segunda-feira, 21 de maio de 2018

Propaganda da Semana (Landau 1983)

Faço minhas voltas e pego a estrada com o meu modesto Fiesta Sedan 1,0 2011; o carro é macio e confortável, mas não é exatamente potente (tampouco eu diria que ele é muito rápido), mas supre as minhas necessidades mais elementares do uso de um automóvel: tem um porta malas que eu classifico como ótimo, tem acessórios de conforto e é bom em viagens mais longas, além de ser razoavelmente econômico.
 
Mas, pra ser sincero, apesar de gostar do meu atual carro, eu queria mesmo é ter outro sedan da Ford, maior e mais potente: o Ford Landau. E posso apostar que você, entusiasta por automóveis, também ia querer um desses na garagem.
 
O Landau não é pequeno nem compacto (tem dimensões de transatlântico, se você o comparar com o Fiesta, por exemplo), pesa uma barbaridade (tem chassis e carroçaria, coisa que não existe mais desde a Kombi), mas tem um motor V-8 saudável (com cilindrada mais de cinco vezes maior do que o meu modesto 1,0), com opção de ser movido a gasolina ou a álcool (etanol, para os mais modernos).
 
Logo alguém vai dizer que o carro gastava combustível em excesso, isso todos nós já sabemos, mas pra viajar não tem coisa melhor: o carro tem suspensão macia, freios honestíssimos, ar-condicionado (embutido no painel desde 1979), forte e eficiente sistema de isolamento acústico (quilos e quilos de manta asfáltica garantem o silêncio interno, só quebrado por um bom rádio toca-fitas), direção hidráulica levíssima, transmissão automática sem trancos ou soluços (opcional; de série você teria três marchas pra engrenar e uma embreagem pra acionar) e tantos outros detalhes que evidenciavam a esmerada construção do sedã.
 
O anúncio, disponibilizado no Flicrk pelo usuário "Michel", dá até água na boca:
 

Até hoje o Landau deixou uma legião de órfãos, inclusive o que aqui escreve

Porém, em 1983 as coisas não iam muito bem pro Landau: apesar de todas as suas qualidades (provadas e comprovadas desde 1967, quando o Galaxie nasceu para nós), o mercado não era exatamente promissor (o Landau era um dos veículos mais caros daqueles tempos de crise econômica), o consumo de combustível não muito contido (sempre recordado) aliado ao crescente desinteresse pelos compradores (as vendas caíram bastante com o passar dos anos) tornou a produção do bicho antieconômica, a ponto de a Ford descontinuar a produção do sedã naquele mesmo ano.
 
Trinta e cinco anos já se passaram, mas as qualidades do Landau ainda não encontraram um substituto: afinal, qual é automóvel o nacional zero-quilômetro om motor V-8, com absoluto silêncio interno e acabamento esmerado? Pois é, o Landau é único, até hoje...

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