"Fiat Uno Turbo". Basta soltar essa frase de três palavras numa roda de entusiastas por automóveis que você verá uma série de reações a um interessante esportivo nacional. Para além da piada de que o Uno anda mais com uma escada no teto (já um tanto gasta pelo uso), possivelmente alguém dirá que foi o primeiro Fiat com motor turbo a ser desenvolvido e lançado pela fábrica; que o Uno Turbo era um foguete e andava muito bem, tanto quanto o Tempra Turbo, seu contemporâneo; que o carro foi lançado sem ar-condicionado porque simplesmente não havia espaço no cofre para a sua instalação (algo que foi corrigido tempos depois); etc, etc.
Mas se você soltar a frase "Fiat 147 Turbo", não sei se as reações serão tão homogêneas. Alguns podem dizer que é adaptação caseira, outros que seria uma boa ideia e alguém vai dar de ombros e dizer "ah, legal, mas o Uno Turbo era mais legal". Mas o que a roda de entusiastas talvez não saiba é que lá em 1979, apenas três anos após o lançamento do veículo, a concessionária Fercoi - de São Paulo/SP - fez um interessante trabalho de instalação do turbo compressor em um pacato 147 GL de motor 1050, com resultados bastante promissores, como nos contou o saudoso Expedito Marazzi em matéria publicada na edição n. 174 (abril de 1979) da revista Auto Esporte, cuja íntegra temos o prazer de apresentar:
Apesar de o velocímetro não conseguir registrar adequadamente a velocidade do 147 turbinado (ele andava mais do que a escala!), Marazzi logo sentiu que aquele pequeno Fiat rendia de uma forma bastante convincente, apesar de prever, com razão, uma certa perda na durabilidade se comparado com um motor 1050 sem a superalimentação. Mas que deveria ser bom de guiar, ah, isso deveria...
O mais curioso é que uma versão do motor 1050 com turbo de fábrica era exportada do Brasil para a Itália, usada em alguns modelos Autobianchi e Lancia.
ResponderExcluirBem lembrado, meu caro!
ExcluirE demoramos muito (infelizmente muito) para ter um Uno Turbo nacional (se bem que as versões 1.5R, 1.6R e a 1.6Rmpi também tinham lá os seus brios). E ai quando lembro do motor a diesel pra exportação que era feito aqui, puxa, dá até uma tristeza... hahaha
Grato pelo comentário (sempre ótimo) e a visita!
Para mim que fiquei mais interessado nos motores a diesel, por influência dos turistas argentinos e uruguaios quando morei em Florianópolis, essa questão dos motores para exportação fica ainda mais intragável.
ExcluirResolvido o mistério da instalação do contagiros
ResponderExcluirE ficou bom o local escolhido, equipamento bem necessário para um 147 mais mexido.
ExcluirQue foguetinho esse 147, hein ? Tudo isso no distante 1979, um verdadeiro "sleeper", que ninguém bota fé e depois passa feito um foguete (exagero), rsssss ! Obrigado por nos brindar com outra maravilhosa cronica automotora, Douglas !
ResponderExcluirEu que agradeço, meu caro!
ExcluirEsses carros assim me agradam: são os sleeper que a gente pensa que dão sono mas deixam o motorista bem acordado e animado, haha. Hoje um Up TSi tem números mais promissores, mas, como você bem destacou, para 1979 era coisa quase de outro mundo!
Grato pela visita, abraço!