A eletrônica entrou para ficar, isso é inegável. E nos automóveis não é diferente: hoje os mecânicos têm de ter conhecimento e treinamento específico para lidar com as traquitanas modernas. Quando se lida com um carro moderno, um scanner plugado já descobre o defeito. Antes, como também sabemos, as coisas eram na base da finesse, da experiência. Método pouco preciso, mas muito romântico.
E a propaganda da semana é sobre um avanço no quesito da manutenção por parte das autorizadas. Há 41 anos atrás, lá no começo do ano de 1973, a Volkswagen criou um sistema de manutenção moderno naqueles tempos, o VW Diagnose.
A fábrica alemã criou este sistema na tentativa de normatizar, de estandardizar a revisão dos automóveis da marca. O cliente levava o seu Volks para o concessionário e era feita uma cuidadosa revisão. Vários itens eram checados naquele momento, com a ajuda de vários equipamentos de precisão, e o cliente era consultado e informado sobre os defeitos.
Cartões perfurados (do tipo Hollerith) vinham com os manuais do proprietário, de forma que cada modelo (e versão) tinha as suas peculiaridades - e cada item era analisado conforme o padrão da fábrica. E o cliente recebia um diagnóstico preciso da situação do carro, sabendo desde logo os componentes que precisariam ser trocados ou reparados. Uma forma para evitar a empurroterapia, está claro. O comercial, estrelado por Francisco Milani, comemora a criação deste sistema:
As proezas destes equipamentos são pequenas se compararmos às das
traquitanas autuais, mas, para o Brasil de 1973, era bastante coisa! Este stand foi exibido no Salão do Automóvel de 1972, e era composto basicamente de um elevador hidráulico, um aparelho para regulagem de faróis e dois armários. O da direita guardava as ferramentas especiais (lâmpada estroboscópica, medidor de compressão dos cilindros, chave de torque, compressor de ar e outras), e o da esquerda comportava as ferramentas tradicionais.
Este sistema, apesar de simples, foi a alvorada do uso de técnicas mais eficientes no controle das revisões. Se hoje é só plugar um scanner, ontem as coisas eram feitas no braço - e na técnica.
Nota: Sobre o tema, recomendo a leitura da revista Quatro-Rodas, edição 150 (01/1973), páginas 19 e 20.
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