sábado, 16 de abril de 2022

Um 250 sem o "s": Chevrolet Opala Diplomata (1984)

Quando se pensa em um Opala - ou Caravan - com motor de seis cilindros, a imagem que geralmente se forma por primeiro é a de um propulsor do tipo "S", isto é, aquele com alguns refinamentos feitos pela própria Chevrolet do Brasil para dele extrair mais de potência e torque. Não era nada muito radical - e nem se poderia cogitar do uso de um motor do tipo Stock Car para as ruas - mas era o suficiente para o motorista se sentir mais animado. A sólida carroçaria era impelida com mais vigor.

Não por outro motivo que os entusiastas de ontem e de hoje, evidentemente, empolgam-se com o 250-S, o mais interessante dos propulsores da linha Opala; mas a gente não pode esquecer da versão sem o "S", sim, aquele de uso mais manso (ou melhor dizendo, "ultra-manso") e que também poderia garantir altas doses de diversão se o motorista conhecesse suas idiossincrasias. Com um torque típico de um caminhão médio, um Opala 250 poderia te fazer andar muito mais rápido do que usualmente se andaria com outros veículos, como a gente pode ler do texto do saudoso JLV - e ver das imagens de Alex Soletto -, ambos publicados na edição n. 44 da revista Motor-3 (ed. fevereiro/1984):






Nunca andei num Opala seis cilindros (apenas um curto passeio num Comodoro 1988 151 há muitos anos atrás consta em meu currículo); porém, se me fosse conferida tal oportunidade, não ficaria chateado se fosse num 250. Ok, o propulsor não tinha a vivacidade de um 250-S, mas nem por isso ficaria triste ou decepcionado se estivesse com pressa...

3 comentários:

  1. Eu iria preferir arrancar um v6 de blazer ou comprar um v8 pra colocar num opala. O comprimento de um bloco em v é menor do que um bloco em linha, o que ajuda a recuar o centro de gravidade mais pra caixa de marchas e melhora o comportamento nas curvas.

    Hoje não se justifica - nem pela 'paixão' - dar um valor muito alto aos motores grandes. Pois, pra qualquer lugar que se vá de carro hoje em dia, você acaba andando em média uns 10 km. Logo, todo carro que não cumpre essa marca no km por litro de combustível, não compensa ser vendido como um diamante. É contra a lógica. Um corsa que faça seus 11-13 km por litro é muito mais interessante e valorizado hoje em dia do que um galaxie que faça 5 km por litro. Se me perguntarem, não dou mais do que R$ 10,000 nesses 'clássicos'. A engenharia hoje permite um carro a combustão fazer 15-20 km por litro e os elétricos vieram pra tomar o mercado de uma vez só - mesmo que ainda sobre petróleo a ser explorado no mundo.

    O que os colunistas fizeram foi argumentar à favor do torque em baixas rotações, uma característica notável dos carros de grande cilindrada com baixa potência. Mas, mesmo um projeto menor, como o monza 2.0, levam uma absurda vantagem na economia e na relação peso/potência, evidenciando o fim de uma era e de um projeto.

    Eu mesmo não pagaria mais do que R$ 10,000 num puma gtb hoje em dia. Talvez uns R$ 45,000 se a gasolina fosse de R$ 2,30 o litro. Com o preço de hoje? Insustentável, até mesmo pra solteiros como eu hehehe.

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    1. A comparação com o Monza é muito interessante: com menos da metade da cilindrada do 250-S, o Classic, com mesmo padrão de acabamento da linha Diplomata e as mesmas amenidades, bebia muito menos gasolina sem prejuízo da velocidade final. O torque do 2,0, claro, muito menor, mas quando se pondera o consumo, o uso da boa caixa de marchas longa permite uma performance bastante razoável, tampouco distante do Diplomata com motor maior.

      Pessoalmente, ando com meu Mille 1993/1994 no dia a dia e reconheço que o consumo dele, apesar de não ser tão elevado assim, não é comparável a um moderno: um amigo, engenheiro mecânico que não anda devagar, consegue fazer mais km/l em sua toada forte do que eu com meu modesto Fiasa nos meus 85km/h de conforto...

      O mercado de antigos, realmente, não é razoável.
      Dia desses vi anunciado aqui perto de casa um Opala cupê 1977 com séria ferrugem acumulada (e que custaria mais de 20 mil pra ser eliminada e reparada por uma oficina boa), tapeçaria inexistente, motor de quatro cilindros já sem tanta compressão e mais da metade de detalhes faltando por incríveis nove mil reais... Por quatro mil reais a menos se poderia comprar um par de lanternas de Omega igualmente anunciadas por aqui...

      Se pudesse, claro, teria um Dodge Dart (não fosse a falta de dinheiro e espaço na garagem, mais o primeiro fator), mas como uma curtição, mesmo. Por enquanto, fico com meu Uno, é o antigo que me cabe no orçamento, hahaha


      Grato pela visita, volte sempre!

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  2. Sou um tanto conservador quanto a motores, mas realmente, apesar de ter conseguido se manter confortável em meio à crise do petróleo em função do motor de 6 cilindros em linha tanto no Opala quanto nas caminhonetes em contraste com a Ford e a Chrysler que iam para o tudo ou nada com os V8, a GMB ter perdido a oportunidade de produzir um V6 foi um tiro no pé. Até o V6 da Buick, que a GM vendeu todo o ferramental para a AMC e recomprou a toque de caixa no estouro da crise do petróleo, teria sido muito melhor fazer no Brasil e eventualmente já ter o ferramental à mão. E até onde eu saiba, depois de ter feito outsourcing de motores de 6 cilindros em linha na Austrália junto à Nissan, o V6 da Buick teve a produção facilitada lá muito em função de ter a mesma angulação de 90 graus entre as bancadas como o V8 da Holden e o próprio small-block americano.

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