terça-feira, 5 de novembro de 2013

História do Chevette (1982)

O ano de 1982 foi bastante movimentado para Chevrolet brasileira. Afinal, uma retumbante novidade ganhava as ruas: o Monza. Com ele, a Chevrolet do Brasil completou a "escada" de modelos: no primeiro patamar o Chevette, mais simples; no segundo degrau o novíssimo Monza, o médio da turma; e, como último patamar da escada, o Opala, carro que ocupava o cume da linha Chevrolet daqueles tempos.
 
Uma grande novidade para 1982 foi o Monza. Apesar do começo um tanto difícil em razão do fraco motor 1,6, o carro logo se tornaria um sucesso ( foto: GMC Brasil).
Talvez por conta desta agitação toda, quem esperou muitas mudanças na linha Chevette 1982 acabou se decepcionando. Mesmo assim, 1982 não passou em tão brancas nuvens, pois algumas novidades surgiram nesse ano, e me apresso a apresentá-las:

Modificações discretas foram feitas na frente: o para-choque foi redesenhado, agora ele é uma peça pintada de preto, com uma faixa cromada na parte superior, combinando, assim como o Monza, com os frisos laterais e o para-choque traseiro. Outra pequena modificação foi a adoção do logotipo "Chevrolet" ao invés de "Chevette" acima da grade direita dos modelos (a Marajó 1981 tinha o logotipo "Marajó").
 
Ainda falando dos frisos, a fábrica providenciou outra discreta alteração, igualmente inspirada no Monza: a denominação da versão de acabamento, antes indicada no friso no para-lamas dianteiro, foi deslocada para porta. Antes só se lia a inscrição "SL"; a partir de então a fábrica adotou o logotipo composto pelo nome e a versão (como "Chevette SL" ou "Marajó SL"). Alterações muito discretas, por sinal.

Encontrar as diferenças estéticas entre um Chevette 1981 e um 1982 é quase como participar de um jogo dos sete erros (foto: Chevrolet, via missãovritual.com).
Quanto à linha, a Chevrolet fez duas interessantes alterações: a ignição eletrônica passou a ser equipamento de série em todos os modelos. Estava, então, decretado o fim do platinado, peça bastante singela e de preço não muito alto, mas sem a eficiência da então moderna ignição eletrônica. A economia de combustível e a maior confiabilidade do sistema vieram junto com a mudança.

Só faltou o Chevette quatro portas, mas essa é a linha Chevette para 1982 (foto: GMC, via propagandadecarros.com)
Já a outra alteração, também interessante, foi a disponibilização, como opcional, do motor 1.6 para todos os modelos da linha Chevette. Antes limitado aos carros topo de linha, a fábrica tratou de socializar o novo motor entre as versões mias simples da linha.

E analisando a propaganda acima, veremos, pela primeira vez, a opção do ar-condicionado como opcional de fábrica. Não era um equipamento muito moderno, pois não era integrado ao painel (algo que o Chevette nunca teve, aliás...), mas que aumentava sensivelmente o nível de conforto. Vale lembrar que os concessionários instalavam o condicionador de ar, mas, como opcional de fábrica, só a partir de 1982, ao que tudo indica.

Como já vimos as pequenas alterações para o ano, vamos falar agora da maior novidade para 1982. É que a Chevrolet, já saudosa do País Tropical, resolveu lançar o Chevette Ouro Preto.
 
Uma rara versão especial do Chevette (foto: GMC, via propagandadecarros.com)
Para fazê-lo, a GMC tomou como base o Chevette Sedan básico e o recheou de alguns equipamentos: bancos com encosto alto da versão SL, vidros “raibã”, temporizador no limpador e lavador elétrico do para-brisas, servo-freio, além de itens do S/R, como painel (mas com os instrumentos em cor branca, ao invés da vermelha), retrovisores, para-choques (e spoilers, mas sem os faróis de milha) e as rodas, estas pintadas em dourado (se engana quem pensa que as rodas BBS do Santana Executivo foram as primeiras rodas cor d’oiro da indústria nacional...), que contavam com o mesmo 175/70 SR13 do esportivo. E um logotipo fixado na caixa de roda dianteira informava o nome da versão.

A série especial estava disponível em duas cores: preto e dourado, tons adequados ao nome desta fornada de Chevette. Nem preciso gastar muitas palavras para dizer que esta série especial é bem rara, principalmente em bom estado de conservação...

As alterações foram poucas, mas as vendas não decepcionaram: 75.163 unidades da linha Chevette foram vendidas naquele ano.

De todo modo, quem esperou por grandes novidades - e não as encontrou na linha '82 - não precisou esperar muito tempo: a Chevrolet caprichou no modelo 1983, mas isso é assunto para próxima postagem. Por agora, vamos recordar deste teste da Quatro Rodas de junho de 1982, comparando o Gol 1600 com o Chevette Hatch. Briga forte!
 
 
 
 
 
 
Postagem atualizada em 11/06/2020, com correções e novas informações

4 comentários:

  1. Prezado Douglas
    Sou proprietário de um Chevette 1982 modelo 1983. Esse carro saiu com todas as características externas do fabricado em 1983, porém com motorização 1.4, câmbio de 4 marchas e somente à gasolina.
    Tenho curiosidade em saber quantas unidades desse modelo foram fabricadas, pois tenho notado que mesmo os aficionados por Chevette desconhecem essa versão. Você teria essa informação? Ou saberia aonde eu poderia consegui-la?

    Muito obrigada.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Prezada Lígia,

      A linha 1983 foi lançada ainda em 1982, daí a razão pela qual seu Chevette, apesar do ano, conta com todas as novidades mecânicas e as atualizações de estilo.

      Ao que me parece, Lígia, seu Chevette é o modelo standard, o mais básico, ainda com o motor 1,4 e câmbio de quatro velocidades.
      Para o ano de 1983, a Chevrolet criou três versões de acabamento: a SL, topo de linha (e que geralmente aparece nos anúncios), normalmente equipada com motor 1,6 (inclusive a álcool) e a transmissão com a quinta marcha. A versão L, intermediária, tinha lá seus luxos, embora não tanto quanto a topo de linha. No primeiro patamar das versões, o Chevette "básico", o standard, normalmente vendido para frotistas.

      Diante disso, posso dizer, com as informações que você me trouxe, que seu Chevette é dessa versão mais básica (que tinha rodas de modelo mais simples, encostos baixos, forros de porta sem detalhes e que não cobriam a folha inteira, além de não ter o borrachão lateral). Se puderes me mandar uma foto ao meu e-mail, teria prazer em ajudar a identificar a versão.

      Quanto aos números, comigo tenho apenas o total anual de automóveis fabricados, sem especificação de versões, número que, penso, apenas a Chevrolet tenha. Outra fonta altamente fiável é a Anfavea (Associação de Fabricantes de Veículos Automotores), talvez ela ainda tenha os dados em arquivo.

      Vou ver se consigo alguma informação a respeito, embora te adiante, desde logo, que se realmente seu Chevette for um modelo standard, arrisco que ele tenha correspondido a uma parcela de não mais de 20% dos Chevette 1983.

      Grato pelo comentário!

      Excluir
  2. gostei da sua pesquisa do Chevette eu queria saber um pouco mais sobre o meu pq quase não acho muita coisa sobre ele ele e o modelo FAB1982/MOD1982
    Se vc podesse enviar no meu email
    Udiarlon.rodrig_ka@hotmail.com
    Muito obrigado

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Será um prazer ajudar, poderia, por gentileza, mandar maiores informações ao meu e-mail (douglasantunespacheco@gmail.com).

      Grato pela atenção e pela visita!

      Excluir

Este espaço está sempre disponível para a sua contribuição. Fique a vontade e participe, será um prazer ler - e responder - seu comentário!