sábado, 30 de julho de 2022

Catálogo da semana: Linha Chevette (1988)

Há algum tempo - mais de um par de anos, pra ser mais exato - tive um Chevette SL 1988 vermelho mandarim e interior bege, empurrado por um motor 1,6/S já um tanto baqueado e necessitando de uma urgente retífica. A carroçaria estava ótima, mas o motor começou a dar sinais de que necessitaria de cuidados mais intensos: a falta de tempo e grana (sobretudo este fator) fizeram-me aceitar uma oferta e vendê-lo até barato para alguém que me prometeu cuidar bem do bicho.

Tempos depois - coisa de uns seis meses atrás - vi ao acaso o Chevette SL andando firme na BR-101, agora aos cuidados de um novo dono que providenciou uma extensa reforma e até mesmo deve ter instalado um turbo compressor no sedã (imagino que depois de uma minuciosa revisão no coração do bicho), a julgar pelo típico barulho de espirro que a válvula de alívio proporcionava nas trocas de marcha e a velocidade bastante promissora que ele desenvolvia na faixa mais a esquerda da rodovia federal...

Ver o carro bem cuidado me deu alegria e ao mesmo tempo saudade do interessante sedan; porém, a Anfavea - Associação de Fabricantes de Veículos Automotores, numa iniciativa que merece todos os nossos aplausos, digitalizou seus arquivos e os publicou na internet, tal como o interessante catálogo que a Chevrolet do Brasil preparou com muito carinho para contar aos interessados as novidades do Chevette para a linha 1988, cuja íntegra, graças à Anfavea, temos o prazer de mostrar aqui:

















A linha 1988 é a minha predileta, não por conta do meu antigo Chevette, mas em razão das muitas opções de acabamento e o fato de você, à época, poder configurar o seu carro ao seu gosto: meu antigo SL, por exemplo, contava com ar-quente, mas não com desembaçador traseiro. Sim, você poderia ter um SL/E com ar-condicionado e mais nada, ou um SL automático e com o condicionador de ar e o que mais você pudesse sonhar (e pagar).

Aliás, o que dizer do Chevette SL/E vermelho bonanza, o Chevette SL bege laguna? O mesmo que digo da Marajó SL/E verde oásis que faz uma participação especial no catálogo: há muitos anos atrás - e isso foi no começo do Século XV - via sempre uma igual a esta estacionada em um mercado perto de minha casa, lindíssima e muito bem cuidada.

Estou feliz com o meu Mille Eletronic, valente Fiat com esforçadíssimos 56cv de potência e ótimo fazedor de curvas; porém, naquela noite morna, rever meu antigo Chevette 1988 me deu a ideia clara de que a vida passa um tanto rápido e a gente tem de aproveitar as oportunidades de guiar e curtir os carros cujo destino caprichosamente faz cruzar o nosso caminho...

10 comentários:

  1. Recentemente, me chamou a atenção um Chevette '89 que de vez em quando aparece nas imediações do Parcão em Porto Alegre. Detalhes como a antena telescópica no paralama traseiro esquerdo, apara-barros de borracha com o nome Chevette, e uma plaqueta da extinta Mesbla Veículos são impossíveis de passar despercebidos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Deve estar impecável, mesmo. Aqui estão ficando muito, muito escassos... Há apenas um SL, vermelho bonanza, movido a GNV e álcool, em uso para uma vidraçaria local. Alinhadíssimo, com algumas marcas do tempo, mas ainda na ativa!

      Excluir
  2. Tenho um 90. Preciso ajeitar ele. Sou do RJ. Se souber de um lugar q me ajude agradeço

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sou aqui de Santa Catarina e, infelizmente, não conheço profissionais no Rio de Janeiro pra te indicar. Sugiro que procure algum clube de antigos ou alguém que já fez reparos para te dar as melhores referências, é sempre bom ver o resultado do serviço em outro carro antes de contratar. Boa sorte!

      Excluir
  3. Rapaz que top ver essas fotos tenho um Chevette 1988 com 22.000 km originais top demais uma viagem no tempo essas fotos

    ResponderExcluir
  4. Eu tenho quase certeza absoluta (mas precisaria muito de uma confirmação fiável) de que o Chevette 4 portas e o Chevette hatch foram vendidos no Brasil até 1988. O ano de 1988 foi o último ano de vários modelos importantíssimos, como o Opala coupé, o Monza hatch, a Veraneio da 1ª geração, e, fora da GM, ainda tem o VW Passat. E o ano seguinte, 1989, foi o último da Marajó, para dar lugar à Ipanema. Mas quanto aos dois raros Chevettes que citei acima (o sedan de 4 portas e o hatch), seria interessante uma confirmação de que eles findaram no Brasil em 1988, embora o modelo de 4 portas ainda continuasse sendo fabricado até 1996 (um ano além da própria Chevy 500!) somente para ser exportado em regima CKD para alguns países daqui da América do Sul.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O hatch, se não me falha a memória, foi só até '87 mesmo.

      Excluir
    2. O Chevette Hatch foi produzido até o ano de 1987 (vendia pouco, apesar de ser o carro mais barato da época); o modelo de quatro portas foi até 1988 (apesar de ter os modelos CKD de quatro portas para exportação). Isso porque o catálogo da linha 89 não indicava a opção quatro portas (talvez por encomenda muito especial e que fosse compensar fariam), nem constava nas listas de preço das revistas da época.

      Nessa época a Polícia Civil de SC teve muitos sedã com acabamento básico, com portas azuis, acho que não sobrou um pra contar história... Disseram-me que eram de 1987,88, mas é uma informação que preciso confirmar. Só sei que eles foram substituídos pelas milhares de Ipanema que o Estado de SC comprou em 1995 em diante.

      Pretendo fazer uma série de veículos oficiais que Santa Catarina teve ao longo dos anos e vou procurar algo mais concreto sobre os Chevette Sedan que rodaram por aqui, qualquer novidade posto aqui.

      Grato pela visita e os comentários, sempre muito enriquecedores.

      Excluir
    3. Eu lembro que viaturas de polícia aí em Santa Catarina, eram marrom na PM e azul na PC, e com portas normalmente brancas.

      Excluir

Este espaço está sempre disponível para a sua contribuição. Fique a vontade e participe, será um prazer ler - e responder - seu comentário!