segunda-feira, 16 de abril de 2018

Propaganda da semana (Fiat Elba CSL 1991)

Volta e meia eu falo do Chevette do meu avô (aquele sempre pranteado DL 1992 1,6/S movido a gasolina e que me deu muitas alegrias), mas antes que você vá para outro blog, ou escreva um comentário pedindo para eu parar de falar do Chevette e trocar o disco arranhado, hoje eu vou falar de outro carro da família, agora da Elba do meu pai.
 
Meu falecido pai, apesar de ser motorista rodoviário (da quase extinta Viação Itapemirim), passou muitos anos sem carro, até comprar uma Elba 1990 CSL 1600 do primeiro dono, isso em 2001. Lembro que a Elba, que tinha chapas 0313, estava bem inteira e tinha até o extintor original de 1990 (o primeiro proprietário teve um AVC e o carro ficou por anos encostado numa garagem), mas foi comprada por um baixo preço.
 
O pai apenas teve de trocar os pneus, fazer uma rápida troca de óleo e fluidos, além de uma eficiente limpeza do carburador, e zás, a Elba 1600 estava pronta pra lida. Até o ar-condicionado estava funcionando, sem precisar de carga!
 
O modelo que meu pai teve era o CSL (conforto super luxo, em inglês) e era equipada com vidros elétricos (só na frente), travas elétricas, ar-condicionado (fraco, não gelava muito, defeito congênito da família Uno) e o check-control, um equipamento não muito sofisticado (mesmo para a época), em que algumas luzes testemunhas acendiam quando queimava uma lâmpada, abria uma porta, etc.
 
Mas a vantagem era a de ter quatro portas, coisa que a Parati e a Ipanema não tinham (a Ipanema com duas portas a mais veio em 1993; a Parati demorou mais, só em 1997, já em outra geração da carroceria), além de ter um porta-malas enorme. Gigante, até.
 
Outro detalhe interessante é de que a Elba em questão, apesar de ser 1990, tinha a nova frente do modelo 1991. Era bem comum a atualização dos modelos naqueles tempos (hoje a gente simplesmente troca de carro), especialmente no caso da Fiat que era relativamente barata a conversão (sobretudo se você tivesse batido a frente do carro). Vai daí o motivo pelo qual o primeiro dono da Elba fez a conversão estética para o modelo 1991, este com a grade e faróis mais baixos, como as que aparecem abaixo, no catálogo gentilmente disponibilizado pelo usuário Sidney68 na conta dele no Flickr):
 
As rodas de liga eram novas para o ano de 1991, eram disponíveis apenas para o Prêmio e a Elba CSL.

O desenho do tecido dos bancos mudou entre 1990 e 1991; a versão duas portas não era a mais prática e confortável, embora ainda tivesse seus compradores.

O painel dos modelos CSL só perdiam para o do Tempra Ouro: tinha até vacuômetro (o computador de bordo sumiu naquela época, foi substituído pelo check control, que nem sempre funcionava e irritava meu pai)
 
A Elba 1600 andava bem e era razoavelmente econômica; mas no quesito desempenho perdia feio para a Parati 1,8: essa era um foguete!

A Elba era (e ainda é) um carro interessante: o espaço interno é generoso, o motor argentino é bom (os 84cv da versão a gasolina são suficientes) e a transmissão, apesar de não muito macia de operar, não deu maiores problemas ao meu pai (se bem que a Elba testada por 60.000km pela revista Quatro Rodas apresentou falhas neste quesito). Viajei com ela algumas vezes e lembro bem do conforto e do bom acabamento, coisas que o meu saudoso Uno Mille Economy 2013 não tinha
 
O que me irritava um pouco (e eu era um pré-adolescente pentelho que já se irritava com carros) era o ar-condicionado fraco e a incerteza do funcionamento do check control. De resto, era um carro e tanto, que me deu muita saudade...
 
Meu pai deve ter rodado uns 30.000km com ela e em 2003, ao receber uma proposta boa, vendeu a Elba e comprou um Passat LSE 1986 vermelho por dentro e por fora. Mas é uma outra história para uma postagem futura...

Um comentário:

  1. O meu pai teve 2 Elbas CSL, ambas 4 portas: uma 90 (vinho) e depois pegou um 91 verde saint moritz. Excelente carro!

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