Assim que trouxe o Chevette daquela primeira viagem, fiz a lista de procedimentos necessários para aprimorar o Chevy:
- a) trocar urgentemente a junta que veda a boia do tanque de gasolina;
- b) providenciar uma regulagem muito minuciosa na carburação e na ignição; e,
- c) trocar o escapamento esportivo pelo original, porque eu gosto de silêncio e sossego na vida.
Bem, se a gente pegar um carro antigo e fazer uma lista de tudo o que quer fazer, poxa, a coisa fica fora de controle (financeiro e mental), pois sempre, SEMPRE vai ter algo para ajustar, arrumar, melhorar, polir, limpar e apertar. Mas é como disse, o legal de ter um veículo antigo, original ou não, é ter essa diversão e esse passatempo, essa volta no tempo e as lembranças que o Chevette 1988 é capaz de me oferecer.
Enfim, voltando à lista de tarefas, eu cumpri, em primeiro lugar, o item "a". Não tirei foto na hora de trocar a junta, mas é super fácil. Só você ir até o lado esquerdo da traseira (no caso, é aonde fica o conjunto da boia), soltar os conectores elétricos que ligam a boia até o marcador de combustível e soltar os cinco parafusos sextavados.
O conjunto da boia, no meu caso, estava novinho, não precisou de reparo e nem de substituição. Mas a junta... Era uma dessas de cortiça prensada, que, apesar de ser original, não aguenta muito o tranco de vedar a nossa pobre gasolina com a adição de álcool... Por isso eu esqueci da originalidade e providenciei uma junta melhor, feita, aparentemente, de cortiça emborrachada e com uma espécie de "lona" vulcanizada na própria peça, exatamente a que mostro agora:
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Das juntas que procurei, esta me pareceu ser a melhor, e nem por isso foi a mais cara (foto: Google) |
Não foi muito fácil achar a junta, devo dizer. Em várias lojas de auto peças só faltam rir da sua cara quando você chega no balcão e pede uma peça de reposição para um Chevette. É curioso, porque a Chevrolet fez centenas de milhares de Chevette e muitos ainda rodam - e uma junta, que, ao que parece, serve pro Monza, Kadett, Ipanema e Opala, não é uma peça que precisa de altíssima tecnologia pra funcionar...
Na quinta loja, ainda bem, foi diferente: não riram de mim e me venderam a tão procurada junta, paguei R$ 9,00 por ela e voltei feliz da vida pra casa. Se você não tem essa sorte, procure no Mercado Livre, lá você acha fácil e ainda te enviam pelos correios.
Quanto à peça, ela me pareceu ser bem mais resistente do que a original de cortiça e provavelmente vai durar bastante. Minha namorada, a doce e linda Flora, empolgou-se com o serviço: ela própria soltou o conector, os cinco parafusos, sacou a boia, trocou a junta, remontou tudo e deu o trabalho por terminado. Só conferi o aperto (não precisa ser excessivo, é pra apertar e não empenar os parafusos!) e tá tudo em paz. A gasolina não vaza mais do tanque e aquele perfume maravilhoso de petróleo refinado misturado com álcool anidro já sumiu.
O item "b"eu já providenciei. O Chevette está sob os cuidados de um habilidoso mecânico da região e logo logo o Chevette vai ter o desempenho de antes e vai dar adeus às falhas na carburação e ignição.
O item "c" eu também vou providenciar, um amigo do meu primo Carlos trabalha com isso e, tenho certeza, brevemente o Chevette vai roncar macio como quando saiu da fábrica. Mas estas etapas eu conto para vocês à medida em que elas forem acontecendo...