segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Linha Ford 1973

Se nós pudéssemos voltar 45 anos no tempo, certamente encontraríamos em um distribuidor (*) Ford este folheto, cortesia do excelente site Old Car Manual Project (e que lá foi disponibilizado por cortesia de Rubyo Becker). Nele nós podemos ver todas as opções que poderiam ser adquiridas no novo ano de 1973, até mesmo os interessantes caminhões movidos a gasolina (sim, acredite: anos atrás era bem comum ver um caminhão movido por meio da boa e velha gasolina) e os automóveis que tanto falamos neste espaço:

Como veremos adiante, o show de variedades é bem interessante.

O topo de linha da Ford era o LTD Landau, automóvel presidencial e que poderia ser equipado, por um custo extra, com a transmissão automática e ar-condicionado. Custava uma fábula, mas era confortável como poucos...

O Ford Galaxie 500, com a descontinuação da versão standard, voltou a ser a versão mais simples da linha Galaxie. Mantinha a mesma mecânica do LTD e tinha altas doses de status social, embora o acabamento não seja tão esmerado como o irmão rico, não fazia feio perante os concorrentes Dart Gran Sedan e Opala De Luxo.
O Corcel '73, que virou refrão de uma conhecida música do Raul Seixas, era uma interessante opção no segmento dos médios, que teve a presença do Brasília, Chevette e Dodge 1800, três novidades do ano de 1973.

A versão sedan do Corcel era mais apreciada por taxistas, o que era uma grande injustiça: tinha um visual agradável e era extremamente mais prático que a versão cupê.

A versão GT, lançada em 1969, hoje é altamente colecionável. Foi a primeira versão de fábrica com pendores esportivos (depois foi acompanhada pelo Passat TS e o Chevette GP), mas decepcionava um pouco pela potência (bruta) de 85hp, que deixava a desejar aos que queriam andar mais rápido.

Único defeito da Belina era a ausência das portas traseiras, falha crônica de todas peruas da época. Apesar do acesso limitado, ditado pelas tendências da moda brasileira (carro de quatro portas é taxi e ponto final), a perua Corcel era bastante ágil e carregava bastante peso, altamente desejável pelas famílias que carregavam bastante bagagem.

Herança da Willys-Overland do Brasil, a Rural era um utilitário multiuso: com tração nas duas rodas era uma boa opção para as famílias numerosas (e de bagagem igualmente numerosa); a versão com tração integral era ótima nos atoleiros e terrenos difíceis. Ela não era econômica, não era estável e nem muito moderna, mas cumpria corretamente o papel de utilitário despojado.

O Jeep dispensa maiores comentários. Utilitário icônico, foi produzido até 1982 pela Ford, deixando muitos órfãos inconformados.

"É uma ferramenta de trabalho, econômica e de baixo preço". A Ford sabia muito bem vender a F-75, que, além de carregar mais carga do que a F-100, tinha uma robustez fora do comum.

Certamente a F-100, equipada com um possante motor V8, de saudáveis 168hp, não ganharia concurso de economia. Mas a picape até que era confortável e de caçamba ampla, ótima para quem precisava de um utilitário com um bom nível de conforto.
A Ford F-350, com capacidade de quase 3.500 kg de carga, era uma versão mais forte da F-100. Era do tempo em que se via um utilitário a gasolina carregando várias toneladas nas costas...
 
Concorrer com o Mercedes-Benz 1113 era uma difícil tarefa, que coube ao F-600, maior caminhão da Ford no ano de 1973. Com motor diesel um pouco mais potente do que o sucesso da Mercedes, o F-600 era um concorrente honesto na linha de caminhões médios. 
Poucos sobreviveram, mas já tivemos caminhões médios movidos a gasolina: eram mais baratos e de manutenção mais simples (regular um carburador é mais fácil do que afinar uma bomba injetora, podem ter certeza), tanto que, a depender da aplicação, a versão a gasolina, antes da terrível crise do petróleo, poderia valer muito a pena.
 
 

Como todo fã de carteirinha de veículos antigos, certamente eu queria ter todos os veículos da linha 1973 na garagem de casa (que, aliás, teria de ser do tamanho de um galpão para abrigar essa linha tão grande...). E você, qual dele (ou deles) escolheria para rodar no ano de 1973?

(*) Não sei bem o motivo, mas a Ford teima em chamar de distribuidor os concessionários da marca, mas não se assuste: o art. 2º, § 1º, "a" da Lei n. 6.279/1979 afirma que "intitula-se também o produtor (a fabricante) de concedente e o distribuidor de concessionário". Portanto, pode chamar o concessionário de distribuidor. Ok, eu sei que a sua vida não mudou por saber disso, mas você acabou de ganhar inteiramente grátis uma informação bem bacana para puxar conversa numa rodinha de entusiastas...

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