sábado, 4 de março de 2023

A resistência de um Corcel II 1978

No já distante dia 06/01/1978, a Editora Abril comprou junto ao concessionário Companhia Comercial da Borda do Campo, de São Paulo/SP, um Corcel II básico, cor amarelo carrera. Apesar de ser o modelo standard, o veículo foi especificado com o Grupo 1 de opções (lampejador de farol alto, quebra-sol do lado direito com espelho, acendedor de cigarros e espelho retrovisor interno prismático), além do ventilador do radiador com embreagem eletromagnética, desembaçador com ventilador elétrico, protetores de para-choques e pneus radiais 185/70R13, tudo ao preço de Cr$ 83.689,00, atuais R$ 133,131,92 (conforme indica a calculadora do cidadão, com aplicação da correção monetária pelo IGP-DI -FGV).

Essa informação, por si, não é muito relevante, até porque, adiante direi, há erro no número de chassi indicado; de todo modo, o interessante da aquisição é que o Corcel foi usado pela turma da Quatro Rodas para o seu teste de durabilidade. Naquele tempo, a prova durava apenas 30.000km e não envolvia o desmonte de componentes, pois, àquele tempo, julgava-se suficiente o uso por tal quilometragem, talvez a média de um ou dois anos de uso, e descobrir como estava o atendimentos dos concessionários e a forma com as quais lidariam com problemas mecânicos.

Os resultados do exame foram publicados na edição n. 219 (outubro de 1978) e, de modo geral, o carro foi bem, apesar de falhas no sistema elétrico, o crônico problema no escapamento (comum à linha desde aquele tempo) e uma inexplicável quebra de um sincronizador na caixa de câmbio, como podemos ver do preciso relato de Cláudio Carsughi:







Nenhum veículo submetido às provas de longa duração passou sem defeitos - alguns demonstraram um número impressionante de falhas -, mas os problemas do Corcel II, não fosse uma desatenção crônica das concessionárias de então, poderiam ser evitados. A imagem de robustez do Corcel não se desfez com o teste, mas não podemos esquecer que os veículos de ontem também tinham suas limitações e suas falhas precoces...

E por falar em lembrar, não posso esquecer de comentar um detalhe: a reportagem menciona que o número do chassi do Corcel por eles avaliado é LBAJTE60685, mas o código "AJ" não corresponde a um dos que foi utilizado pela Ford, pois o correto para o Corcel II standard é 4J. Assim, se você tiver um Corcel II 1978 de chassis LB4JTE60685, cuide dele, pois é um carro bem interessante! 

2 comentários:

  1. Lá em Manaus quando eu era pequeno, entre '92 e '95 o carro de casa era um Corcel II LDO marrom, e movido a álcool. O substituto do Corcel foi um Fiat Uno S '92 cinza, que foi dado PT em Florianópolis em '98. E foi de dentro desse Uno que eu vi a antiga sede da editora Abril, com o meu pai em trânsito de Manaus para Florianópolis em '96, no trecho de Guarulhos a Curitiba depois que o Uno havia chegado de Manaus num vôo cargueiro.

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    1. A primeira (e até agora única) vez que passei pela antiga sede da Abril foi nos idos de 2016, com um Sandero que à época tinha. Pretendo, futuramente, voltar à São Paulo com meu Uno atual, imagino que deve ter sido uma viagem bem marcante pra você. Sobretudo o detalhe de o Uno ter vindo pelo ar, solução mais viável do que as estradas nem sempre boas daquela época...

      Grato pela visita, volte sempre!

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