sábado, 14 de junho de 2014

Propaganda da Semana - Dodge Charger R/T (1974)

Se você estivesse lá em 1974, e pensasse em comprar um automóvel esportivo nacional, três opções seriam bem óbvias: O Opala SS, linhas fluidas, acabamento discreto e um excepcional motor de seis cilindros em linha, forte como um tanque; o Ford Maverick GT, linhas mais agressivas - mas harmônicas, um V-8 que até hoje arranca suspiros e memórias variadas; e, ao fim, o Dodge Charger R/T, linhas discretas, acabamento palaciano e um excelente V-8, o maior motor, em termos de cilindrada, jamais produzido no Brasil. Ah, tinha também o Puma GTB, recém lançado, belo desenho esculpido em fibra de vidro - e o coração dele era o já falado seis cilindros da Chevrolet. Outro carro e tanto.

Cada qual com suas virtudes e defeitos, é certo de que se você escolhesse qualquer um deles estaria muito bem acompanhado. Se eu tivesse alguns milhares de cruzeiros no já distante ano de 1974, a minha escolha seria esta:



Para 1974 - exatos quarenta anos atrás - a Chrysler preparou algumas surpresas para os fãs da linha Charger: ignição transistorizada  (não ria, naqueles tempos isso era uma novidade; esse troço de injeção eletrônica só veio em 1989 com o Gol GTi - ignição eletrônica era uma tremenda novidade naqueles tempos) e a transmissão automática com alavanca de comando no console. 

O que você não ouve da narração do Sérgio Chapelin é que a linha Charger '74 trouxe novas faixas laterais, em forma de "c", além da possibilidade, até então inédita na linha esportiva, de se encomendar o interior em outra cor que não fosse preto. 

O R/T 1974 é um companheiro de quem gosta de acelerar, motor praticamente indestrutível, acabamento esmerado, transmissão robusta o suficiente para aguentar o ótimo torque, sem falar que era o único dos esportivos com a opção, de fábrica, do ar-condicionado, equipamento importante em um país de clima tão severo quanto o nosso. 

Por falar no motor, ele tinha vocações muito esportivas, sem perder a elasticidade: o saudoso professor Expedito Marazzi, ao testar o modelo para Quatro-Rodas, engrenou a quarta marcha do bicho a 40km/h e acelerou até os 100km/h, gastando, para tanto, 11s. Um feito e tanto!

José Luiz Vieira e Paulo Facin, mais ou menos naquela época, pelo que contaram em alguma das 83 Motor-3, aceleraram um R/T até os 200km/h - velocidade em que os pneus 7,35 S 14 começaram a cantar desesperadamente. Ah, se fossem radiais...

Outros automóveis esportivos surgiram depois do R/T; alguns, inclusive, superaram as suas façanhas. Mesmo assim, quarentão, o Charger mais esportivo é um excelente "entorta-pescoços": arranje um destes e dê umas voltas, todos olham para ver melhor aquele flamante carro esportivo de ronco forte...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Este espaço está sempre disponível para a sua contribuição. Fique a vontade e participe, será um prazer ler - e responder - seu comentário!