domingo, 2 de abril de 2017

Catálogo da Semana: Linha Belina 1988

Como sabemos, o Corcel foi lançado, na versão sedan quatro portas, em 1968; um ano depois, veio ao mundo a muito bem sucedida versão cupê - e em 1970, foi a vez do veículo que ilustra o catálogo desta semana, a Belina.
 
Mas ela não nasceu do jeito em que ela aparece neste catálogo de 1988; no começo, ela era calcada no Corcel, inclusive nas linhas, tanto que em 1978 recebeu a maior reestilização de sua carreira, abandonando as linhas curvas e fluidas e adotando um visual mais reto, muito parecido com a que vemos hoje. E após 1986, com o fim do Corcel, a Belina prosseguiu sua carreira, mas agora na base do Del Rey.
 
Seja como for, a Belina tinha um público cativo: com um conforto acima da média de suas concorrentes, tinha uma mecânica consagrada (de 1984 em diante, usava o motor CHT que o Escort inaugurou), um acabamento muito bem executado (principalmente na versão Ghia, a topo de linha) e uma suspensão macia, muito tranquila, adequada para um carro com pretensões familiares.
 
É de se lamentar que a Belina, como a Marajó e a Caravan, não tenha recebido uma versão quatro portas; mesmo assim, a interessante perua para o ano de 1988 era interessante, apesar da fama, em parte justificada, de ser um carro meio soneca, mercê do comedido motor 1,6 e a sua suspensão macia.
 



 
Este interessante folheto, cortesia do incrível site Old Cars Manual Project, traz-nos interessantes detalhes da Belina para o ano de 1988: bem se nota a enorme diferença entre os equipamentos da versão L (a básica) e a Ghia. Tanto que a fábrica não dispunha de rádio toca-fitas para a versão L, nem mesmo como opção, problema que as concessionárias e lojas de acessórios resolviam com muito prazer.
 
E nem se fale da direção hidráulica, de série na versão Ghia e opcional na versão GLX: já tive a oportunidade de manobrar uma Belina L sem o útil acessório, e posso garantir que ele faz uma certa falta.  Mas isso não a desabona: ela roda há mais de vinte anos com o mesmo dono, na lida, servindo uma serralheria, em excelente estado de conservação, com vocação para durar mais uns trinta anos. Pelo menos.
 
Em 1989, a Belina resolveu uma crítica dos seus detratores: ela veio com a opção do motor 1,8, fruto da Autolatina (o casamento entre Ford e VW), tornando-a muito mais interessante e ágil, sem muito prejuízo ao consumo. A perua Corcel (e depois Del Rey), durou até 1991, substituída, tempos depois, pela Royale, mas muitas rodam até hoje, firmes e fortes, demonstrando, a cada dia, a robustez que lhe deu a merecida fama.



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