terça-feira, 19 de junho de 2018

Catálogo da Semana (Ford F-75 1980)

Alguns veículos têm características marcantes: dentro do universo de automóveis nacionais, se você pensa em luxo, certamente lembrará do Landau; se alguém mencionar estabilidade, o Fiat 147, o Passat e o Uno são boas referências no quesito; se você pensar em facilidade de manutenção em carisma, o Volkswagen Sedan (o simpático Fusca) possivelmente será a lembrança imediata. E caso a recordação for em relação à robustez, a F-75 (junto do Jeep e da Rural), é a imagem da força de um utilitário.
 
Nascida em 1960, com o nome de Pick-up Jeep, o utilitário logo se destacou pela imensa resistência aos caminhos rudes (especialmente quando acionada a tração dianteira, que fazia dela uma valente picape de tração integral). Sem medo de trabalhos pesados, a F-75, nome que adotou após a compra da Willys Overland do Brasil pela Ford, ganhou o seu lugar na história.
 
Especialmente a do catálogo abaixo, de 1980, primeiro ano em que a Ford disponibilizou o maravilhoso motor 2,3 herdado do Maverick (mas modificado para condições de trabalho intenso) movido a álcool (ou etanol, pra quem for mais moderno):
 
O catálogo, gentilmente digitalizado pelo usuário Michel , do Flicrk, destaca discretamente a possibilidade de ter uma F-75 movida pelo combustível vegetal

Chama a atenção o fato de o motor a álcool não ser muito mais potente do que o movido à gasolina; o forte da versão a etanol era mesmo o custo operacional e as vantagens de financiamento e taxas que o Pró-Álcool oferecia.
A F-75 (como a Toyota Bandeirante, concorrente direta dela) serviria você com lealdade canina por uma vida toda, com bom desempenho e manutenção simplificada (embora com um consumo não muito baixo, mas aceitável para um utilitário daqueles tempos).
 
Tive o prazer de andar algumas vezes em uma F-75 1975 de um amigo (fortemente empurrada por um motor Maxion, adaptado na década de 1990), e é impressionante a robustez do utilitário Ford! O conforto é inversamente proporcional à resistência da picape, mas isto é um mero detalhe...
 
Três anos a edição do catálogo, em 1983, a F-75 entrou pra história. Outros utilitários vieram (como a F-1000 com tração integral ou mesmo a F-250, mais atual), mas o rústico charme da picape Jeep ainda conquista muitos corações. E ainda vive na garagem de muitas pessoas, que ainda trabalham com uma F-75 nos mais rudes serviços...


2 comentários:

  1. Gostaria de parabenizar o autor do blog pela importante inciativa de compartilhar conosco todos esses valiosos materiais históricos que recuperam a nossa tão maltratada e judiada história do automobilismo nacional no que diz respeito à precisão de dados técnicos que, muitas vezes só é possível confirmar em catálogos, publicidades e reportagens da época, cada vez mais escassas, pois frequente e lamentavelmente, nem as próprias montadoras e concessionários são capazes de prestar informações fidedignas sobre seus produtos ao longo da história, como já testemunhei algumas vezes, em manifesto desprezo da própria gênese, lamentavelmente.

    A própria revista Quatro Rodas disponibilizou sua coleção histórica por aproximadamente uns três anos num acervo digital de acesso franco, até aproximadamente 2018, quando, inesperadamente, acabou desaparecendo, nos deixando órfãos desse valioso material, que foi disponibilizado parcialmente no blog 4rturbo e que há poucos dias também foi extinto, assim como o saudoso "caminhões antigos do Brasil", do Evandro Fullin, há alguns anos.

    Muito grato pelas informações e conhecimentos compartilhados, Douglas, e que o blog continue firme e atuante a serviço dos antigomobilistas brasileiros! Forte abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Desculpe a demora em responder seu gentil comentário.
      Soube por você do fim do 4rturbo e eu usei muito aquela boa fonte de informações até conseguir os CD da Quatro Rodas (a mesma fonte de informações que extraíram para usar no blog), suponho que o blog tenha sido derrubado por alguma questão de direitos autorais ou algo do gênero.


      O Caminhões Antigos do Brasil faz MUITA falta e peguei muita coisa de lá, infelizmente o projeto saiu do ar, o que foi uma pena. Era referência.

      Aqui meu trabalho é muito modesto, mas pretendo deixar esse blog de uma forma perene, sem jamais retirar algo. Só publicar, acrescentar e divulgar. E fui obrigado a usar marca d'água porque alguns sites e plataformas do Instagran estavam monetizando conteúdo daqui, algo que me aborreceu duplamente (a falta de fonte e o uso monetizado de algo que deveria ser público).

      Seu comentário muito gentil me incentiva a continuar as pesquisas, digitalizações e sinta-se muito à vontade em comentar, acrescentar ou mesmo pedir um material que temos em acervo. Em um pais que tanto sofre de falta de memória, cá estamos para resgatar a enorme e grandiosa trajetória do automóvel nacional.

      Torno a agradecer a sua gentil mensagem, o espaço está sempre às ordens!

      Excluir

Este espaço está sempre disponível para a sua contribuição. Fique a vontade e participe, será um prazer ler - e responder - seu comentário!