sábado, 12 de fevereiro de 2022

Teste da semana: Puma GTB (1974)

Depois de fruir umas férias rápidas - sem jamais desligar do universo automotivo, que acompanho desde o cada vez mais distante ano de 1991 -, voltei ao espaço habitual e ainda impressionado com um breve encontro que tive com um Puma AMV 4100 1989, encostado em uma oficina conhecida enquanto aguarda uma reforma muito criteriosa.

Já conhecia esse carro de algum tempo, usualmente estacionado na garagem de um condomínio próximo a minha praia predileta, ainda muito íntegro e já não tão vermelho como quando costumava ser quando era novo. Mas um automóvel que, de longe, era promissor. E se tornou ainda mais interessante ao vê-lo de perto.

Infelizmente, porém, meu smartphone resolveu enguiçar e perdi todas as fotos (a autópsia revelou a culpa do cartão de memória, já envelhecido e corrompido sei lá com o que!), mas brevemente pretendo tomar novas fotos do interessante esportivo. O carro é, na essência, um aríete carenado com um possante motor de seis cilindros instalado na ponta, propulsor este capaz de suportar ampla margem de preparação e de tornar o Puma tão fascinante quanto perigoso se tocado no limite por mãos inábeis. E chama mais atenção do que um disco voador enquanto roda nas ruas calmas daquela tranquila praia...

Para não perder a prosa, resolvi, então, rever meus guardados e achei essa avaliação rápida que o pessoal da Auto Esporte fez - e publicou na edição de março/1974 -, cuja íntegra me parece ser inédita até agora:




Quando disse avaliação rápida no parágrafo anterior, não quis dizer que a turma da AE fez algo meio às pressas, displicentemente. Não mesmo, a Auto Esporte sempre foi uma ótima referência; a velocidade aqui era do Puma GTB, que obteve excelentes médias e a um custo de um consumo bastante coerente.

Ok, talvez você seja um(a) leitor(a) que pertença à Geração Z e não se impressione com os números do possante. É um engano querer compará-lo aos veículos modernos (são épocas distintas, tecnologias muito distantes e necessidades outras), mas devo alertar que em 1974 a velocidade de 170km/h estava ao alcance de um punhado de veículos de fabricação nacional. Bem poucos, mesmo.

Mas se você não tem tanta pressa, nem mesmo hoje, fique tranquilo, o GTB também é pra você. Entre no esportivo (um leve contorcionismo é sempre importante), ligue o ar-condicionado na temperatura desejada (frio, muito frio ou câmara frigorífica), coloque uma música tranquila e curta o passeio com esse interessante GTB. Se alguém o chamar para algum desafio numa saída de semáforo, não se abale. 

Ora, os rachas são ilegais, perigosos e rendem pesadas (e muito merecidas) multas. Não se afobe nem sem exaspere: engrene a primeira marcha, calque o acelerador em 3/4 de curso, deixe o Puma embalar até os 40km/h e jogue logo a quarta velocidade, o felino vai ronronando maciamente enquanto você vai aproveitando o melhor da vida...

Um comentário:

  1. Pra você ver como nossa indústria tomava pau de governo estrangeiro nojento e políticos incompetentes daqui mesmo. Já em 1974, alguns automóveis europeus recebiam injeção mecânica de combustível bem mais refinada (e se bobear com algum mecanismo elétrico), freios a disco nas quatro rodas e até alguns protótipos visados para produção recebiam caixas de 6 marchas. Enquanto isso, por aqui alguns sortudos engenheiros e mecânicos brincavam de cortar chassi de Opala, moldar carroceria em fibra, surrupiar peças de outros carros pra chamar o projeto final de GTB. Um misto de Corvette + Camaro pra quem perdeu a chance de importar os últimos, quando isto foi proibido à partir de 1976. Tudo para "proteger o mercado e a indústria brasileira".

    Hoje dá pra fazer réplica desse carro só de olhar pela foto. Comprou uns canos? Só mandar a solda e tá pronto. E ainda tem maluco querendo vender por R$100.000. Me pergunto quem seria o bobo de comprar, provocar quem não tem grana e sair tomando prejuízo no final... Igual aqueles sheiks árabes que compram um Boeing enorme e depois tem que vender correndo pra governo estrangeiro hehehe.

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