No já distante dia 06/01/1978, a Editora Abril comprou junto ao concessionário Companhia Comercial da Borda do Campo, de São Paulo/SP, um Corcel II básico, cor amarelo carrera. Apesar de ser o modelo standard, o veículo foi especificado com o Grupo 1 de opções (lampejador de farol alto, quebra-sol do lado direito com espelho, acendedor de cigarros e espelho retrovisor interno prismático), além do ventilador do radiador com embreagem eletromagnética, desembaçador com ventilador elétrico, protetores de para-choques e pneus radiais 185/70R13, tudo ao preço de Cr$ 83.689,00, atuais R$ 133,131,92 (conforme indica a calculadora do cidadão, com aplicação da correção monetária pelo IGP-DI -FGV).
Essa informação, por si, não é muito relevante, até porque, adiante direi, há erro no número de chassi indicado; de todo modo, o interessante da aquisição é que o Corcel foi usado pela turma da Quatro Rodas para o seu teste de durabilidade. Naquele tempo, a prova durava apenas 30.000km e não envolvia o desmonte de componentes, pois, àquele tempo, julgava-se suficiente o uso por tal quilometragem, talvez a média de um ou dois anos de uso, e descobrir como estava o atendimentos dos concessionários e a forma com as quais lidariam com problemas mecânicos.
Os resultados do exame foram publicados na edição n. 219 (outubro de 1978) e, de modo geral, o carro foi bem, apesar de falhas no sistema elétrico, o crônico problema no escapamento (comum à linha desde aquele tempo) e uma inexplicável quebra de um sincronizador na caixa de câmbio, como podemos ver do preciso relato de Cláudio Carsughi:
Nenhum veículo submetido às provas de longa duração passou sem defeitos - alguns demonstraram um número impressionante de falhas -, mas os problemas do Corcel II, não fosse uma desatenção crônica das concessionárias de então, poderiam ser evitados. A imagem de robustez do Corcel não se desfez com o teste, mas não podemos esquecer que os veículos de ontem também tinham suas limitações e suas falhas precoces...
E por falar em lembrar, não posso esquecer de comentar um detalhe: a reportagem menciona que o número do chassi do Corcel por eles avaliado é LBAJTE60685, mas o código "AJ" não corresponde a um dos que foi utilizado pela Ford, pois o correto para o Corcel II standard é 4J. Assim, se você tiver um Corcel II 1978 de chassis LB4JTE60685, cuide dele, pois é um carro bem interessante!
Lá em Manaus quando eu era pequeno, entre '92 e '95 o carro de casa era um Corcel II LDO marrom, e movido a álcool. O substituto do Corcel foi um Fiat Uno S '92 cinza, que foi dado PT em Florianópolis em '98. E foi de dentro desse Uno que eu vi a antiga sede da editora Abril, com o meu pai em trânsito de Manaus para Florianópolis em '96, no trecho de Guarulhos a Curitiba depois que o Uno havia chegado de Manaus num vôo cargueiro.
ResponderExcluirA primeira (e até agora única) vez que passei pela antiga sede da Abril foi nos idos de 2016, com um Sandero que à época tinha. Pretendo, futuramente, voltar à São Paulo com meu Uno atual, imagino que deve ter sido uma viagem bem marcante pra você. Sobretudo o detalhe de o Uno ter vindo pelo ar, solução mais viável do que as estradas nem sempre boas daquela época...
ExcluirGrato pela visita, volte sempre!