Nascida em 1964, com o nome de C-1416 (o nome Veraneio só surgiu em 1970), a nossa personagem da semana era única no seu segmento. Tratava-se de uma autêntica peruona, com todo o respeito: construída na base da festejada picape C-10, a C-1416 tinha notáveis 5,16m de comprimento, quatro portas para dar acesso a seis ocupantes (que se acomodavam em dois bancos inteiriços) e um vigoroso motor de seis cilindros, o 4300 (142hp de potência e torque de 31,79 mkgf - todos valores brutos), acoplado a uma transmissão de três marchas.
O resultado dinâmico impressionava: 145km/h de velocidade máxima e 0-100km/h em 20,7 seg. (dados da avaliação feita pela Quatro-Rodas em 03/1966). Mas o tributo para carregar o generoso peso de quase duas toneladas exigia constantes visitas ao posto de gasolina - a peruona não conseguia percorrer mais do que seis quilômetros com um litro de gasolina.
De todo modo, a Veraneio também foi largamente utilizada como ambulância. Eu mesmo vi muitas nos anos '90, algumas ainda movidas à gasolina/álcool, levando pacientes com toda fleuma. É o caso da Veraneio abaixo, de 1989:
Catálogo extraído do excelente site Caminhão Antigo Brasil. |
Se entre os anos de 1964/1988 a Veraneio não sofreu muitas alterações (apenas modificações pontuais, como a adição da direção hidráulica, freios a disco e os motores a álcool), em 1989 a Chevrolet caprichou: a nova Veraneio surgui com muita pompa, seguindo o desing, tanto interno quanto externo, das picapes da série 10/20 lançadas dois anos antes.
A Veraneio Ambulância é bem interessante, pois conta com generoso espaço interno, se comparada à Caravan, outra ambulância vendida pela GMB. O acabamento interno era mais simples do que as versões "civis" - e era pintada invariavelmente na cor branca.
Mesmo simples, a versão ambulância contava com os equipamentos necessários: uma maca removível, assentos para enfermeiro e dois acompanhantes (estes últimos equipados com cintos de segurança pélvicos), assoalho protegido por um tapete de borracha, ganho porta-soro, divisão entre a cabina do motorista e de atendimento e um potente sistema de iluminação de emergência no teto.
Digno de nota é o detalhe do estepe, que ficava guardado num compartimento específico do lado esquerdo, nas costas do banco do enfermeiro. O acesso ao pneu sobressalente, como se vê, é pela porta traseira esquerda, uma das mais curiosas soluções que já vi.
Em 1991, a Veraneio recebeu um motor a diesel (Perkins Q20B), o que permitiu uma sobrevida ao modelo até o ano de 1994. Só perto do final da década de 90 que a Chevrolet nacional lançou uma substituta à interessante Veraneio - a Silverado Gran Blazer -, mas isso é outra história...
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