sexta-feira, 22 de abril de 2016

Catálogo da Semana - VW TL (1972)

Hoje, neste espaço, é dia de recordar de um dos carros mais interessantes que a Volkswagen do Brasil fabricou em nossas terras, o VW TL, de Touring Luxo, com motor 1600 refrigerado a ar, com saudáveis 65hp, emprestado do VW 1600 4 portas, o famoso Zé do Caixão.
 
Lançado em 1970, um pouco após a Variant (nascida em fins de 1969; era a sua versão perua), o fastback não ganharia concurso de velocidade, mas era bem econômico para aqueles tempos. Testado pela revista Quatro-Rodas na edição de dezembro de 1970, o carro alcançou a velocidade máxima de 132,75 km/h na média de quatro passagens, e em velocidade constante de 80 km/h fez a boa média de 18,5 km/l, números muito bons para um carro médio dos anos 70. E acelerava de 0-100 km/h em 20,5 s, tempo razoável e suficiente àqueles tempos.
 
(Só para exemplificar: um Corcel GT, com motor 1,3 l, alcançava 142,29 km/h, percorria 12,1 km/l a 80 km/h constantes e acelerava de 0-100 km/h em 18 s. Números não muito diferentes do TL, que, conquanto fosse mais lento, era muito mais econômico).
 
O TL, ao menos no começo da vida, não era um carro dos mais belos. Sua frente, de linhas retas e com dois faróis retangulares, dava-lhe um aspecto pesado, não muito adequado às linhas da lateral e da traseira, esta sim mais harmônica e até mesmo mais moderna em relação às linhas-mestras do carro. Tanto é assim que a fábrica alemã, logo em 1972, promoveu uma mudança séria nas linhas dianteiras, aplicando uma frente em cunha invertida, com quatro faróis, já antecipando o desenho da Brasília, lançada um ano depois. A nova dianteira foi apelidada de cabeça de bagre, numa clara referência ao peixe (quem já viu um bagre de perto sabe bem como são parecidos...).
 
Diante de tanta novidade, não é de se espantar que a VW faria questão de fazer um longo catálogo contando as novidades da linha 1972, tal como a gente pode ver nesta maravilhosa peça, disponibilizada pelo excelente site Old Cars Manual Project:
 







 
São muitas coisas que a gente pode destacar deste catálogo, dava até para fazer uma lista: a) notem a presença da rara versão quatro portas (se achar um TL tá cada vez mais difícil, imagine um com quatro portas...); b) o painel da linha 1972 já não mais tem aquele adesivo plástico imitando madeira (que descolava com alguma facilidade, dependendo do sol); c) o TL contava com quatro (!) opções de cores de estofamento, coisa que nenhum carro moderno oferece!; e, d) não me lembro de ter visto um TL com interior vermelho (disponível apenas com a combinação branco lótus).
 
O TL (Teresa Louca, para alguns fãs) vendeu razoavelmente bem, mas a partir do lançamento do moderníssimo Passat, em 1974, suas vendas entraram num franco declínio. Desde o começo de 1976 você não consegue mais comprar um TL zero-quilômetro no seu concessionário VW predileto, mas quem se importa? Os TL ainda resistem, rodando firmes e fortes por aí...