quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Utilitários Chevrolet - Linha 1986

Talvez os amigos não recordem, mas a Chevrolet, por anos, travou uma interessante batalha contra a Ford pela liderança do mercado nacional de caminhões, situação que, com a vinda da Mercedes-Benz para cá (e a consequente diselização da frota), acompanhada da Scania-Vabis (hoje sem o "Vabis" do nome), Volvo e tantas outras, mudou completamente.

A Ford jamais abandonou o mercado de caminhões; a Chevrolet, no entanto, preferiu se retirar do seguimento e escolher algo melhor da vida pra fazer, empenhando suas forças nas picapes pequenas e médias. Cada qual com suas decisões, é certo, mas os pesados da Chevrolet deixaram saudades em muita gente, inclusive neste que escreve a vocês, especialmente os modelos equipados com motores Perkins, com um ronco (talvez um urro) que ainda ecoa em minhas lembranças...

Pra recordar dos bons tempos, que um amigo nosso, o Bruno Bezerra, fez-me recordar, trago a vocês esta interessante brochura do ano de 1986, onde vemos a linha completa de utilitários vendidas pela fábrica da gravatinha, desde a Chevy 500 até o robusto modelo 22.000, cortesia do inesquecível site Caminhão Antigo Brasil:

A fábrica, com o lema "Força de Vanguarda" tentava convencer os consumidores de que os seus produtos eram mais modernos do que os da concorrência mais direta, a Mercedes-Benz.

Notem a opção furgão para a Chevy 500 e as raras picapes da série 10, que levavam menos peso do que as irmãs gêmeas (embora mais fortes) da série 20.
 
A Chevrolet disponibilizava a opção do chassi equipado com a "meia-cabina" (completa até o para-brisas), produtos destinados ao encarroçamento de ônibus e de transporte de valores, motor home e o que mais você conseguir imaginar.

Cabina dupla, sob encomenda, era possível para todos os modelos: eu vi muitas circulando, agradavam as empresas de distribuição de energia elétrica, que tinham de carregar peso e vários funcionários ao mesmo tempo.
Escolha o seu favorito e seja feliz!

A gama, apesar de variada, não era completa: caminhões pesados você achava na concorrência, apenas; mesmo assim, os Chevrolet não passavam vergonha se comparados aos similares da categoria, embora não vendessem como os da Mercedes-Benz, à época a campeã de vendas. E fico a pensar: como seria se a Chevy voltasse a produzir caminhões por aqui? Seria bem interessante.

4 comentários:

  1. Amigo, no começo desse ano publiquei alguns comentários por aqui, mas acabei por excluir minha conta de e-mail para criar outra. Com isso, minhas respostas foram assinadas como "Anônimo", título padrão que o Blogger dá para usuários que apagaram o Gmail. Deixo aqui meu relato.

    Já partindo para o tema da postagem, primeiramente agradeço por me mencionar em seu blog, é uma honra para mim. Como sou um eterno fã dessa série Fullsize das pickups da GM (e também dos caminhões), eu não poderia deixar de respondê-lo. A 2ª imagem exibe as Séries 10 e 20 da GMB, algo que sempre me levantou certa curiosidade foi essa nova Série 10 de 1985.

    A meu ver, tratava-se de uma sequência de modelos que estavam em pé de igualdade com a já conhecida Série 10 (anterior à 1985), já cito alguns quesitos: capacidade de carga, motorização mais modesta, conforto reduzido, etc.

    Eu ainda fico confuso quando encontro na web, uma D20 com o tal emblema "A10", e fico mais ainda por saber que na documentação dessa versão consta apenas como "D20". De acordo com o que aprendi fuçando pela internet, a D20 que tinha chassi alongado era denominada como "Custom S" (Standard: Padrão) era uma versão mais simples destinada para trabalho, e logo se percebia a falta de alguns instrumentos no painel.

    Desses motores Perkins mencionados nesta publicação, já vi falar apenas do Q20B e o Q20B4.236.

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  2. Que bom revê-lo, Bruno! Fique sempre a vontade para aparecer e comentar nossas postagens e ampliar os nossos conhecimentos.

    Você tem inteira razão: As novas picapes (A Série 10/20 de 1985) mantinham a mesma configuração da geração anterior.

    As A-10 e C-10 se diferenciavam das Série 20 unicamente pela capacidade de carga: as da Série 10 carregavam meia tonelada, mas poderiam receber os mesmos níveis de acabamento (standard, luxo e custom, esta a mais completa) e as opções de motores 4 ou 6 cilindros, álcool ou gasolina. A legislação da época não permitia a adoção do motor diesel em picapes com capacidade de carga inferior à uma tonelada, de modo que jamais tivemos D-10 da nova geração.

    As A-10 e C-10, no entanto, somente poderiam ser vendidas nas versões de meia cabina, cabina sem caçamba e a picape. As versões cabina dupla e caçamba longa eram disponíveis apenas para a Série 20.

    Quanto à confusão, meu caro, isso faz a gente quebrar a cabeça: o pessoal muda um logotipo e cria uma inusitada A-10 cabina dupla com motor diesel, hehe. E a fábrica não se preocupou forma de diferenciar as versões 10 20 pelo número do chassi:só há a diferença da distância entre-eixos, tipo de carroçaria e versão de acabamento, nada sobre o peso e capacidade de carga... O jeito é verificar caso a caso, até porque tenho a impressão de que a Série 10 deixou de ser produzida antes de 1990.

    Abraço!

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    1. Douglas, você disse no seguinte parágrafo:

      As A-10 e C-10, no entanto, somente poderiam ser vendidas nas versões de meia cabina, cabina sem caçamba e a picape.

      Isso é um fato que abre uma boa troca de ideias, até por que a GMB tinha um acordo com a Brasinca que consistia em fornecer o chassi da A-20 para ser transformada na pickup Brasinca Passo Fino, sendo que suas carrocerias eram inteiramente estampadas pela própria empresa Brasinca.

      A Série 10 acabou antes de 1990, pois a A20 de cabine dupla foi largamente utilizada por serviços públicos, sem falar que essa versão até recebeu um kit 4x4 de uma empresa que, no momento, esqueci o nome.

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    2. Pois é, eu achei interessante a possibilidade de venda das A-10 e C-10 nas versões com meia cabine, possivelmente estava em catálogo para a Brasinca, mas algum interessado poderia adquirir também (como, por exemplo, para fazer um pequeno motor-home).

      Sim, a Série 10 não vendeu muito, até em razão do custo-benefício pesar fortemente para o lado das picapes da série 20!

      A Engesa era a responsável pela tração 4x4 das picapes (inclusive, vi só uma dessas na vida, uma D-20 Custom 4x4, pois a confiabilidade desses sistema não era das melhores).

      Grato pela visita, abraço!

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