sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Chepala 250-S: um monstro escondido sob a silhueta de um pacato Chevette

Já conversamos algumas vezes sobre a adaptação do motor Chevrolet 151-S na linha Chevette, travessura relativamente simples de ser feita e que garante resultados muito promissores. O motor que originalmente equipou Opalas e Caravan fica muito bem, pois garante um bom torque e confere potência mais do que razoável para garantir um desempenho mais consistente ao Chevette, veículo que, com certa injustiça, sofria com a fama de ser soneca.

Mas vocês sabem, a inquietação é sentimento inerente à humanidade e sempre tem alguém que deseja e mais...Um Chevette 151-S já é um bocado interessante, teria um desses tranquilamente, mas já pensaram como seria ter um bicho desses equipado com o 250-S? Sim, um Chevette - ou Marajó ou uma Chevy 500 - com seis cilindros em linha e potência suficiente para andar muito mais rápido do que um Opala SS! Nem precisa imaginar muito, porque a revista Oficina Mecânica, logo na terceira edição, mostrou-nos como seria ter e guiar esse "mini stock-car":






Vocês podem perceber que uma adaptação destas não é fácil, pois envolve um extenso trabalho de funilaria no curvão (a parede de fogo tem de ceder lugar a um motor muito maior do que o pessoal da GM um dia pensou em instalar) e no túnel central, além das necessárias modificações na transmissão (não pense que a transmissão projetada para o 151-S vai aguentar o tranco de multiplicar a força do 250-S) e no sistema de freios (é altamente desejável parar na mesma velocidade em que se anda). Mas com calma, jeito e paciência, a empreitada pode ser executada.

De fato, a inquietação do ser humano tem seu preço - o qual, no caso, não é dos menores -, mas se você é daqueles que gostam de andar muito rápido, tem habilidade e maturidade acima da média do trânsito nacional (e se não tem, é prudente ter um bom plano de saúde ou mesmo um seguro de vida em prol de seus descendentes) e gosta de carros ariscos, diria chucros, arranje um Chevette 250-S e seja feliz!

4 comentários:

  1. Adaptar o 6 canecos seria tentador, embora aumente em demasia a concentração de peso sobre o eixo dianteiro. Mas algo que me chama a atenção foi a GMB não ter seguido estratégia semelhante à da operação argentina que usou no Opel K-180 o motor 110 derivado do mesmo projeto que no Brasil ficou restrito aos 153 e 151.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. De fato, o peso na dianteira tornar-se-ia muito mais elevado e até desproporcional no caso de se adotar o 250 no Chevette, mas, talvez também por isso, o sedã ficaria bem interessante, quase uma "cadeira elétrica".

      Bem lembrado, o Opel K-180 teve o interessante 110, motor desses poderia até ser usado, com algum veneno, nos modelos GP e S/R. Isso a GMB ficou nos devendo...

      Grato pela visita e pelos comentários, sempre enriquecedores!

      Excluir
    2. Eu me referia ao 110 mais como uma possível medida de contenção de custos mesmo, para aproveitar o mesmo ferramental já usado na fabricação dos motores do Opala. Basicamente o mesmo expediente que se fazia na África do Sul com versões de 1.9L a 2.3L que também foram baseadas no 153. No caso de uma versão esportiva, até não seria absurdo recorrer ao 151-S mesmo.

      Excluir
    3. A GMB chegou a cogitar o uso do 151 no Chevette para uma versão mais esportiva (a Motor-3, em mais de uma edição, noticiou que ao menos dois protótipos foram montados), mas a fábrica, infelizmente, desistiu da empreitada. Preferiram o motor novo, mas fico a pensar como seria o 110 "esportivado", seguramente melhor do que o 1.6 que equipou o Chevette S/R.

      Grato pela atenção e os preciosos comentários!

      Excluir

Este espaço está sempre disponível para a sua contribuição. Fique a vontade e participe, será um prazer ler - e responder - seu comentário!