Hoje é dia de abrir o baú e relembrar do nosso passado (como, via de regra, costumo fazer neste blog). E dentre tantos carros nacionais, o que me cabe falar hoje é do interessante (e um bocado raro) Dardo.
Não, eu não escrevi errado. Não me ocuparei do Dart, aquele fantástico automóvel produzido pela Chrysler. É o Dardo mesmo, produzido pela Corona S/A e vendido nos concessionários Fiat.
Nessa altura do texto, provavelmente o amável leitor deve pensar que essa história toda é bem interessante, o que de fato é: motivada pela proibição das importações, muitas pequenas fábricas (e outras nem tão pequenas assim) trouxeram ao mercado nacional modelos novos, sempre com base em uma mecânica conhecida. E a Corona S/A (nada a ver com aquela marca de chuveiros elétricos), apostando no trabalho de Toni Bianco, resolveu apresentar um novo automóvel nacional, o Dardo:
Extraída do site propagandasdecarros.com.br. |
Se você é automobilista especializado em Fiat, certamente acha algo de familiar no Dardo. E tem mesmo, pois suas linhas são claramente inspiradas no X 1/9, um carrinho esporte (com todo respeito) lançado em 1972 pela marca italiana, um sucesso àquela época.
O similar brasileiro foi lançado em 1979, e seu coração era mineiro da cidade de Betim: o motor era o mesmo do Fiat 147, o famoso Fiasa, um quatro-cilindros 1,3 de 72cv. A performance poderia ser classificada como discreta (se você procura arrancadas fortes e um motor que rosne forte, fará melhor escolha comprando um Puma GTB ou um Santa Matilde), mas o estilo era bem interessante. O painel de 147, enriquecido com os instrumentos auxiliares do Passat TS, e as lanternas do Alfa Romeo 2300 não destoavam do conjunto.
Realmente, o Dardo era um carro que chamava a atenção, tanto no estilo quanto na mecânica, porquanto apresentava soluções pouco comuns no mercado nacional daqueles tempos: motor central, freios a disco nas quatro rodas e faróis escamoteáveis. A baratinha era bem vistosa, perfeita para se tirar a cobertura do teto (o Dardo é um modelo targa) e sair por aí, preferencialmente bem acompanhado...
Três anos após o lançamento, a Corona providenciou um motor mais caprichado, um 1,5, preparado pelo mestre Silvano Pozzi, capaz de render 96cv. Em 1982, recebeu novos faróis, perdendo muito na semelhança com o X 1/9. Ao que consta, vendeu aproximadamente 300 unidades até o final de sua produção, em 1985.
Se nos anos '80 achar uma baratinha dessas não era moleza, imagine hoje...
Em tempo: se você gosta do Dardo, não deixe de ler essa reportagem da Quatro Rodas sobre o modelo.
Posso estragar a alegria de qualquer "pumeiro" num swap pra motor de Tempra ou Marea. O mínimo 2.0 litros bi-turbo já levaria esta freccia (em bom italiano) aos 250 cv. Agora, isso é numa preparação turbo leve - ou uma aspirada com ajuda eletrônica. Num carro que pesa meramente 850 kg. Faça as contas! São 850 kg divididos por 250 cv. 850/250 = 3,4 cv/kg.
ResponderExcluirPra qualquer GTB andar colado, seria necessário uns 400 cv pra calcular bem nos 1200 kg, o que daria a relação peso-potência de 3 kg/cv.
Só que... o GTB tem feixe de mola na traseira e, até hoje pelo que pesquisei em blogs e fóruns, só fazendo uma adaptação da suspensão traseira multi-link de Omega pra deixar ele colado na pista. E preparar o 4.1 litros Chevrolet é certamente beeeeem mais caro do que correr atrás das peças dos 2.0 que a Fiat fez por aqui. Eu ficaria com o Corona Dardo mesmo. É uma proposta européia que se aproxima das asiáticas. O GTB ainda tem característica de carro americano; vai dar trabalho atualizar e sanar diversos problemas de peso, suspensão, desempenho...
Aliás, o Dardo está para um MR-2, assim como o GTB está para um Celica Supra hehehe.