sexta-feira, 28 de março de 2025

Catálogo da Semana: Linha Chevette 1987

Depois de um longo inverno (involuntário, devo dizer), volto ao espaço para a gente continuar a prosear sobre os automotores, especialmente um sempre aparece em nossa pauta: o Chevette.

É que um dos nossos leitores está a restaurar um sedã de 1987 e precisa de referência a respeito dos tecidos dos bancos e a forração das portas e nada melhor do que a gente consultar o material da própria fábrica, no caso um catálogo muito interessante formulado pela Chevrolet para aquele ano modelo, este que foi gentilmente disponibilizado na íntegra pela Anfavea e que me apresso em mostrar pra vocês:


Nós já falamos do Chevette SE em uma outra postagem, mas é uma história que não custa reforçar: naqueles tempos de fortíssima crise financeira, o aumento dos preços dos veículos dependia de prévia autorização estatal, pedida com alguma antecedência e com fortes justificativas. Então, as fábricas (não só a Chevrolet) faziam modificações nas linhas, criavam novas versões e pequenos aperfeiçoamentos de modo a justificar um aumento.

É o caso da versão SE: mais luxuosa, com acabamento um pouco mais refinado, trouxe o luxo, calotas plásticas integrais (raras na época, hoje ainda mais) e alguns refinamentos cosméticos. Pena que o motor 1,6/S, com retrabalho para dar maior potência sem aumento sensível no consumo, ficou para o ano posterior: afinal de contas, não convinha lançar todas as novidades de uma só vez...





Notem a rara versão Hatch com o padrão mais alto de acabamento: você não via um desses com muita frequência, o mesmo se pode dizer da transmissão automática e do ar condicionado (não integrado ao painel) opcionais. E há uma explicação: um Chevette SE com todas as opções do catálogo custava até mais (ou quase a mesma coisa) do que um Monza SL/E básico, carro maior e com mais status. Vai daí que a gente vê muitos Monza com quase nenhum opcional e poucos Chevette com todas as opções...






A versão SL já nos é mais comum: era o mais básico, mas não fazia feio (apesar de o encosto de cabeça ser opcional - notem o raríssimo SL de interior marrom sem o equipamento de segurança). O estilo deste nível de acabamento é mais sóbrio (o que não me desagrada), além de poder receber opções para tornar as coisas mais amenas, como o já citado ar-condicionado (quem mora no litoral, como é meu caso, tem uma enorme simpatia pelo condicionamento do ar), pintura metálica, retrovisor do lado direito (faz falta) e outros detalhes. 



O catálogo não indica, mas faço questão de dizer as cores que estavam disponíveis para a linha Chevette para o ano de 1987: as sólidas (não metálicas) eram preto formal, branco Everest, vermelho bonanza, amarelo trigo e bege Itapema; as metálicas preto granito, azul platina, azul Búzios, dourado Itapuã, verde tropical, marrom canela e prata andino. E os revestimentos poderiam ser grafite, tabaco e preto, este último exclusividade dos modelos SE. 

São informações que recolhi há muitos anos em um surrado caderno de anotações de uma tabela da época que alguém me mostrou; pode até ser que as opções (sobretudo a incomum de a versão SL não ter a opção de revestimentos pretos, geralmente a mais comum) se alteraram no correr da produção, sobretudo em relação à adoção de cores que a fábrica normalmente não dispunha para os Chevette. Mas esses dados já são um norte pra gente ter em mente quando for ver um Chevette 1987.


Se pudesse (e como eu queria ter essa opção de volta no tempo...), encomendaria um Chevette SL com quatro portas, interior tabaco, dourado Itapoã e com ar condicionado: para o dia-a-dia, teria um carro confiável, confortável e estiloso para todos os momentos. E você?

Um comentário:

  1. Além do ar condicionado, o câmbio automático também seria muito bem vindo. Mas te juro, eu ficaria na dúvida entre o hatch ou o sedan, mas desde que o sedan fosse com 4 portas. No final do ano passado, vi um Chevette com 4 portas em Aceguá, fronteira com o Uruguai, e mesmo precisando de uma reforma ainda me chama muito a atenção.

    A propósito: acho que já te vi dirigindo um Uno Mille vermelho aí em Florianópolis, perto do posto Ipiranga na Almirante Lamego, com a proa para a ponte Hercílio Luz eu suponho.

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