Hoje, neste espaço, é dia de recordar de um dos carros mais interessantes que a Volkswagen do Brasil fabricou em nossas terras, o VW TL, de Touring Luxo, com motor 1600 refrigerado a ar, com saudáveis 65hp, emprestado do VW 1600 4 portas, o famoso Zé do Caixão.
Lançado em 1970, um pouco após a Variant (nascida em fins de 1969; era a sua versão perua), o fastback não ganharia concurso de velocidade, mas era bem econômico para aqueles tempos. Testado pela revista Quatro-Rodas na edição de dezembro de 1970, o carro alcançou a velocidade máxima de 132,75 km/h na média de quatro passagens, e em velocidade constante de 80 km/h fez a boa média de 18,5 km/l, números muito bons para um carro médio dos anos 70. E acelerava de 0-100 km/h em 20,5 s, tempo razoável e suficiente àqueles tempos.
(Só para exemplificar: um Corcel GT, com motor 1,3 l, alcançava 142,29 km/h, percorria 12,1 km/l a 80 km/h constantes e acelerava de 0-100 km/h em 18 s. Números não muito diferentes do TL, que, conquanto fosse mais lento, era muito mais econômico).
O TL, ao menos no começo da vida, não era um carro dos mais belos. Sua frente, de linhas retas e com dois faróis retangulares, dava-lhe um aspecto pesado, não muito adequado às linhas da lateral e da traseira, esta sim mais harmônica e até mesmo mais moderna em relação às linhas-mestras do carro. Tanto é assim que a fábrica alemã, logo em 1972, promoveu uma mudança séria nas linhas dianteiras, aplicando uma frente em cunha invertida, com quatro faróis, já antecipando o desenho da Brasília, lançada um ano depois. A nova dianteira foi apelidada de cabeça de bagre, numa clara referência ao peixe (quem já viu um bagre de perto sabe bem como são parecidos...).
Diante de tanta novidade, não é de se espantar que a VW faria questão de fazer um longo catálogo contando as novidades da linha 1972, tal como a gente pode ver nesta maravilhosa peça, disponibilizada pelo excelente site Old Cars Manual Project:
São muitas coisas que a gente pode destacar deste catálogo, dava até para fazer uma lista: a) notem a presença da rara versão quatro portas (se achar um TL tá cada vez mais difícil, imagine um com quatro portas...); b) o painel da linha 1972 já não mais tem aquele adesivo plástico imitando madeira (que descolava com alguma facilidade, dependendo do sol); c) o TL contava com quatro (!) opções de cores de estofamento, coisa que nenhum carro moderno oferece!; e, d) não me lembro de ter visto um TL com interior vermelho (disponível apenas com a combinação branco lótus).
O TL (Teresa Louca, para alguns fãs) vendeu razoavelmente bem, mas a partir do lançamento do moderníssimo Passat, em 1974, suas vendas entraram num franco declínio. Desde o começo de 1976 você não consegue mais comprar um TL zero-quilômetro no seu concessionário VW predileto, mas quem se importa? Os TL ainda resistem, rodando firmes e fortes por aí...
Essa traseira do TL favorece bastante a aerodinâmica, chega a lembrar vagamente uma cauda Kamm.
ResponderExcluirExatamente, meu caro, interessante observação. E em termos de estilo, esquecendo da aerodinâmica, não acho feio, prefiro os Volks brasileiros aos alemães da época. O estilo daqui me parece mais limpo, linhas mais fluidas.
ExcluirGrato pelo comentário e pela visita!
Lindo e aerodinâmico carro quando lançado e eu acho até hoje ! Seu blog sempre excelente contando a história dos nossos amados automóveis no Brasil.
ResponderExcluirObrigado por este post é continue nesse ritmo.
Igor - Coromandel/MG
Bondade sua, Igor! É um pequeno espaço, que peca pela falta de assiduidade (sabe como é, o tempo nem sempre é grande), mas sempre que possível estamos aqui para conversar sobre o mundo automotivo.
ExcluirMuito grato pelos elogios e pela visita, apareça sempre por aqui que teremos sempre muita prosa para conversar!
Estou restaurando meu TL 1972 (2 portas) na cor da carroceria: azul pavão de fábrica, alguém sabe me informar ou se tiver uma foto ajuda, como era o painel desse carro, no tradicional revestimento em jacarandá ou preto?, valeu!
ResponderExcluirPrezado Adriano,
ExcluirNavegando no acervo digital da Quatro Rodas, não achei uma foto boa do painel do TL 1972, nem mesmo quando a linha 1972 foi apresentada pela revista (edição n. 132, de julho de 1971).
De todo modo, penso que o painel não recebeu mudanças muito substanciais até o término da produção, lá nos idos de 1976 - e um exemplar em boas condições, mesmo que não seja exatamente do mesmo ano que o seu, pode servir de guia na restauração.
Vou fazer uma varredura em meu acervo de revistas (Auto Esporte, principalmente) e se achar uma boa foto, ou informações melhores, avisarei por aqui. E mande-me um e-mail caso tenha dúvidas ou precise de mais informações.
Sucesso na restauração do seu TL (azul pavão é uma das cores que caem melhor no carro!) e grato pela visita.
Em primeiro, parabéns pelo blog. Texto simples, direto que contou muito bem a historia do carro!
ExcluirAo Adriano Costa,
Eu tenho um TL 1600 72 - Original de Fabrica. Me mande um e-mail que te mando as fotos que necessita do painel. Que por acaso é imitação de Jacaranda!
Rodrigo
(Pedir e-mail ao adm do blog)
Olá amigos.
ResponderExcluirTenho um TL 1972.
O painel dele é imitando jacarandá!!!
Obrigado pela informação, Humberto!
ExcluirCuriosamente,dentre todos os carros nacionais de maior série apenas o Willys Itamaraty tinha a madeira de verdade. O painel era esculpido em um sólido bloco de jacarandá da Bahia.
Grato pela informação e pelo comentário!