sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Propaganda da Semana (Pampa 1984)

CHT. Ou Compound High Turbulence, se preferirem. Esta sigla, que em português significa Combustão em Alta Turbulência (ou Alta Turbulência por Câmara Composta, como disse Luc de Ferran - diretor de engenharia da Ford naqueles tempos - em entrevista à Motor-3, nº 38, agosto de 1983) trouxe uma saudável mudança nos motores da Ford.

O quatro-cilindros não era necessariamente um projeto da fábrica do oval azul. Ele veio da Willlys-Overland do Brasil. É que a Ford comprou esta empresa, e "de brinde" recebeu o Projeto M, que nós conhecemos hoje pelo nome de Corcel. Sim, esse motor, cujas origens remontam à Renault francesa (o motor Sierra, que equipava o Renault-8), já na época era um tanto antigo, e precisava de um upgrade

A Ford do Brasil trabalhou bastante no motor - e o resultado foi o CHT. Em curtas ideias, curtíssimas até, podemos afirmar que esse motor sofreu uma modificação no sistema de alimentação, fazendo com que a mistura ar/combustível tivesse um melhor rendimento, permitindo, assim, uma menor dose de combustível na mesma mistura carburante. Trocando em miúdos: mais economia e melhor desempenho.

E este motor não surgiu apenas para simpática Pampa, muito menos para o Corcel - ou o Del Rey. Ele foi criado para equipar o Escort, retumbante novidade da Ford para aqueles tempos. Mas, é certo, o que serve para um, serve para todos: as modificações para o Escort beneficiaram toda a linha:

O novo CHT etílico rendia 73,2 CV, um bom incremento de potência. Além disso, os novos tratamentos de lataria criados para o caçula foram aplicados aos demais modelos (como se pode ler na peça abaixo):

A propaganda está um tanto surrada. Mas é um modesto presente, de coração, aos fãs da pequena picape Ford.
O motor CHT foi largamente utilizado pela Ford nos anos 80 - e ganhou o nome de AE-1600 nos tempos de Autolatina. A Pampa, lançada em 1982, foi uma resposta à Fiat, pioneira no setor de picapes leves - e foi fabricada até 1996, oportunidade em que foi substituída pela Courier. Mas, como costumo dizer, é uma outra história...

2 comentários:

  1. Interessante que em duas ocasiões a Pampa foi oferecida com duas frentes distintas de forma simultânea, em cada uma dessas ocasiões: Na primeira ocasião, na linha 1984, a Pampa ainda era oferecida com a mesma grade do Corcel II 78/84 se fosse 4x2 e era oferecida com nova e a exclusiva grade quadriculada se fosse 4x4 (essa grade quadriculada se tornou padrão de 85 a 87, independentemente do tipo de tração); Na segunda ocasião, nas linhas 1986 e 1987, a Pampa ainda era oferecida simultaneamente com a frente antiga (faróis retangulares, dois pares de meias-luzes frontais e grade quadriculada) nas versões mais básicas, e com a frente reestilizada (faróis trapezoidais, meias-luzes frontais apenas na parábola dos faróis e grade herdada do Corcel 85/86) nas versões mais requintadas, como a Pampa GL.

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    1. Tinha a impressão de que aquela grade quadriculada era exclusiva da versão 4x4, mas imagino que por uma questão de custo e de estilo o pessoal da fábrica resolveu estendê-la aos demais modelos. As que via na infância geralmente mantinham a grade do lançamento (ou outra mais genérica, de reposição) - e não lembro de ver alguma GL pessoalmente (ao menos original, essa grade da linha 85 e 86 do Corcel era das mais difíceis de obter para reposição). E aproveito para perguntar: as Pampas 4x4 depois de 1987 mantinham a mesma grade das versões 4x2 ou era alguma exclusiva? Esse detalhe não lembro...

      Muito obrigado por compartilhar tantas informações preciosas (seu conhecimento é muito vasto!), volte sempre!

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