segunda-feira, 6 de maio de 2019

Propaganda da semana: Charger R/T 1977

Dia desses a gente conversou sobre o Dodge Gran Sedan 1977, modelo de representatividade da marca, um sedã potente, luxuoso e até esnobe, concorrente direto de automóveis tão interessantes quanto o Alfa Romeo 2300, o Galaxie 500 e o Opala Comodoro, só pra citar apenas três. Mas hoje a prosa é sobre o desejável esportivo, o Charger R/T.

Todos sabemos, mas não custa reforçar: o esportivo R/T (de Road and Track, estrada e pista) era o mais potente da linha até 1976: o motor, o saudável 318PS, rendia 218 cv (brutos), mas exigia o uso de gasolina azul para não bater pinos. Só que nós também já conhecemos e lembramos da crise dos energéticos, de modo que não era lá muito fácil (nem muito barato) achar gasolina azul nos quatro cantos deste pais continental, de modo que a Chrysler teve de reduzir um pouco a potência do interessante carro.

Essa foi a mais sentida alteração do R/T para 1977: o motor fornecia "apenas" 208cv (dez a menos do que o modelo 1976), em razão da diminuição da taxa de compressão para poder queimar a gasolina amarela (de 8,4:1 caiu para 7,5:1, mas isso não importava tanto assim, pois, para quem desejasse, envenenar o V-8 não era tarefa complicada. O motorzão aguentava bem o acréscimo de potência, como a transmissão, reconhecidamente durável.

É verdade que o comprador da época ficou um  pouco chateado com essa necessária diminuição da cavalaria, mas o R/T tentou compensar o ligeiro decréscimo de potência em outros novos (e pequenos) detalhes estéticos, como você pode notar nesta peça publicitária disponibilizada gentilmente pelo usuário Michael, do Flicrk:

Um belo Charger R/T 1977 vermelho riviera (NE4); abaixo, um Dodge Gran Sedan castanho Araguaia (MY6) e um Dart Cupê bege indiano (NT2)
As faixas laterais eram novas (mais finas do que as do modelo 1976), algumas cores novas vieram para o catálogo e, por dentro, o comprador poderia optar pelo revestimento em couro vermelho (que, inclusive, combinava com a cor do vinil externo), que veio em acréscimo às opções bege e preta já conhecidas. E só. 

Mas como a revista Quatro Rodas de outubro de 1977 atestou, o desempenho do carro não sofreu muito, de modo que, para algum motorista mais desatento, os números da ficha técnica chamariam mais atenção do que a performance do carro propriamente dita:

O belo R/T, em teste gentilmente divulgado pelo blog 4Rturbo.
 

Noves fora, você até pode achar que o Charger R/T não era assim lá tão rápido, nem tão potente e nem mesmo econômico: mas, nos idos de 1977, só uma seleção muito restrita de carros andavam tão bem quanto ele...

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