segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Propaganda da Semana: Belina (1971)

Um dos carros que já andei nessa vida foi em uma Belina: um vizinho meu, serralheiro, tinha (e eu acredito que ainda tem) uma Belina L 1988 a gasolina em perfeito estado de conservação, apesar dos muitos anos de trabalhos muito bem prestados.

Penso, aliás, que a Ford foi muito feliz em tocar o "Projeto M" herdado da Willys-Overland do Brasil e fez boas e interessantes alterações, a começar pela perua Belina, que no começo da vida era chamada de Ford Corcel Belina, como a gente pode ler neste anúncio do ano de lançamento, 1970, mas já anunciando o modelo 1971:

Fonte:memoriasoswaldohernandez.blogpsot
A fábrica caprichou no acabamento externo da versão luxuosa, que, opcionalmente, poderia receber este adesivo plástico imitando madeira, bem na moda americana de então. Não diria que é a coisa mais bonita deste mundo (eu tenho dúvidas se compraria, na época, este tal adesivo plástico); mesmo assim, no começo dos anos Setenta tinha lá o seu charme e combinava bem com a proposta de requinte.

O bom da Belina, como a gente descobre no anúncio e confirma na vida prática, é o bom espaço interno, as inegáveis vantagens do motor arrefecido por líquido ao invés do propulsor da Variant (arquirrival da caminhoneta Corcel),  o conforto e o consumo coerente para um utilitário. Além, é claro, da proverbial resistência: se ela tivesse quatro portas, coisa que nunca teve, seria imbatível no seguimento de peruas pequenas. Até 1986 a Belina recebia todas as atualizações do irmão Corcel, de quem derivava (exceção feita à Scala, esta que já seguia os passos do Del Rey, numa proposta de luxo); depois, a perua trocou o nome para Del Rey Belina e acompanhou o novo parceiro de vida até 1991, quando ambos, infelizmente, sairam de linha. 

Mas não das nossas ruas, porque hoje mesmo vi uma Belina L 1990 que, mesmo surrada, ainda andava bem nas estradas de Floripa, empurrada por um vigoroso AP-1800. Belina com motor Volks? É, sim, obra da fusão entre Ford e Volks (chamada de Autolatina) mas é prosa pra outra postagem...

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