quarta-feira, 17 de junho de 2020

Omega: o lançamento (1992)

Não lembro como foi - até porque mal tinha completado meu primeiro ano -, mas sempre soube que o lançamento do Omega foi algo muito marcante. Aqueles eventos que chamam a atenção pra valer. E de fato foi, meus amigos e amigas!

Primeiro, pela apresentação do carro que concedeu a justa aposentadoria ao Opala, carro que, apesar de muitas virtudes, já estava bastante cansado e não seria um bom concorrente para os importados que começavam a chegar aos montes depois da reabertura do mercado às importações, lá em 1990. Apesar de resistente e com público cativo, era natural imaginar que o ciclo dele caminhava lentamente para o fim - como o do Chevette, que desapareceu em 1993 para dar lugar ao Corsa.

Segundo, pelo nível de tecnologia embarcada em um veículo nacional, à começar pela injeção eletrônica disponível em todos os modelos da linha e que, salvo engano, foi o primeiro produzido no Brasil cuja linha era toda injetada. E, em terceiro, era um carro muito classudo, largamente utilizado como veículo de frota (inclusive governamental) e de representação. Um carrão!

Sim, o Opala teve um substituto a altura de sua carreira, mas, infelizmente, o Omega vendeu apenas 93.282 unidades, não teve o mesmo sucesso, quase um décimo da produção total do Opala. Mesmo assim, era um carro fantástico, moderníssimo e perfeitamente utilizável até hoje. E sem fazer feio.

E por não me recordar do lançamento do grande sedã da Chevrolet, recorri a esta revista Panorama de agosto/1992- publicação da General Motors do Brasil e distribuída aos funcionários e à imprensa - totalmente dedicada ao lançamento. Nas próximas páginas nós podemos perceber o tamanho do orgulho da fabricante com o resultado final do seu produto.






Notem o perfil de clientes que o Omega pretendia alcançar
Primeira vez que vi esse painel digital fiquei surpreso! Era muita tecnologia para um menino sem computador!

Não ria: disc-laser e painel digital - até mesmo no toca-fita - eram coisas moderníssimas naquele 1992.

Não se engane: esse motor 3,0 não era moderno e nem muito bom de torque. Mas em 1994 apareceu o 4,1 - o mesmo do Opala, mas repaginado pela Lotus - e que deixou o Omega ainda mais interessante por conta da maior força.
 




Curioso é que o Monza nunca teve catalisador: saiu de linha em 1996, um ano antes de as regras antipoluição ficarem mais rígidas.



O aplicativo do Sinesp aponta que o Kadett que aparece ao lado do Omega ainda existe e está emplacado na cidade de Foz do Iguaçu/PR. Certamente fazia parte da frota da Chevrolet e depois foi vendido como veículo comum. Sorte de quem o comprou!
 

Note o Omega com calotas: o modelo GLS até o ar-condicionado era opcional, então as calotas eram item standard dele (o modelo GL, nascido em 1994, usava uma peça quase igual, só mudava o logotipo, que era injetado na peça ao invés de resinado e aplicado sobre o plástico).
 





A publicação, cuja íntegra você vê aqui, é um pequeno demonstrativo do frisson causado pela chegada do novo Chevrolet. De fato, a fábrica vivia seus melhores e mais prósperos tempos (em todos os sentidos) e toda a linha era muito interessante. O passado não volta, mas cá estamos para lembrar de uma época muito interessante do mundo automotivo, à exemplo do Omega, talvez o melhor automóvel já fabricado no Brasil. Duvida? Pergunte a quem tem um!

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