segunda-feira, 28 de maio de 2018

Propaganda da Semana (Simca Emi-Sul 1966)

A Simca do Brasil, de origem francesa (o nome Simca vem da abreviação de Societé Industrielle de Mécanique et Carrosserie Automobile - algo como "Sociedade Industrial de Mecânica e Carrocerias Automotivas", foi a pioneira em nossa terra na fabricação de automóveis médios, mais luxuosos, antes mesmos da Willys-Overland do Brasil e da Fábrica Nacional de Motores(com o Aero-Willys e o FNM JK 2000, respectivamente).
 
Já nos idos de 1959 a fábrica de origem francesa  vendia o seu modelo Chambord, um interessante sedã de quatro portas, de estilo francamente americano. Inclusive o motor era de origem estadunidenses: o V-8 de 2,351 litros de cilindrada e 84 cavalos (brutos) de potência, chamado pela fábrica de Aquilon, era um velho modelo Ford.
 
Aqui, na nossa terrinha, o V-8 era um tanto quanto decepcionante: embora utilizado largamente em corridas e tudo o mais (até mesmo na tevê, no inesquecível seriado "Vigilante Rodoviário"), os proprietários reclamavam daquela certa falta de potência (eram "só" 84 cavalos) e uma certa tendência ao superaquecimento (além de outros descuidos de acabamento). Com o tempo as coisas foram amenizadas; já em 1960 o Simca Présidence (um Chambord mais luxuoso) vinha com aprimoramentos mecânicos que faziam o oito cilindros render 94 cavalos (brutos).
 
Em 1961 o Présidence alcançava 100 cavalos (brutos, não custa lembrar); o Chambord 92 cavalos (brutos, pra não esquecer de dizer); no ano seguinte o Rallye Especial (modelo esportivo) tinha 105 cavalos (adivinhe? Brutos!); pra 1964 as potências passaram para 100 cavalos para o modelo Chambord e 112 para os esportivos Rallye e Rallye Especial.
 
Mesmo assim, apesar dos constantes aperfeiçoamentos, parecia pouco para quem via um vigoroso Impala ou um Fairlane equipado com um sólido e potente motor V-8. Talvez por isso que a Simca, já perto do final de sua existência aqui no Brasil, deu à luz um novo motor, o Emi-Sul, primeiro motor fabricado no Hemisfério Sul com câmaras de combustão hemisféricas (por isso o nome Emi-Sul, que poderia ser Hemi-Sul, né?).
 
A propaganda de hoje, gentilmente digitalizada pelo usuário Michael na conta que ele mantém no Flicrk, descreve com detalhes e desenhos o novo motor, que rendia 130 e 140 cavalos (ambos brutos, o mais potente equipava a versão esportiva):
 

 
Algumas outras inovações vieram junto, à exemplo do novo desenho do vidro traseiro. Mas o que importava mesmo era o novo e moderno motor, que, além de entregar mais potência, ajudou a afastar a fama de anacrônico que o motor Simca teve ao longo dos anos. O Emi-Sul era interessante e renovou o comportamento dinâmico do simpático sedã (e da perua Jangada, carro que você não costuma ver todos os dias passeando na rua).
 
Porém, o Emi-Sul não durou tanto tempo assim, viveu até menos do que o Aquilon: a Chrysler, em 1967, comprou a Simca e logo foi encerrada a fabricação da linha Chambord; o motor novo durou até 1968, quando a Chrysler lançou o Dodge Dart com um coração dela (um V-8 de cinco litros de cilindrada e, apesar de muito manso, tinha 198 cavalos. Mas esta é outra história...
 
PS: para saber MUITO mais sobre a Simca, recomendo fortemente a leitura deste primoroso artigo: http://www.lexicarbrasil.com.br/simca/

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