segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Reportagem da Semana: GMC 750 (1952)

Tempos atrás eu enviei uma matéria para o site Caminhões Antigos do Brasil e o editor dele, o Evandro Fullin, um grande entusiasta e estudioso da história dos veículos pesados neste país tão esquecido e tão sem memória, gentilmente o disponibilizou. Infelizmente, ao menos até agora, o site saiu fora do ar, deixando a gente que adora esse tipo de informação meio triste e ansioso para a volta.

Mas, até a retomada do enorme projeto dele de divulgar, ampla e gratuitamente, o imenso material de que ele dispõe, pensei que seria útil publicar, aqui, as impressões que Oscar Nelson Kuntz, saudoso colaborador da Motor-3, teve ao guiar um interessante GMC 750 1952 para a edição nº. 67 (Janeiro de 1985) da nossa revista favorita.

Para quem não sabe ou não se lembra, esse caminhão tinha um motor de quatro cilindros que trabalhavam no ciclo de dois tempos (e, curiosamente, contava com duas válvulas de escape por cilindro, ao contrário de muitos outros motores dois tempos que nós normalmente vemos), que entregava 175 hp. Mais do que a potência, o urro propulsor é uma coisa mágica, porque a faixa de potência máxima é alcançada em 2.500 rpm (relativamente alta para um motor diesel), e o motorista deve pisar bastante para tirar o maior proveito da máquina.

Os GMC, inclusive, eram altamente desejados nos anos 1950; nos anos 1960, a Scania-Vabis (hoje só Scania) montou sua fábrica por aqui e marcou, para sempre, o seguimento de veículos pesados, deixando na saudade os que gostavam de ver um tonitruante GMC puxando toneladas e mais toneladas de carga pelo Brasil a fora.
 





Tivemos no Brasil, depois destes GMC, outras experiências com motores diesel dois tempos: Ford e Chevrolet usaram motores Detroit Diesel (uma das muitas subsidiárias da GM) nacionais para moverem alguns caminhões, mas, com o precoce fechamento, os Detroit não tiveram lá muitas vendas. A era dos motores diesel dois tempos ficou mesmo na saudade e na memória dos caminhoneiros que sabiam tirar proveito máximo dessas interessantes máquinas.

2 comentários:

  1. A recente apresentação do motor Cummins Advanced Combat Engine (ACE), desenvolvido em parceria com a startup Achates Power que tem feito alguns projetos interessantes com motores Diesel 2-tempos de pistões opostos, me leva a crer que o futuro é até promissor para um eventual retorno dessa configuração. Antes eu já fui muito fã dos Detroit Diesel, mas hoje um dos motores Diesel 2-tempos que eu mais admiro é o Rootes TS3, conhecido como "Commer Knocker" em função do uso em caminhões e chassis de ônibus Commer e Karrier, que tem 3 cilindros e 6 pistões mas usa um único virabrequim, e também já foi muito usado em embarcações até na Argentina.

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