeo, idêntica marca ostentada pelo moderníssimo 164, sonho de consumo deste moleque (hoje homem crescido), porque era um carrão e tanto! O interessante 2300 nasceu em 1974, ainda sob os auspícios da Fábrica Nacional de Motores, e se firmou no topo do mercado, concorrendo com o Galaxie 500 (e até mesmo o Ford LTD e o Landau, Dodge Le Baron (e antes do Dodge Gran Sedan), Opala Comodoro (depois Diplomata) e o Maverick LDO.
 
Não vendeu muito, mercê do preço e da fama, nem sempre justificada, de mecânica problemática, mas era um senhor carro e bastante moderno, sim senhor: com o interessante e moderno motor de quatro cilindros e 2,3 litros de cilindrada, apresenta desempenho compatível com os V8 de cinco litros de cilindrada e o conhecido 250-S da Chevrolet com seis cilindros...

Em 1981 a Fiat, que controlava a produção do 2300 desde 1978, decidiu que o moderno sedã de luxo embarcaria na onda do etanol e passaria a beber álcool hidratado, opção que, muito provavelmente, garantiu a sua produção até 1986, quando saiu das linhas de montagem para entrar pra história. Ah, e por falar em história, que tal conhecer um pouco mais dessa versão alcóolatra do Alfa Romeo 2300, em teste dos nossos grandes amigos da Motor-3 (edição n. 13, de julho de 1981):
 
Qual revista atual faria uma capa destas, com um Voyage entrando quente em uma curva?
 

Não me lembro de ter visto um 2300 com esta opção de interior, muito interessante por sinal
Note o controle do retrovisor externo; naqueles tempos apenas o Del Rey tinha a opção do comando elétrico
 

 

Infelizmente, o Alfa 2300 prata ainda com chapas amarelas que via definhar na minha rua foi vendido para um ferro-velho, destino compartilhado por muitos dos seus companheiros de linha de produção e de mercado. Uma pena, porque é um carro muito interessante e divertido de guiar. E é uma Alfa Romeo nacional!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Este espaço está sempre disponível para a sua contribuição. Fique a vontade e participe, será um prazer ler - e responder - seu comentário!