sábado, 2 de outubro de 2021

Teste Técnico: Volkswagen Brasília (fevereiro/1977)

Dentre os poucos veículos que já passaram por minhas mãos, tive apenas um Volkswagen: foi um Sedan 1300L 1977, amarelo java (em vários tons) e com bons trechos de corrosão, sobretudo no assoalho. Apesar de suas fraquezas - e das limitações inerentes à concepção já um tanto antiquada, mesmo quando foi fabricado -, o besouro era bom de guiar, câmbio com excelente relação e torque razoável para empurrar a carroçaria no trânsito da cidade, foi com ele, aliás, o primeiro contraesterço da minha vida automotiva...

O Fusca era interessante, mas fico bastante curioso em avaliar, de forma pessoal, o resultado da aplicação de uma carroçaria mais moderna na plataforma Volks amplamente testada (e robusta, e confiável e etc...), à exemplo da Brasília, talvez o segundo Volks a ar feito no Brasil sem pretensões esportivas mais legal de todos os tempos (só perde pra Variant II, mas isso é opinião, apenas). 

Não queira fazer curvas quentes com a Brasa (ela não aceitará mansamente se provocada), nem tente alcançar um veículo atual com motor de 1600cm² de cilindrada (você vai perder, é claro); entretanto, a ampla área envidraçada, a tranquilidade e o carisma de um motor arrefecido a ar, além de um espaço interno bem razoável, vão te deixar muito à vontade na cidade e até mesmo em eventuais viagens, se você encarar e compreender bem o carro. 

Enfim, se você quer conhecer um pouco mais da Brasília, que tal ler esse interessante teste elaborado pela equipe da extinta Quatro Rodas Oficina (edição n. 28, de fevereiro de 1977), cheio de detalhes técnicos e informações preciosas para quem, assim como eu, gosta bastante desses veículos antigos:




Vá lá que a potência indicada pela fábrica era sensivelmente inferior àquela presente nas rodas, mas tudo bem: a Brasa era - e continua a ser - um interessante Volkswagen, Claro, se a Brasília pudesse contar com uma suspensão traseira melhor (e, ainda no campo da imaginação, um motor como o do Passat na dianteira), nossa, seria inesquecível. Mesmo assim, assim que puder quero guiar uma dessas só pra matar a curiosidade e a saudade do meu antigo Besouro...

6 comentários:

  1. Já vi Brasília com motor AP adaptado, mas atrás mesmo. Nessa linha clássica da Volkswagen eu devo confessar que tenho um gosto muito mais conservador, e se fosse o caso de modernizar a parte mecânica eu ainda iria preferir o motor atrás.

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    1. Não vi pessoalmente uma modificação de motor AP em Volks com motor arrefecido a ar, mas deve ser bastante interessante. Mas ficaria muito tentado em ver uma "Brasília-Passat", deverá ser um veículo muito diferente e até inusitado: ouvir um motor "silencioso" numa Brasília é como ver um filme mal dublado, hehe.

      Grato pela visita!

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    2. Uma instalação muito comum é com o radiador de lado, igual ao que se fazia no Mini original. Até os 2 últimos Fuscas com motor AP que eu vi ao vivo tinham sido montados assim, e eu vi esses em Florianópolis diga-se de passagem.

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    3. Interessante, essa opção de instalar o radiador ao lado é válida e economiza espaço, aguçou mais ainda a minha curiosidade pra imaginar (e ver) uma Brasília-Passat.

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  2. Douglas, muito legal esse artigo, foi uma analise surpreendentemente honesta a da 4Rodas Oficina, aonde eles podiam destrinchar os pros e contras dos veículos com mais liberdade que na "revista mãe . Meu pai teve o ultimo modelo da Brasilia, uma LS 1982 completa e alguns desses inconvenientes citados foram melhorados. Vidros verdes, ar quente, manta anti-ruídos no porta-malas traseiro acima do motor, acabamento bem melhor de bancos, painel novo com vacuômetro e relógio, ventilação melhor. Aprendi a dirigir nessa Brasilia, tirada zero Km, e foi um carro fácil de dirigir mas com limitado desempenho. Meu pai e eu cronometramos a velocidade máxima numa longa descida em 134 Km/h por varias vezes, usávamos dois marcos de quilometro separados por 1 Km e achávamos a velocidade em Km/h dividindo 3600 pelo tempo em segundos. Adorava o cheirinho desse modelo 82, mas as antigas (meu pai teve uma 1974 tb) tinham um cheiro diferente, não sei explicar porem.

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    1. Imagino o quanto de lembranças que a Brasília trás a você... Lembro de uma LS cinza de 1982, lindíssima, era de um senhor que morava perto de minha casa, lembro de sempre espiar o carro e o painel era realmente muito diferente, inclusive com aquele relógio e o vacuômetro, nomalmente as Brasília mais antigas que via não tinham esse renquinte, hehe

      E que maravilha poder cronometrar a máxima no relógio em quilômetro lançado (lembrei imediatamente da Motor-3), nunca tive esse prazer. E 134 por hora é bem razoável pra Brasa, que merecia um motor um pouco mais potente, apesar de certamente ser ótima no trânsito urbano.

      Grato pelo comentário e por compartilhar as lembranças!

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