segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Propaganda da Semana: Dodge Dart - O carro do ano (1970)

Lançado em 1969, o Dodge Dart marcou a estreia propriamente dita da Chrysler do Brasil, pois, antes dele, a firma americana providenciou úteis e necessários aperfeiçoamentos na linha Simca do Brasil, até mesmo oferecendo o interessante Esplanada GTX. Com o Dart, aí sim, a fábrica do pentastar providenciou um automóvel do seu jeito, com tamanho e motor tipicamente americanos.

A Quatro Rodas fez um teste completo do carro; na época, o Expedito Marazzi, de quem sentimos saudade, apontou algumas restrições à baixa autonomia (o tanque de 62 l, embora maior do que o do meu Fiesta 2011, era insuficiente e não permitia longas e velozes viagens), ao acabamento (falhas na vedação), à instrumentação (embora completa, não tinha a melhor visualização), à progressão do carburador (fazia o saudável V8 de 318 pol³ dar uns "saltos"), ao ruído estranho do motor de arranque e à posição de dirigir.

Mesmo assim, tenho certeza, Marazzi adorou o carro. Para ele, "é agradabilíssimo calcar o pé no acelerador e sentir o Dart arrancar, com os pneus cantando no asfalto", fato com o qual nós concordamos plenamente! Aliás, como brinde, segue o teste (publicado originalmente na edição nº 113 da Quatro Rodas, de dezembro de 1969), gentileza do fantástico blog "4rturbo":


Hoje você até pode desdenhar da velocidade máxima; porém, você deve lembrar que o Opala, lançado no ano anterior, com o maior motor (o 3800 de seis cilindros), não batia o desempenho do Dart.
No começo, a Chrysler preferiu lançar uma versão standard que poderia ser equipada ao gosto do freguês, mas não demorou muito para que viesse uma versão "super standard" e a versão luxo.
 
Em tempos de poucos postos de gasolina, a autonomia de 62 litros não era das melhores, falha esta corrigida apenas com a linha 1979, que, finalmente, trouxe um tanque de generosos 107 litros.

Reclamações quanto à carburação eu ouvi a vida toda, mas de tendência ao superaquecimento não.

Marazzi tinha razão: o motor, por suas características, era bem durável se bem cuidado. Os Dart foram mais vítimas da conjuntura econômica do que qualquer outro fator.

Pneu radial, na época, era raridade: custava caro e era altamente indicado para quem gostava de correr.
Mas a Auto Esporte, que já fazia testes de automóveis na ocasião, não deixou por menos e avaliou cuidadosamente o novo Dart e, em ampla eleição, concedeu o título (merecido) de "Carro do Ano" de 1970, fato amplamente comemorado pela fábrica, a exemplo deste anúncio, fineza do excelente blog "Memórias Oswaldo Hernandez":

Imagine o orgulho da fábrica ao ver o novo veículo ganhar um prêmio tão bacana!
O Dart (e derivados) colheu os frutos doces e amargos das conjunturas daquela época, viveu até 1981 quando foi descontinuado pela Volkswagen, não sem antes sofrer modificações externas (não muito profundas, mas acertadas) e internas, melhorando o acabamento. Para mim, pessoalmente, o Dodge Dart não é só o carro do ano de 1970, mas de todos os anos...

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