sábado, 11 de outubro de 2025

Catálogo da semana: Linha Toyota Bandeirante (1973)

Se você precisar de um veículo confortável, daqueles que deslizam feito um tapete mágico numa pista de asfalto decentemente asfaltada, definitivamente o Bandeirante não será uma boa opção. Alguns deles, devo dizer, contavam com condicionador de ar (muito útil) e direção hidráulica (muito necessária), mas isso não os tornava um carrão executivo, daqueles em que a gente curte a vida ouvindo música suave numa bolha de conforto térmico e acústico quase esnobe.

Se você gosta de tecnologia, melhor procurar outro veículo: nenhuma tecnologia dele remonta a segunda metade do século XX, talvez os pneus radiais contem se você fizer questão deles. As linhas do utilitário não sofreram mudanças por longos anos e ele saiu de linha por não mais conseguir se manter dentro dos limites aceitáveis de poluentes (talvez não compensasse mais pra Toyota investir nele, sejamos francos).

Porém, se você quer um veículo que te leva para qualquer lugar possível de ir a bordo de um veículo - e digo isso sem exagero - o Bandeirante é uma ótima opção. A robustez dele é proverbial: o projeto do jipe se pautou pela vocação integral ao uso rude, em caminhos rudes e em tarefas rudes por longos e longos anos: sobrecargas não eram raras, então não duvide das histórias que se contam de que um Bandeirante conseguiu tirar um caminhão de um atoleiro sem se desintegrar... 

Já devo ter contado aqui (e eu sei que sou repetitivo), mas não esqueço de um passeio em que tive em uma picape: o bicho trepidava muito, urrava e pulava, tudo ao mesmo tempo em uma mistura de sensações que me fez lembrar de um brinquedo mais radical em um parque de diversões. Uma antítese do conforto que torna tudo mais divertido, até porque quando se vai num Bandeirante você se sente muito confiante de que vai chegar lá, seja lá aonde for esse lá...

A picape que andei era dos anos 90, mas hoje vou voltar vinte anos para recordar da linha 1973 dos utilitários: a rigor, nada de muito novo, a não ser os detalhes estéticos e o câmbio totalmente sincronizado (as das primeiras safras tinham as duas primeiras velocidades de engrenamento direto) surgiram paulatinamente. O catálogo, cortesia da Anfavea, merece nossa visita:







Um dos segredos do sucesso da linha Toyota tem nome e sobrenome: OM-314 Mercedes-Benz. Esse propulsor de quatro cilindros e 85cv de potência pode não ser hoje um exemplo de tecnologia, mas a durabilidade dele é das maiores. Basta cuidar da bomba injetora, dos lubrificantes e da qualidade do diesel, você tem um motor para a vida toda. E não há exagero nisso...

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