Um dos temas frequentes nos comentários das modestas postagens deste simples espaço automotivo é o Chevette Jeans; muitos amigos e muitas amigas vêm ao blog para perguntar maiores e melhores detalhes sobre esta interessante versão da Chevrolet, uma das mais interessantes e raras do Chevette.
É um dos carros mais interessantes e inusitados dos anos 70, com certeza (foto: serieespecialbr.blogspot.com) |
Aproveitei, então, para dedicar um tempo para pesquisar um pouco mais sobre este interessante automóvel, sempre com o compromisso de buscar, em fontes fiáveis, os detalhes mais completos e precisos sobre o simpático Chevette brim. Abaixo, compartilho o resultado de minhas andanças.
1. O Chevette Jeans era uma versão ou série especial?
Penso que o Chevette Jeans não era apenas uma série especial, mas uma versão disponível a venda entre janeiro de 1979 (ou até mesmo entre dezembro de 1978) até dezembro de 1979. Por curiosidade, o Chevette Brim custava em abril de 1979 Cr$ 107.377,00.
Penso que o Chevette Jeans não era apenas uma série especial, mas uma versão disponível a venda entre janeiro de 1979 (ou até mesmo entre dezembro de 1978) até dezembro de 1979. Por curiosidade, o Chevette Brim custava em abril de 1979 Cr$ 107.377,00.
2. A versão Jeans tinha um código de chassi que a diferenciasse?
Infelizmente não. Como já vimos em outra postagem, a Chevrolet não criou um código específico para diferenciar a versão Jeans das demais. Acredito, porém (e isso é um palpite meu), que os Jeans tinham o código da versão básica [5C] da qual ele era derivado. Então se o pretenso Chevette Jeans tem o chassi com o começo 5C***, pode ser bem plausível que seja um brim original. E não existiu Chevette Jeans quatro-portas, até onde pude checar.
3. Quantos Chevette Jeans foram fabricados?
Não sei ao certo, infelizmente. E eu procurei muito este dado!
Perguntei para a Chevrolet e para a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e ambas me disseram, por e-mail, que os números de produção do Chevette não eram detalhados por versão (naquela época só contavam o total geral). Infelizmente, mas muito infelizmente, não temos, até agora, uma patamar preciso.
Mesmo assim, arrisco a estimar que 10% do total de Chevette produzidos naquele ano de 1979 receberam o acabamento em jeans azul. Ou seja, uns 9.000 Chevette Jeans dentro do universo de 90.084 Chevette fabricados naquele ano. É um palpite, uma estimativa que pode ser superada ou confirmada se um dia conseguirmos ter dados mais consistentes.
Mesmo assim, arrisco a estimar que 10% do total de Chevette produzidos naquele ano de 1979 receberam o acabamento em jeans azul. Ou seja, uns 9.000 Chevette Jeans dentro do universo de 90.084 Chevette fabricados naquele ano. É um palpite, uma estimativa que pode ser superada ou confirmada se um dia conseguirmos ter dados mais consistentes.
4. Quais eram as cores disponíveis?
A revista Quatro Rodas de abril de 1979 (ed. 225), em teste assinado por Charles Marzanasco Filho, informou que Jeans era vendido apenas nas cores "branco-Everest e prata-Diamantina-metálica"; a Auto Esporte de abril de 1979 (ed. 174), em avaliação feita pelo Paulo Celso Facin, menciona que o interessante sedan poderia ser comprado nas cores "branco Everest, azul Iguaçu e prata Diamantina metálica".
Pesquisando um pouco, inclusive consultando o Le0, nosso amigo aqui do Blog e um grande entendido de Chevette, cheguei a conclusão de que a Auto Esporte tem razão: o Chevette Jeans poderia ser comprado em três cores (azul, branco e prata metálico) e, dentre todas, a azul é a menos comum.
5. Quais eram os equipamentos do Chevette Jeans? O que era padrão e o que era opcional?
Pesquisando um pouco, inclusive consultando o Le0, nosso amigo aqui do Blog e um grande entendido de Chevette, cheguei a conclusão de que a Auto Esporte tem razão: o Chevette Jeans poderia ser comprado em três cores (azul, branco e prata metálico) e, dentre todas, a azul é a menos comum.
5. Quais eram os equipamentos do Chevette Jeans? O que era padrão e o que era opcional?
A Auto Esporte de abril de 1979 nos deu uma lista bem completa do que você vinha de fábrica no Chevette Jeans e o que poderia ser comprado mediante um custo extra.
De série, a versão oferecia bancos dianteiros reclináveis de encosto alto; volante de direção, painel de instrumentos e descansa-braço na cor preta; tapetes de "nylon"; tampa do porta luvas com chave; freio de estacionamento com cobertura; molduras cromadas no para-brisa e na vigia traseira; e para-choques pretos dotados de protetores. Assim equipado (ou mal equipado, se preferir), o carro custava, naquele mês, Cr$ 107.377,00.
Opcionalmente você poderia ter: carburador de duplo corpo com duplo estágio (Cr$ 643,40), pneus radiais 175/70 SR 13 (Cr$ 3.092,60), vidros "ray-ban" (Cr$ 1.874,20), janelas traseiras basculantes (Cr$ 435,40), temporizador para os limpadores de para-brisa (Cr$ 899,60), servofreio (Cr$ 1.632,90), filtro de ar "para regiões poeirentas" (Cr$ 379,20), ar-quente (Cr$ 1.295,90), desembaçador térmico do vidro traseiro (Cr$ 633,70), acendedor de cigarros e rodas esportivas. Completo, o Chevette Jeans custava, em abril de 1979, Cr$ 118.263,90.
6. O que diferenciava a versão Jeans das demais? (além do acabamento interno, claro)
Não se esqueça que o Chevette Jeans nada mais era do que a versão básica com vários equipamentos diferentes: bancos com encosto alto reclináveis milimetricamente; rodas "esportivas", de desenho diferenciado" (opcionais), porta-luvas com tampa e chave, tampa do tanque de gasolina com chave, retrovisor externo (só um, do lado esquerdo) cromado, vidros verdes (opcionais), na época chamados de vidros raibã. E só. Nada de console, instrumentos esportivos (como os do Chevette GP) ou maiores luxos das versões mais caras.
Acredito que sim, pois tudo o que foi feito em 1979, com a tecnologia de então, pode ser repetido em 2018 sem maiores dificuldades (senão o custo).
Se você se empolgar com a ideia, sugiro que procure um tapeceiro de confiança e procure o brim em cor parecida (o clássico azul índigo), mas tem de ser brim feito de algodão (não os mais modernos com elastano e outros materiais sintéticos); as costuras podem ser reproduzidas com facilidade (basta usar a linha dourada nos arremates), os "bolsos" nas portas e bancos podem ser imitados com tranquilidade. Nada impossível de fazer.
Se você se empolgar com a ideia, sugiro que procure um tapeceiro de confiança e procure o brim em cor parecida (o clássico azul índigo), mas tem de ser brim feito de algodão (não os mais modernos com elastano e outros materiais sintéticos); as costuras podem ser reproduzidas com facilidade (basta usar a linha dourada nos arremates), os "bolsos" nas portas e bancos podem ser imitados com tranquilidade. Nada impossível de fazer.
8. A versão tinha alguma modificação na mecânica.
O Jeans não tinha nada de diferente dos demais Chevette, até mesmo o carburador de corpo duplo era opcional.
9. Como identificar um Chevette Jeans autêntico?
Aí você tem de ser detalhista ou ter sorte, pra resumir.
Sorte se, por exemplo, o seu carro tiver a nota fiscal da época (ou se você eventualmente conseguir tais dados com a Chevrolet, por exemplo, ao fornecer a ela o número de chassis). Porém, se não for o caso, verifique atentamente todos os vestígios de cores (não eram exclusivas da linha, mas isso já ajuda a separar o Chevette básico de um pretenso Jeans), de tecidos (pode ter sobrado uma rebarba de brim nos estofamentos), no documento (a versão "Chevette Jeans" constava no documento dos veículos) e na memória de antigos donos.
Aí você tem de ser detalhista ou ter sorte, pra resumir.
Sorte se, por exemplo, o seu carro tiver a nota fiscal da época (ou se você eventualmente conseguir tais dados com a Chevrolet, por exemplo, ao fornecer a ela o número de chassis). Porém, se não for o caso, verifique atentamente todos os vestígios de cores (não eram exclusivas da linha, mas isso já ajuda a separar o Chevette básico de um pretenso Jeans), de tecidos (pode ter sobrado uma rebarba de brim nos estofamentos), no documento (a versão "Chevette Jeans" constava no documento dos veículos) e na memória de antigos donos.
10. O Chevette Jeans foi testado na época?
Sim, pelas revistas Quatro Rodas e Auto Esporte, cujos testes você aqui, na íntegra, inclusive a avaliação da AE, cuja íntegra é inédita até agora:
Sim, pelas revistas Quatro Rodas e Auto Esporte, cujos testes você aqui, na íntegra, inclusive a avaliação da AE, cuja íntegra é inédita até agora:
Sim, alguns sobreviveram, inclusive devem ter vários por aí, escondidos e descaracterizados. Tanto que se você ver um desses a venda, considere-se sortudo (principalmente se puder comprar, claro!).
BOA TARDE AMIGO ACABEI COMPRANDO UM CHEVETTE 79 ESTA SEMANA NA COR AZUL E HOJE VENDO ESTA MATERIA NOTEI QUE O CARTAO DE PORTA DA PARTE DE TRAZ DO MEU CARRO É DO CHEVETTE JEANS COM AS COSTURAS DOURADAS (AGORA ESTAO AMARELAS) E TUDO MAIS SERÁ QUE TEM ALGUMA MANEIRA DE IDENTIFICAR SÉ É REALMENTE UM JEANS OU NAO? (VIDRO TRASEIRO COM DESEMBAÇADOR)
ResponderExcluirEu tenho um jeans .
ExcluirPrimeiramente, parabéns pela aquisição!
ResponderExcluirPossivelmente o seu carro é um Chevette Jeans, ao que posso notar, pois, como você nos contou, a forração traseira é feita em jeans com costuras douradas.
O carro é azul (azul "sólido", como era possível comprar na época), tem desembaçador traseiro (que era opcional, posso dizer que o seu carro parece mesmo ser um Jeans!
Só uma curiosidade: quais são os primeiros números do chassi? Ele começa com 5C***?
Sugiro que você tente entrar em contato com a Concessionária Chevrolet mais próxima, lá eles podem intermediar o contato com a fábrica pra que, se for possível, digam a você os números do chassi, motor, cor e a versão do seu Chevette.
Parabéns e grato pela visita
O meu pai deve um Chevette Jeans branco Everest
ResponderExcluirImagino quantas lembranças você tem esse Chevette Jeans, caro(a) leitor(a). Grato pela visita e o comentário!
ExcluirTenho um com nf de compra
ResponderExcluirFazem dez anos que esrou guardando ele, espero poder restauralo
Inclusive os bancos e forros sao originais hehe
Você tem uma preciosidade em mãos, sobretudo se a forração e os bancos são os originais! Espero que em breve você possa iniciar a restauração e ter um Chevette Jeans bem bonito e impecável!
ExcluirEu tenho um jeans prata, está no documento.
ResponderExcluirQue bacana, Fernando! Você tem um Chevette bastante interessante, numa cor muito bacana e que faz um ótimo contraste com o interior. E o chassis dele começa com qual código? 5C?
ExcluirObrigado pela visita!
uma duvida tenho um 1975 e no documento tbm esta jeans
ResponderExcluirPossivelmente deve ser algum erro no cadastro feito pelo Detran, pois a versão Jeans somente foi produzida em 1979. E como o seu carro foi produzido quatro anos antes, quando nem se pensava nesta versão - deve ser uma falha no momento de se cadastrar o seu carro.
ExcluirGrato pela visita!
Eu acabei de comprar um Azul iguacu, e consta no documento que é jeans.
ResponderExcluirValeu galera.
Parabéns pela aquisição, é um carro bastante interessante e uma bela cor!
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