terça-feira, 21 de agosto de 2018

Propaganda da Semana: Kombi 1200 (1966)

Pode até parecer brincadeira, mas um dos carros que tenho mais curiosidade de dirigir é a Kombi. Não pela estabilidade, pelo conforto ou mesmo pelo luxo, mas, para usar um termo na moda, é pela experiência de guiar um utilitário completamente diferente do que temos hoje: motor e câmbio lá na traseira, volante quase reto, painel básico (só o básico do mínimo indispensável) e para-brisas que fica quase rente à testa.
 
Eu já andei em algumas, inclusive uma cabrita, uma Kombi pick-up lotada com muitos itens de uma mudança (quando eu digo lotada é porque a Kombinha estava muito carregada, muito mesmo!), mas que andava com dignidade e muita força. Até o volante ficou mais leve com aquela absurda carga que ocupava quase três ou quatro vezes a altura da picape!
 
Mas não queria usar uma Kombi em aventuras tão radicais: queria mesmo é colocar a perua na estrada, se possível numa viagem longa, como era costume antigamente, tempos em que não tínhamos utilitários tão confortáveis (e seguros) como os de hoje, como na época deste anúncio, gentilmente digitalizado e disponibilizado pelo usuário Michel, do Flickr:
 


Se o anúncio fosse atual, a questão seria: a sua família gosta muito de celular

A simpática Kombi Luxo do anúncio (sei que é luxo em razão da pintura "saia-e-blusa", de dois tons), contava com 15 (quinze) janelas e tantos lugares quantos fossem necessários (essa história de cinto de segurança era coisa de avião de carreira, não de automóvel), tudo isso empurrado por um esforçadíssimo motor 1200 de valentes 36cv de força. Se você reclama de ter de andar por aí com um 1,0 atual, lembre-se dos seus antepassados que lotavam uma perua de 36 cv e saiam por aí, felizes da vida... Era tão fraquinho o valente motor que no ano de 1967  houve a evolução para a cilindrada de 1.500cm³ e passou a potência de 52cv, combinação que fazia a perua chegar aos incríveis 100km/h.
 
As coisas mudaram muito de 1966 até hoje; a própria Kombi, que já saiu de linha, evoluiu consideravelmente e até mesmo ganhou um moderno motor refrigerado a água em seus últimos tempos, bebeu álcool e diesel quando era preciso, além da velha e boa gasolina. Mas a ideia de sair de casa com a família, apesar de parecer não atual, é um programa que merece ser mantido. Ainda mais nestes tempos modernos, em que (nós) jovens ficam grudados na telinha do celular e nos esquecemos de viver o mundo lá fora. Especialmente se for a bordo de uma Kombi 1200.

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